terça-feira, 13 de maio de 2014

Desequilíbrio brasileiro

“O socialismo , segundo Hayek, não é apenas ou só uma questão de juízos de valor, senão também um problema técnico e científico.”

Por Armando Soares - economista

         Diz o ditado popular que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Considero meu dever como cidadão brasileiro defender a liberdade, o livre arbítrio, a propriedade privada e o Estado de Direito. Por isso vou continuar mostrando ações que comprometem esses fundamentos.

O PCdoB e PT se reuniram na capital de São Paulo com intuito de negociar acordo para dominar os rolezeiros, vadios sem rumo. A dominação começa pela filiação à entidade da UJS (União da Juventude Socialista), ligada ao PCdoB, que dirige a União Nacional dos Estudantes, covil comunista. Esses novos bagunceiros desocupados têm mais de cem mil seguidores no Facebook, daí o interesse dos partidos comunistas.


            A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), publicou em sua coluna semanal na Folha de São Paulo (19/01/2014), um artigo intitulado “Conspiração: teoria e prática”, onde sintetiza a insidiosa agenda do aparato ambientalista-indigenista no Brasil onde afirma: “A sociedade brasileira está sendo artificialmente desunida e segmentada em negros, índios, feministas, gays, ambientalistas e assim por diante. 

Em torno de cada um desses grupos aglutinam-se milhares de ONGs, semeando o sentimento de que cada qual padece de injustiças, que têm que ser cobradas do conjunto da sociedade. Que país pretendem construir? Não tenham dúvida: um país em que o Estado, com seu poder de coerção, seja a única instância capaz de deter os conflitos que ele mesmo produz; um Estado arbitrário, na contramão dos fundamentos da democracia. Não é teoria da conspiração. É o que está aí.” 

A senadora Kátia atirou certo mostrando uma realidade factual. Entretanto, seu artigo mostra uma incongruência. Sendo a senadora filiada ao PMDB, base de apoio político do governo petista, sua indignação transforma-se em gesto teatral. Acresce-se a isso que a senadora é presidente da CNA, uma fortaleza econômica que sustenta as contas do governo, portanto, com força suficiente para estancar essas ações e outras que põem em risco a propriedade privada, a liberdade e o Estado de Direito. 

Por que a senadora não aciona o seu partido e a CNA para dar um basta no que ela considera “um Estado arbitrário?” Espernear através de artigos e discursos não garante a integridade da atividade agropecuária e da propriedade. Será que os nossos poderosos ruralistas estão tão confortáveis no governo petista da Dilma a ponto de virarem o rosto para a realidade política, social e econômica?

            Retalhos da realidade brasileira. Veterano militante das redes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) no Brasil, Anivaldo Pereira Padilha, pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (o que despejou médicos comunistas no Brasil), foi usado para fins políticos. 

A Folha de São Paulo deu a conhecer um convênio assinado pelo Ministério da Saúde, com a ONG Koinonia-Presença Ecumênica e Serviço, para executar “ações de promoção e prevenção de vigilância em saúde”. A pauta prevê a capacitação e formação de 90 jovens. O valor do convênio é de R$ 199.800. O CIMI é a entidade que, por detrás da fachada da promoção de um falso ecumenismo religioso, funciona como coordenadora do indigenismo e outras formas insidiosas de interferência política em países de interesse para os seus mentores do Establishment oligárquico anglo-americano. 

Em seu livro “Quem manipula os povos indígenas contra o desenvolvimento do Brasil: um olhar nos porões do Conselho Mundial de Igrejas (Capax Dei, 2013)” os jornalistas Lorenzo Carrasco e Silvia Palacios, assim descrevem os vínculos entre tais ONGs: “Para os membros do Conselho Mundial de Igrejas, não existe lealdade a qualquer religião particular, o que, nesse ecumenismo ad hoc, permite, inclusive, que se seja agnóstico ou abertamente antirreligioso. 

Este é precisamente, o tipo de militância existente no aparato indigenista que opera no Brasil, observado em organizações como a ISA (Instituto Socioambiental, Koinonia, Ação Educativa e o próprio CIMI (Conselho Indigenista Missionário), cuja filiação à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) não passa de mera formalidade, já que suas ações são ditadas pela agenda do aparato indigenista do qual faz parte. 

Não existe qualquer indício de um genuíno trabalho missionário, buscando a evangelização ou o progresso das populações indígenas, em harmonia com os melhores interesses das nações e dos valores cristãos. Ao contrário, essas organizações “missionárias” promovem o que entendem como os interesses dos povos indígenas – em essência, preservá-los em reservas que se assemelham a “zoológicos humanos”, separados do restante das sociedades nacionais, como membros de uma humanidade abstrata, desprovida de princípios universais e vivendo em condições institucionais que antecedem a existência dos Estados nacionais soberanos. Ou seja, uma causa perfeita para promover um “humanitarismo” hipócrita, para favorecer o estabelecimento de estruturas supranacionais de “governo mundial”. O mote usado é “a humanidade acima da nação” – na realidade um “imperialismo humanitário”.” 

A Koinonia foi fundada em 1994, a partir de um desmembramento do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI), oriundo do Centro Evangélico de Informação (CEI), criado em 1964, como um centro de coordenação das operações do CIMI no Brasil. A Koinonia ficou com a incumbência dos direitos sexuais e reprodutivos, dos homossexuais e sociedades quilombolas; a Ação Educativa com os direitos humanos, igualdade étnico-racial e políticas do gênero; o Instituto Socioambiental (ISA) com as campanhas ambientais e indigenistas. 

Durante esses 20 anos foram firmados convênios, parcerias e contratos com organismos internacionais: Escritório das Nações Unidas contra Drogas e WCrime (UNODC), União Europeia, Ford Foundation (EUA), Christian Aid (Reino Unido), Church World Service (EUA), Conselho Mundial de Igrejas (Suiça), Igreja Unida do Canadá, Igreja Anglicana do Canadá, ACT Alliance, Igreja da Suécia, Canadian Foodgrains Bank, Norwegian Church Aid entre outros.

            Direitos desumanos.  A Folha de São Paulo, em 10/01/2014, no painel do leitor publicou o depoimento de um ex-juiz da infância e juventude em Montes Claros, Minas Gerais, em 1993, que define direitos humanos no Brasil. O juiz mandou prender três adolescentes, e logo recebeu a visita de uma comitiva de defensores de direitos humanos (três militantes), com ameaça de denunciar o juiz à imprensa nacional, à corregedoria de justiça e até à ONU. O juiz disse aos militantes que não precisavam ir tão longe. Chamou o escrivão e ordenou a lavratura de três termos de guarda: cada militante levaria um dos menores preso para casa, com toda a responsabilidade delegada pelo juiz. Reação dos militantes: saíram correndo do fórum. Não denunciaram o juiz, entidade alguma ficou com os menores e nunca mais visitaram o juiz. O juiz conclui afirmando que “é assim que funciona a “esquerda caviar”.

            O “mensalão” é o espelho fiel da realidade brasileira, como também da falência da moral e da fragilidade de nossa justiça, o que prova que chegamos ao “fundo do poço”. Nesse charco pútrido bandidos políticos condenados são premiados com doações de brasileiros dopados pela imundície moral. É muito cinismo e vigarice. Diante de tantas provas de imoralidade, de corrupção, de desgoverno o Brasil se resume em duas zonas: a dos inocentes, covardes e egoístas; e de um meretrício político e institucional. Triste cenário.

Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br

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