Por Heitor de Paola
(extraído do seu site Papéis Avulsos)
…Nem todas as guerras podem ser condenáveis no mesmo grau enquanto existirem países e nações preparadas para a destruição sem piedade de outras, estas devem se armar para a guerra (...). Pode parecer paradoxal, mas devemos admitir que a guerra poderia ser um meio inapropriado de estabelecer a tão desejada paz ‘eterna’
SIGMUND FREUD
Em 1931 o Comitê Permanente para a Literatura e as Artes da Liga das Nações criou o Instituto Internacional de Co-operação Intelectual destinado a providenciar trocas de cartas entre intelectuais. Convidado, Einstein sugeriu o nome de Freud que prontamente aceitou. Em Julho de 32 Einstein dirige-se a Freud com a pergunta acima, Freud responde em Setembro. Tambores de guerra na Europa já tocavam forte, em Dezembro haveria eleições na Alemanha, onde Einstein ainda morava, o Partido Nazista faria maioria simples no Reichstag e exigiria a posse de Hitler como Chanceler. Em breve a Liga das Nações seria definitivamente enterrada e os dois missivistas teriam que emigrar. Por um preço exorbitante, inaceitável por qualquer critério, os Judeus aprenderam que dispersos, se tornam fracos. Juntos, vivendo em suas terras ancestrais podem se tornar fortes desde que fortemente armados para a guerra, pois estão cercados por países e nações preparadas para a sua destruição sem piedade.
No entanto, as palavras guerra e paz não são fáceis de distinguir, pois freqüentemente as elites falam em paz significando guerra, e guerra significando paz, como Stalin pagando a Picasso para criar um símbolo da Paz em forma de uma pomba enquanto dirigia um dos regimes mais violentos do mundo e que invadia toda a porção da Europa permitida pelos covardes acordos de Yalta, Teerã e Potsdam. Nos dois primeiros Roosevelt mostrara toda sua subserviência ao Uncle Joe e seus projetos expansionistas. Não é à toa que a ONU ainda utilize o mesmo símbolo enquanto admite em seu seio uma maioria de regimes extremamente violentos, entre eles todos os que agem de tal modo que seus objetivos supostamente pacíficos incluem necessariamente a repetição das mesmas ações de Hitler, completando seu serviço sujo.
Dentro de Israel e em todo o Ocidente quem fala em defesa da Paz promove a guerra. Seja o Paz Agora, seja os movimentos que tomam as ruas do Ocidente apenas aguçam o apetite dos povos sequiosos de guerra, conquista e destruição. É ainda Freud que diz na mesma carta ‘não tem sentido tentar eliminar as tendências agressivas do homem. Ouvimos falar que em certas felizes regiões da Terra, aonde a natureza provê em abundância tudo que o homem precisa, existem raças cuja vida se passa tranquilamente e desconhecem tanto a coerção como a agressão. Eu mal posso acreditar nisto e ficaria muito contente de conhecer mais destes seres afortunados’.
Mais adiante Freud diz algo que hoje seria controverso, por politicamente incorretíssimo: ‘... povos incultos e estratos atrasados da população já se multiplicam mais rapidamente dos que os muito cultos’ o que dificultaria o avanço do processo civilizatório, que consiste ‘num progressivo deslocamento das finalidades instintivas (para áreas mais racionais da mente) e na restrição dos impulsos instintivos’.
O Ocidente, hoje, é refém de um multiculturalismo que nivela pelo nível dos mais baixos estratos sociais a todos os povos, cultos ou incultos a todas as crenças a todas manifestações populares a ponto de ser aceito que mulheres ainda sejam apedrejadas por adultério em países muçulmanos e recém-nascidos com defeitos físicos sejam enterrados vivos pelos índios da Amazônia, em nome da “diversidade cultural” baseada no desvirtuamento da palavra cultura como alto conceito de valor. Contrariando as previsões freudianas, são exatamente os intelectuais Ocidentais, Judeus inclusive, que covardemente se submetem e se rebaixam aos níveis mais mesquinhos da condição humana para oferecer uma paz covarde, trêmula e trôpega que só estimula a guerra, concedendo de forma abjeta uma superioridade “cultural” a estes povos incultos sob domínio instintivo e deixando-se julgar por eles, por seus padrões primitivos de pensamento e conduta e sentindo-se culpados por possuírem padrões mais elevados. Esta é a única paz que, sentindo-se superiores, eles nos permitem: a paz da submissão e dos cemitérios. É por este caminho que o Islam vai conquistando a Europa e o Mundo.
Artigo publicado no jornal Visão Judaica, Curitiba, PR
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