quarta-feira, 7 de maio de 2014

Escravidão por rede

“O público não quer a verdade, mas a mentira que lhe mais agrada” (Fernando Pessoa)

Por Armando Soares - economista

A mídia é uma das responsáveis pela escravidão que está sendo preparada para os brasileiros nos dias de hoje. Interessados apenas nas vantagens da propaganda que o governo oferece esqueceu sua razão de existir e da liberdade, seu oxigênio. Também, por conveniência, esqueceu que o dinheiro da propaganda do governo deriva dos lucros das empresas, das atividades econômicas em geral, de pequenos comerciantes e do salário dos trabalhadores. 


Diante dessa dependência a mídia abdicou da sua missão de guardiã da democracia, do estado de direito e, da liberdade que a imprensa precisa para justificar sua atividade. Depender do governo é sinônimo de perda da liberdade. 

O jornal Folha de São Paulo prova essa verdade com números irrefutáveis. O governo federal gastou R$2,3 bilhões para veicular propaganda em 2013. O valor é o maior já registrado desde 2000, quando começou a ser divulgado esse tipo de dado. 

Até o atual recorde estabelecido pela presidente Dilma Rousseff, o maior gasto havia sido o de 2009, sob o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com R$2,2 bilhões. Essas informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto. Em relação ao ano de 2012, o gasto do governo federal com propaganda aumentou 7,4%, acima da inflação oficial do período, que foi de 5,91%, segundo o IPCA, calculado pelo IBGE. Os valores incluem toda a administração pública direta e indireta. Ou seja, as grandes estatais estão nesse bolo de 2,3 bilhões. 

Quando são considerados só os órgãos e entidades da administração direta (ministérios e Palácio do Planalto, por exemplo), o total de 2013 foi de R$576,4 milhões, também um recorde na última década e meia. De 2012 para 2013 os gastos totais do governo com pessoal, custeio e investimentos subiram 7,2%, já descontada a inflação do período. 

Em 2010, ano em que Lula estava interessado em eleger Dilma como sucessora, os gastos da administração federal direta com propaganda foram de R$576,7 milhões. A Secom argumentou por meio de assessoria que “em 2013 o governo federal apresentou novas campanhas de utilidade pública voltadas à prevenção   de acidentes de trânsito, de combate ao uso do crack e do lançamento do programa Mais Médicos. 

O governo também justifica o aumento com o fato de que “um terço do crescimento do volume publicitário de 2013 foi puxado pelas ações dos Correios, (empresa) que completou 350 anos em 2013”. Para quem não se lembra essa empresa pública foi a que esteve envolvida diretamente no caso do mensalão, escândalo de 2005 e que envolvia o uso de agências publicitárias com contas na administração federal. 

Há, dentro do governo, também uma insatisfação com a forma de coleta desses dados. Os valores são aferidos por meio de uma cópia de cada pedido de inserção de anúncio que as agências estão obrigadas a enviar   aos veículos de comunicação no momento que dão a ordem para publicar a propaganda. Às vezes, há cancelamentos. A Secom acha que os dados “não representam necessariamente gastos efetivamente realizados”. 

A Folha apurou, entretanto, que as discrepâncias são mínimas. Os R$2,3 bilhões gastos colocam o governo federal na quarta colocação do ranking dos maiores anunciantes brasileiros em 2013. O primeiro lugar ficou com a Unilever (R$4,6 bilhões), seguida por Casas Bahia (R$3,4 bilhões) e o laboratório Genomma (R$2,5 bilhões). Os dados das empresas são divulgados pelo Ibope, que monitora esses gastos verificando o que é publicidade. 

Há distorção no que é apurado, pois o levantamento considera preços superiores de tabela dos veículos de mídia, e nesse mercado, há descontos altos, às vezes superiores a 50%. Já no caso de que é apurado pelo governo, trata-se de uma cifra muito próxima ao que aconteceu de fato. 

O valor investido por Dilma supera até a gigante do ramo de bebidas Ambev, que, segundo o Ibope, gastou R$1,8 bilhão. Quando se observa o tipo de veículo preferido pelo governo, a TV ganha com 65% do total. Os meios rádio, jornal, revista e internet ficaram com 7,6%, 7%, 6,3%, 6% do bolo, respectivamente. Os anúncios estatais na web tiveram em 2013 aumento de 22% em relação a 2012. Dilma conseguiu seu recorde: é a campeã em propaganda na história do Brasil. Não há surpresa nessa conquista. 

Os socialistas se especializaram em publicidade estatal para diminuir o impacto da corrupção produzindo uma falsa imagem do governo, e usa a propaganda explícita e subliminar para escravizar um povo ignorante e mesmos aqueles que são mais esclarecidos. A técnica, que foi copiada de Hitler, é, por exemplo, milhares de vezes a repetir a mentira até que ela se transforme em verdade, vide o caso da Petrobrás, hoje uma empresa cheia de problemas, mas anunciada dia e noite na TV, para enganar o povo, como uma empresa bem administrada e vitoriosa. 

Uma pergunta que ainda não foi respondida: por que o governo precisa de propaganda se não tem nenhum produto para vender? Governo eficiente não precisa de propaganda, o povo sabe distinguir governo ruim de governo medíocre. Exemplo: se os governos do PT, da Dilma e do Lula tivessem realizado um governo que tivesse eliminado ou diminuísse sensivelmente a bandidagem que mata milhares de brasileiros; se tivessem recuperado o setor da saúde, da educação, dos transportes, dos serviços públicos de um modo geral, certamente o povo reconheceria a eficiência do governo sem necessidade de propagandear essa eficiência.

Governo íntegro e eficiente não precisa de propaganda para se sustentar. A propaganda que o governo vem realizando e gastando bilhões de reais é um instrumento de enganação que tem o poder de anestesiar o povo e fazê-lo acreditar na mentira, o que faz lembrar Hitler que anestesiou o povo alemão. 

A soma dos gastos em propaganda do governo, mais os gastos com a construção de estádios de futebol (elefantes brancos), mais o dinheiro desviado com a corrupção, os investimentos improdutivos como o desvio do rio São Francisco e outros gastos improdutivos e eleitoreiros, representam as causas dos problemas da saúde, da educação, da pobreza, do subdesenvolvimento dos estados amazônicos e nordestinos, entre outros problemas. Roberto Campos costumava dizer que “a burrice nacional não associa o efeito às causas”. 
Falar em propaganda do governo lembra censura. Há no governo da Dilma um jornalista comunista – paradoxo inexplicável -, uma versão brasileira de Goebbels, que não pensa em outra coisa que não na censura para facilitar a implantação de uma ditadura tipo cubana. 

Esse jornalista, comunista descarado, talvez pertença ao time que preparou um plano totalitário do PT para o Brasil, que pretende reformular por inteiro a democracia brasileira, são 521 propostas indecentes no plano nacional dos direitos humanos, modelo semelhante ao da Venezuela. 


Um dos objetivos é censurar a imprensa, pois a imprensa é o pulmão do Brasil. O que deixa a todos os brasileiros estupefatos é que a mídia mesmo conhecendo das intenções do PT em acabar com a imprensa livre fica quieta em troca de propagando do governo e outros benefícios. 

O que está em jogo nesse momento no Brasil é a liberdade da imprensa e dos brasileiros, e é inadmissível que a mídia, o pulmão do Brasil, com toda a sua força fique encolhida e inerte. O cenário político brasileiro é gravíssimo diante da ameaça de o país virar uma república soviética, e não é hora para se omitir olhando apenas para interesses fisiológicos. 

Armando Soares – economista
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br

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