Por Ricardo Bergamini
Base: Março de 2014Índice de Preços ao Produtor - Indústrias de TransformaçãoÍndice de Preços ao Produtor - Indústrias de Transformação
Índice de Preços ao Produtor (IPP) de março fica em -0,22%
MARÇO 2014
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-0,22%
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Fevereiro 2014
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0,52%
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Março 2013
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0,04%
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Acumulado em 2014
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1,73%
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Acumulado em 12 meses
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7,96%
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Em março de 2014, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,22% em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em fevereiro (0,52%). Este foi o primeiro resultado negativo desde outubro de 2013 (-0,45%). O acumulado em 2014 foi de 1,73% em março, contra 1,96% em fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 7,96% em março, contra 8,24% em fevereiro.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na páginawww.ibge.gov.br/home/ estatistica/indicadores/ precos/ipp.
Cinco das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços
Em março de 2014, cinco das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços, contra 14 do mês anterior. As quatro maiores variações de março em relação a fevereiro foram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,54%), fumo (-2,01%), impressão (-1,66%) e madeira (-1,60%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de março contra fevereiro (-0,22%) foramequipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,07 pontos percentuais), fabricação de máquinas e equipamentos (-0,04 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,04 p.p.) e outros produtos químicos (-0,04 p.p.).
O indicador acumulado de 2014 atingiu 1,73% em março, contra 1,96% em fevereiro. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem refino de petróleo e produtos de álcool (5,45%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,14%), metalurgia(4,84%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,67%). Os setores com maior influência foram refino de petróleo e produtos de álcool (0,60 p.p.), metalurgia (0,37 p.p.), outros produtos químicos (0,34 p.p.) ealimentos (-0,21 p.p.).
Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 7,96% em março, contra 8,24% em fevereiro. Estes dois últimos resultados estão entre os três maiores da série, acompanhados pela variação observada em janeiro de 2010 (8,04%) As quatro maiores variações de preços ocorreram em fumo (16,12%), calçados e artigos de couro (14,49%), alimentos (11,54%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,20%). As principais influências na comparação de março contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (2,22 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (1,12 p.p.), outros produtos químicos (0,81 p.p.) e metalurgia (0,70 p.p.).
Os preços de alimentos variaram em -0,06% na comparação com fevereiro de 2014 e o acumulado no ano ficou em -1,03%. Mesmo com os resultados negativos do trimestre (ocorridos em janeiro, -1,52%, e março), os preços de março foram 11,54% maiores do que os do mesmo mês do ano anterior. É o maior resultado desde fevereiro de 2013, 11,88%. Entre os produtos em destaque em termos de influência, sobressaíram, com variações negativas de preços, "resíduos da extração de soja" (safra) e "sucos concentrados de laranja". Com variações positivas, "leite esterilizado/UHT/longa vida" e “açúcar cristal". Os quatro produtos influenciaram em -0.16 p.p. a taxa de -0,06%. Destes produtos, apenas o leite apareceu em destaque em termos de variação. Como reflexo também da seca, produtos ligados ao abate ("carnes bovinas secas, salgadas ou defumadas" e "produtos embutidos ou de salamaria de carnes, integrado ao abate") impactaram positivamente o resultado. Um efeito sazonal - o verão particularmente quente de 2014 - explicou, por sua vez, a variação positiva em "sorvetes, picolés e produtos gelados comestíveis".
A atividade de refino de petróleo e produtos do álcool registrou variação de 0,34% em março de 2014 com relação a fevereiro, seguindo trajetória positiva registrada desde dezembro. Na composição geral do índice da indústria de transformação, o setor participou com 0,04 p.p., de um total de -0,22% de todas as atividades manufatureiras. Esse resultado fez com que o índice do setor acumulado nos últimos 12 meses registrasse alta de 9,91%, subindo para a segunda posição, em termos de influência para este indicador, entre todos os vinte e três setores cobertos pelo IPP. No ano, o setor acumulou, até março, 5,45%, muito por conta da variação de 4,51% no indicador de janeiro. “Álcool etílico (anidro ou hidratado)” e “querosenes” tiveram variações positivas, enquanto “óleos lubrificantes básicos” e “naftas” registraram variação negativa. Juntos, os quatro foram responsáveis por 0,28 p.p. do indicador de 0,34% do setor.
A indústria de outros produtos químicos registrou -0,32% de variação no indicador de março em relação a fevereiro de 2014, invertendo trajetória positiva dos últimos dois meses. O indicador dos últimos 12 meses, depois de aceleração no período de dezembro a fevereiro, desacelerou em março, alcançando 7,16% frente a março de 2013. No ano, o setor acumulou 3,07%. Em se tratando dos valores de março frente a fevereiro, os produtos em destaque foram “adubos NPK”, “herbicidas”, “etileno” e “ureia”. A química inorgânica, representada mais pelos grupos de adubos e fertilizantes e seus intermediários, apresentou variações negativas. O mesmo aconteceu com a química orgânica, sobretudo no grupo dos petroquímicos básicos. Variações positivas, no entanto, foram observadas nos defensivos agrícolas, caso dos “herbicidas”. A influência, somada, dos produtos em destaque, foi de -0,41 p.p. Na comparação com março de 2013, todos os produtos registraram variação positiva em março de 2014.
O resultado de março de 2014 de metalurgia foi negativo em 0,27%, o que contribuiu para que a variação acumulada nos últimos 12 meses chegasse a 9,03% (terceira maior variação desde o início dos levantamentos) e de 4,84% no primeiro trimestre do ano, resultado mais expressivo do IPP para este setor desde o início da série. No mês de março, três dos produtos com maiores variações de preços tiveram resultados ligados à metalurgia do aço, mais especificamente pertencentes à produção de laminados: “barras de outras ligas de aços, exceto inoxidáveis”, “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”, ambas com variação positiva, e “chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos” com variação negativa. O quarto produto, “barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre”, pertencente à metalurgia dos metais não ferrosos. Entre estes produtos apenas “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” não apareceu entre os quatro produtos mais significativos na influência no mês, sendo substituído por “alumínio não ligado em formas brutas” com variação/influência negativa. Ainda em relação à influência no mês, os quatro produtos em destaque na influência contribuíram com um resultado negativo de 0,54 p.p. no resultado do mês. Nos acumulado em 2014 e em 12 meses, os quatro produtos destacados foram os mesmos, além de serem também os de maior contribuição: “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”.
Em março de 2014 frente a fevereiro, o setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticosregistrou queda nos preços de 2,54%. Neste mês, três dos quatro produtos com maiores variações de preços tiveram resultados negativos, são eles: “cartões inteligentes – smart card”, “monitores e projetores para computador” e “televisores”. O único representante entre os produtos de maior variação de preços, com resultados positivos, foi “relógios de pulso ou de bolso”, o único não selecionado entre os de maior influência no mês — substituído por “telefones celulares”, o qual teve uma variação negativa de preços. Ainda em relação à influência no mês, os quatro produtos em destaque na influência contribuíram com -2,80 p.p.. Analisando ainda os quatro produtos com maior influência nos resultados do ano, foram dois produtos com resultados negativos (“cartões inteligentes – smart card” e “monitores e projetores para computador”) e dois com resultados positivos (“rádios receptores para qualquer uso, mesmo combinados com outros aparelhos” e “medidores de consumo de eletricidade”). O acumulado no ano indica variação negativa de 0,55%; bem superior ao registrado no acumulado de 2012 que apresentou uma variação negativa de 2,80%. Finalmente, entre os quatro produtos com maior influência nos resultados dos últimos 12 meses, apareceram dois produtos com resultados negativos (“cartões inteligentes – smart card” e “televisores”) e dois com resultados positivos (“telefones celulares” e “medidores de consumo de eletricidade”). O resultado dos últimos 12 meses indica variação positiva de 1,40%, uma queda significativa em relação ao resultado de fevereiro (4,92%).
A atividade de fabricação de máquinas e equipamentos registrou -0,96% de variação em março relativo a fevereiro, intensificando trajetória registrada no mês anterior, cuja variação havia sido de -0,48% frente a janeiro. Com os dois resultados negativos consecutivos, o acumulado do ano chegou a -0,30%. No entanto, apesar da desaceleração recente, o indicador de 12 meses registrou variação positiva de 5,52%. Os quatro produtos de maior destaque no indicador mensal somaram -1,06 p.p. de um total de -0,96%. Do grupo de motores, bombas e compressores, “válvulas, torneiras e registros” foi o único a apresentar variação positiva. Os aparelhos de ar condicionado, tanto no produto “ar condicionado para uso central”, quanto “aparelhos de ar condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis”, indicaram queda de preços em março. Do grupo de tratores e máquinas agrícolas, o produto “tratores agrícolas” apresentou variação negativa. Seguindo tendência do indicador mensal, o acumulado do ano, no que tange aos produtos em destaque, também teve, em sua maioria, variação negativa. Os destaques ficaram por conta dos “tratores agrícolas”, “aparelhos de ar condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis”, que já eram destaque no indicador mensal, além de “máquinas e aparelhos para projetar, pulverizar, ou irrigar, para uso agrícola” e “rolamentos de esferas, agulhas, cilindros ou roletes”. O cenário se assemelha no indicador de 12 meses, à exceção do produto “máquinas e aparelhos para projetar, pulverizar ou irrigar”, que dá espaço aos “tornos”.
Ao contrário dos resultados de janeiro e fevereiro, a fabricação de veículos automotores registrou variação negativa de 0,15 % na comparação de março com o mês anterior. Com isso, o acumulado no ano caiu para 1,56%. Com relação aos últimos 12 meses, a atividade ficou em 3,71%. Os produtos de maior impacto na comparação com o mês anterior foram “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, com resultado positivo, e “peças para motor de veículos automotores”, “chassis com motor para ônibus ou para caminhões” e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques”, com resultados negativos. Esses produtos representam -0,12 p.p. na comparação com o mês anterior. No acumulado de 2014, “motores de partida para motores de explosão” apresentou resultado negativo em março. Já “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caixas de marcha para veículos automotores” e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” apresentaram resultado positivo. Os produtos de maior impacto no acumulado em 12 meses tiveram todos resultados positivos: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “peças para motor de veículos automotores”, “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”.
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