quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O indivíduo e o coletivo

“Os homens são diferentes em suas virtudes, se possuírem alguma, mas são semelhantes em seus vícios.”
(Ayn Rand)
                

A luta do homem historicamente sempre foi para produzir e criar com liberdade. A esse caminho sempre se opôs o coletivo, o comunismo, o parasitismo e o socialismo. Essa luta se fez sentir em vários países e momentos históricos. Há países que na sua construção priorizaram o valor individual, outros priorizaram o coletivo. Os Estados Unidos da América é exemplo de país que sempre defendeu o princípio da liberdade individual e, pois, a sociedade livre, da qual a economia de mercado constitui o escudo e a base de suporte. Diferente da União Soviética e Cuba que são exemplos da valorização do coletivo, ou seja, do comunismo.

                Os países coletivistas justificam sua preferência pela necessidade de coerção total, por ser o melhor caminho para atingir a liberdade. Segundo esses libertários as avessas, as pessoas fazem estardalhaço demais a respeito da liberdade, que segundo eles é uma palavra vaga e superabusada. Os comunistas, que acham que todas as pessoas são idiotas, afirmam que a felicidade só se alcança em uma sociedade regulada que tivesse um padrão definido e uma forma unificada. Ninguém teria que fazer nada, exceto trabalhar para o bem comum. Essa política e filosofia são as que os comunistas mal intencionados veem impondo ao Brasil e usam para esse fim o dinheiro gerado da criação de quem produz individualmente. Essa política está criando parasitas que dependem dos outros, pois nada produzem. Não se trata de outra coisa senão uma armadilha para pegar os incautos. O certo não é criar nada, mas é dar. Como alguma coisa pode ser dada antes de ser criada? A criação, portanto, precede a distribuição, e não o contrário. Essa estupidez só cabe na cabeça de desajustados. Na realidade toda essa tolice é para justificar o inchaço do Estado que nada produz. Trata-se de uma maneira de usar o dinheiro público para outros fins inconfessáveis. O Estado, para poder manipular o dinheiro e o eleitor sustenta os parasitas com o trabalho gerado pelo individuo criador. Essa é a mágica.

                O Brasil foi construído com uma preocupação de tirar proveito do governo, de aliviar o sofrimento dos outros para disfarçar do seu ato imoral, de não criar nada importante, de não enaltecer o indivíduo, esquecendo que o sofrimento é uma doença, ou seja, é uma filosofia perversa que precisa que os outros sofram para que existam virtuosos. É da alma comunista, socialista e coletivista convencer as pessoas que o altruísmo é o único princípio moral mais importante que a liberdade, o único caminho para a liberdade, isto porque, eles justificam que a liberdade é um conceito obsoleto. Para eles o futuro de uma coletividade depende da coerção e é burrice falar em escolha pessoal. Portanto, não existe uma pessoa, existe apenas uma entidade coletiva. Os comunistas controlam as massas sabendo que são volúveis e sem cérebros, por isso fácil ser lideradas. Os comunistas, os coletivistas se especializaram em conduzir as massas ignaras. Para os comunistas só o coletivismo se presta para atender as necessidades das pessoas, as vantagens pessoais devem ser eliminadas para não atrapalhar o processo escravocrata. A construção da América do Norte é a prova maior que o individualismo é o melhor caminho, e, por isso se transformou em um país de maiores conquistas, de maior prosperidade e de maior liberdade, tudo baseado no direito do homem de buscar a felicidade, a sua própria felicidade, não a de qualquer outra pessoa.


                O Brasil, em razão de um passado político vergonhoso, herdou coisas muito ruins. Uma delas foi ter se tornado o reinado do coletivismo e o reinado do parasita que vive à custa dos outros. Esse comportamento levou os homens a um nível de indecência intelectual nunca igualado em nenhum outro momento histórico do país, e está causando horror e espanto numa escala social sem precedentes. Essa herança política envenenou e está envenenando grande parte das mentes e engoliu a maior parte do Brasil. O indivíduo liberto do coletivismo não reconhece nenhuma obrigação para com os outros homens, com uma única exceção: respeitar a sua liberdade e não participar de nenhuma maneira em uma sociedade escravocrata. Criador e parasita se enfrentam desde os primórdios da história. Na invenção da roda pelo criador, pelo inventor, o parasita reagiu e inventou o altruísmo. A reação do criador foi perseverar e seguir adiante com a sua energia carregando toda a humanidade com ele. A tarefa do parasita foi contribuir com obstáculos. O ‘bem comum’ do coletivo, da classe, do Estado foi justificado para substituir todas as tiranias estabelecidas sobre os homens. Entretanto, os maiores horrores da história foram cometidos em nome de motivos altruísticos, do ‘bem comum’. Onde está a culpa: na hipocrisia dos altruístas ou na natureza do seu princípio? Os piores carrascos foram os mais sinceros porque acreditavam na sociedade perfeita era alcançada através da guilhotina e do pelotão de fuzilamento. Ninguém questionou o seu direito de matar porque matavam por motivações altruístas. A ideia de que o homem deve ser sacrificado para benefício de outros estava estabelecida. Os atores mudaram, mas o curso da tragédia permanece o mesmo. Humanitários que começam declarando seu amor pela humanidade acabam produzindo banhos de sangue. Assim foi e assim será enquanto se acreditar que uma ação é boa se for altruísta. Essa crença dá ao altruísta permissão para agir e forçar suas vítimas a sofrerem caladas. Os líderes dos movimentos coletivistas não pedem nada para si mesmos, mas a realidade mostra os resultados dessa enganação.


                Parasitas e coletivismo lembra um desastre histórico paraense recente, o do esforço de jovens empresários paraenses, que no início de 1968 tiveram a iniciativa e coragem para criar um polo industrial em Belém, esforço destruído por parasitas burocratas de órgão de desenvolvimento governamental, ou seja, o Estado coletivista destruindo a criação de indivíduos. A maior perda não foi do empresário, mas da sua criação, do Pará que ficou privado de desenvolvimento, e, por causa, sofre até hoje de doenças sociais, com destaque para a pobreza. Nasceu nesse momento o Centro das Indústrias do Pará – CIP, em 1966, com objetivo de defender os legítimos interesses dos industriais, uma vez que eles não podiam contar com o apoio da Federação das Indústrias do Pará – FIEPA, em razão de exigências legais, como da existência de sindicatos. O CIP, portanto, não dependia de sindicatos e muito menos de recursos públicos, fator limitativo da FIEPA para lutar em favor das indústrias. O CIP lutou contra a tentativa de extinção dos incentivos fiscais; contra um sistema de crédito ineficiente e imperfeito; contra a pobreza. Produziu corajosamente Memoriais contendo reivindicações dos novos industriais entregues pessoalmente aos Presidentes Castelo Branco e Costa e Silva. Idealizou e realizou com o apoio do Governador Alacid Nunes, duas Missões Econômicas ao Sul e Sudeste, para arrecadar recursos dos inventivos fiscais ao BASA e SUDAN. Em razão da excelência de seu trabalho, o CIP teve o reconhecimento do governo brasileiro através do Coronel Jarbas Passarinho, então Ministro do Trabalho, premiando com a Medalha de Honra do Mérito do Trabalho, o CIP, através de seu presidente Armando Soares. Mais uma vez, se prova, que o Pará teve o seu desenvolvimento prejudicado pela ação estúpida do coletivismo e de mentes doentes e tacanhas. 

Armando Soares – economista


Soares é articulista de LIBERTATUM

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