terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pesquisa Mensal de Comércio - Fonte IBGE - Base Julho de 2010



Por Ricardo Bergamini

Em julho, vendas do varejo e receita nominal crescem 0,4%

Em julho, o comércio varejista do país registrou, tanto no volume de vendas quanto na receita nominal, crescimento de 0,4% em relação ao mês anterior com ajuste sazonal. Com esse resultado o setor manteve a sequência de taxas positivas, sendo de três meses para o volume e de sete para receita, como aponta a evolução dos indicadores de base fixa e de médias móveis trimestrais. Nas demais comparações, extraídas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 10,9% sobre julho do ano anterior e de 11,4% e 9,7% nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 13,5%, 14,5% e de 12,7%, respectivamente.

Volume de vendas cresce em seis das dez atividades pesquisadas

Nos resultados em relação ao mês anterior com ajuste sazonal, seis das dez atividades pesquisadas apresentaram variações positivas no volume de vendas: Livros, jornais, revistas e papelaria (3,4%); Veículos e motos, partes e peças (2,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,9%); Material de construção (1,1%); Tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%). As variações negativas ocorreram em Combustíveis e lubrificantes (-0,2%); Móveis e eletrodomésticos (-0,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%).

Na relação com julho de 2009, na série sem ajuste sazonal, todas as oito atividades do varejo assinalaram aumentos no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram as seguintes: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (11,0%); Móveis e eletrodomésticos (12,2%); Tecidos, vestuário e calçados (12,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,4%); Combustíveis e lubrificantes (7,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (8,4%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (20,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (7,4%).

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com crescimento de 11,0% no volume de vendas, em julho, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo (49%). Nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses as taxas foram de 10,5% e 10,2%, respectivamente. Tal desempenho está relacionado, principalmente, ao aumento da massa real de rendimentos (segundo a PME, com variação de 8,7% sobre julho de 2009 para o rendimento real habitual dos ocupados) e à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços de alimentos, com variação acumulada de 2,5%, em 12 meses, para o Grupo Alimentação no Domicilio, contra uma inflação global de 4,6%, segundo o IPCA.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, que obteve alta de 12,2% no volume de vendas em relação a julho do ano passado, respondeu esse mês pela segunda maior contribuição (18,0%) à taxa global do varejo. Nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses as variações ficaram em 19,3% e 13,7%, respectivamente. A partir desses resultados, conclui-se que a atividade praticamente manteve seu ritmo de crescimento com o término dos incentivos de redução do IPI da linha branca e das promoções da copa do mundo, assinalando até agora taxas mensais de desempenho bem acima da média geral do varejo. Para isto, vem sendo fundamental a política de expansão do crédito e o crescimento da massa real de salários.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, com variação no volume de vendas de 12,5% em julho com relação a igual mês do ano anterior, foi responsável pela terceira maior contribuição à taxa global do varejo. Atribui-se, também aqui, a atual conjuntura de renda e crédito em expansão como a principal promotora da recuperação das vendas da atividade, após o resultado negativo de 2009. Nos acumulados dos sete primeiros meses de 2010 e dos últimos 12 meses, suas taxas de crescimento atingiram, respectivamente, 10,5% e 6,1%, a despeito dos aumentos de preços dos produtos do gênero (variação de 6,0% em 12 meses para o grupo Vestuário), permanecerem ainda acima do Índice Geral, de 4,6%, segundo o IPCA.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., exerceu o quarto maior impacto na formação da taxa do varejo, com variação de 9,4% no volume de vendas em relação a julho de 2009. O aumento do poder compra da população ocupada vem proporcionando resultados positivos para o segmento, que assinala taxas acumuladas de variação da ordem de 6,6% para os sete primeiros meses do ano e de 7,0% para os últimos 12 meses.

A quinta maior contribuição para o resultado do varejo coube ao segmento de Combustíveis e lubrificantes, com 7,7% de crescimento do volume de vendas em relação a julho de 2009. Em termos de resultados acumulados, as taxas foram de 5,9% para os primeiros sete meses do ano, e de 3,5% para os últimos 12 meses. Este comportamento, abaixo da média, deve-se à restrição de demanda de combustíveis provocada pelos oito meses (julho de 2009 a fevereiro de 2010) de aumentos sucessivos no preço do álcool, cuja variação acumulada, no período, alcançou 43%, segundo o IPCA. De igual modo, a redução no preço do produto, a partir de março último, vem refletindo em patamares mensais mais elevados de desempenho da atividade.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a sexta maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 8,4% na comparação com julho do ano passado, e taxas acumuladas de 11,6% no ano e de 11,5% para os últimos 12 meses. Os dados positivos, já citados, com relação ao mercado de trabalho e ao crédito, somados à essencialidade dos produtos do gênero, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo sétimo maior impacto na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em julho, da ordem de 20,3% sobre igual mês do ano anterior, e taxas acumuladas no ano de 25,0% e nos últimos 12 meses de 16,1%. Os fatores que vêm determinando este desempenho, além dos aumentos da massa de rendimentos e do crédito, são a importância crescente que os produtos de informática e comunicação vêm obtendo nos hábitos de consumo das famílias e a redução de seus preços. Como exemplo, têm-se para microcomputadores e aparelhos telefônicos (fixo e celular) variações de preços no acumulado dos últimos 12 meses da ordem de -7,1% e -8,3%, respectivamente, segundo o IPCA.

Já a atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 7,4% no volume de vendas, foi a que exerceu o menor impacto no resultado mensal do varejo. As variações acumuladas no ano e nos últimos 12 meses são da ordem de 8,0% e 9,0%, respectivamente. Um fator relevante no estabelecimento desses resultados positivos tem sido a diversificação da linha de produtos comercializados por certos segmentos da atividade. Exemplo disto são as vendas de produtos e suprimentos de informática pelas grandes redes de livrarias e papelarias do país.

O Comércio Varejista ampliado registrou variações em relação ao mês anterior de 1,2% para o volume de vendas e de 1,6% para a receita nominal, ambas as taxas com ajustamento sazonal. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as taxas foram de 12,3% para o volume de vendas e de 15,0% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses o setor apresentou crescimento de 11,8% e 11,6% para o volume e de 14,5% e 13,0% para a receita nominal de vendas, respectivamente.

No que tange ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças obteve expansão de 14,6% em relação a julho de 2009. Ofertas, lançamento de novos modelos e crédito justificam esse resultado. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses as taxas de variação alcançaram 12,1% e 15,9%, respectivamente.

Quanto a Material de Construção, os acréscimos do volume de vendas foram de 14,9% na relação com julho do ano passado, de 15,8% no acumulado do ano e de 7,7% nos últimos 12 meses. Tais resultados decorrem do quadro favorável da economia, somado às medidas oficiais de incentivo à construção civil.

Apenas o Piauí não registra alta na comparação com julho de 2009

Vinte e seis Unidades da Federação tiveram resultados positivos na comparação julho10/julho09, com as taxas mais elevadas sendo obtidas por Tocantins (57,0%), Rondônia (29,6%), Acre (27,8%), Roraima (23,7%), Mato Grosso (21,0%) e Maranhão, com variação de 20,7%. Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, destacaram-se, pela ordem, São Paulo (10,8%), Rio de Janeiro (8,5%), Minas Gerais (11,4%), Rio Grande do Sul (12,3%), e Paraná (10,3%). Somente o Piauí apresentou resultado negativo na comparação com julho de 2009.

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram em Tocantins (44,1%), Roraima (22,5%), Espírito Santo (18,9%), Paraíba (18,3%) e Mato Grosso (15,8%). Quanto ao impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (11,1%), Minas Gerais (14,6%), Rio Grande do Sul (15,2%), Paraná (15,4%) e Rio de Janeiro (8,3 %). Os resultados em relação ao mês anterior com ajuste sazonal apontam dezessete estados com variação positiva no volume de vendas, tendo-se como destaques Rio Grande do Norte (4,3%), Rio Grande do Sul (3,8%), Mato Grosso (2,8%), Acre (2,5%), Maranhão (2,4%) e Alagoas (2,0%).

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini

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