Por Bene
Barbosa
Especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil
Comentário de LIBERTATUM: este artigo, embora se refira ao ano de 2011, continua atual. Publiquei-o porque um fervoroso fã do bandido Lampião, a quem se refere como um herói, postou um sonso comentário no vídeo com o debate entre Bene Barbosa e a pré-candidata à Presidência Denise Abreu, bem como também para homenagear a população de Mossoró, que pegou em armas pera defender a si mesma.
Comentário de LIBERTATUM: este artigo, embora se refira ao ano de 2011, continua atual. Publiquei-o porque um fervoroso fã do bandido Lampião, a quem se refere como um herói, postou um sonso comentário no vídeo com o debate entre Bene Barbosa e a pré-candidata à Presidência Denise Abreu, bem como também para homenagear a população de Mossoró, que pegou em armas pera defender a si mesma.
Em
13 de junho de 1927, Lampião aprenderia a sua mais dura lição. Não pelas mãos
da polícia, do exército ou de qualquer outra força regular do Estado, que, já
naquela época, tinha a obrigação de proteger seus cidadãos e, tal como hoje, não
o conseguia fazer a contento. A lição aprendida por Lampião foi enfrentar uma
cidade toda armada e disposta a não se entregar.
Por
ordem do prefeito Rodolfo Fernandes, velhos, crianças e mulheres foram
imediatamente retirados da cidade. Aos aproximadamente 300 homens que se dispuseram
a lutar, foram entregues armas, embora já naquela época o Governo Central
fizesse pressão para que a população fosse desarmada. Lampião, certo da sua
superioridade em armas, não hesitou em avançar sobre a rica cidade de Mossoró.
Tanta
era sua certeza que os seus cangaceiros adentraram cantarolando. O canto foi
rapidamente calado pela fuzilaria que se seguiu. Bem armados e entrincheirados,
muitos em posição elevada sobre as torres das Igrejas e no telhado da casa do
prefeito, os resistentes não tiveram qualquer dificuldade em fazer chover balas
sobre o bando de Lampião, que em pouquíssimo tempo de luta mandou seus homens
recuarem e desapareceu, para nunca mais voltar.
Quase
um século depois, em 1º de setembro de 2011, será lançada oficialmente na mesma
cidade de Mossoró a Campanha de Desarmamento, tentando, mais uma vez, fazer com
que a população se desarme. Não tenho a menor dúvida do fracasso de tal
empreitada, que resultará em mais um grande desperdício de verba pública. A
certeza vem do número divulgado pela Polícia Federal das armas entregues desde
maio - quando do lançamento nacional da atual edição da campanha - até o final
de julho: apenas 15 (quinze) unidades em toda a região.
Não
há dúvidas que o simbolismo do episódio histórico, que orgulhosamente a
população encena todos os anos na peça “Chuva de Balas no País de Mossoró”, foi
o fator decisivo para o Ministro da Justiça escolher este local de lançamento. Não faço ideia do que, quase 100 anos depois,
a população e os governantes dirão ao Ministro Eduardo Cardozo, mas tenho
certeza que se tal campanha acontecesse na véspera de 13 de junho de 1927 a
resposta do prefeito e dos 300 heróis de Mossoró seria um enorme e inconteste:
“VÁ DESARMAR É O LAMPIÃO!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Seja benvindo! Se você deseja comunicar-se, use o formulário de contato, no alto do blog. Não seja mal-educado.