quarta-feira, 6 de maio de 2015

Cada povo tem o cenário que merece


“Quem só viu a miséria do homem não viu nada, é preciso ver a miséria da mulher, mas quem só viu a miséria da mulher, nada viu, pois é preciso ver a miséria da criança.”
(Os Miseráveis, de Victor Hugo)
         Por Armando Soares       





                        Nenhum político, nenhum administrador, nenhum governante constrói sozinho ou com poucos bajuladores uma região do tamanho e grandeza da Amazônia e do Brasil. Essa é uma tarefa para muitas pessoas, que envolve famílias, e homens e mulheres conscientes. País desenvolvido é o produto de um povo trabalhador, instruído, com visão de futuro e livres, assim mostra a história. Homens escravizados por ditadores, populistas, sem liberdade, individualidade e mantidos pela escravidão benemerente refletem estagnação, pobreza, sofrimento, infelicidade; trabalham para a produção armas de destruição e a pouca riqueza que criam é apenas para sustentar exércitos, ditadores e aproveitadores. Essa verdade provam a tirania cubana, soviética, chinesa e outros países comunistas e populistas. Estagnação econômica, repressão, ausência de liberdade de ação, escravização é cenário típico de assassinos brutais e de populistas.

                Todas as nações ricas, desenvolvidas e com qualidade de vida foram construídas por sociedades livres, empreendedoras que priorizaram o conhecimento e a liberdade, por isso sempre tiveram governantes desenvolvimentistas. Comunistas e socialistas propagam que o comunismo e o socialismo superam o capitalismo e uma economia de mercado. Se verdade fosse Cuba, União Soviética e China (antes de aderir ao capitalismo) seriam paraísos econômicos. Entretanto, todos os países comunistas sucumbiram, estagnaram, geraram pobreza, discriminação e autômatos, indivíduos sem iniciativa, subjugados. China e Rússia só se desenvolveram após abandonarem o comunismo e aderirem ao capitalismo, enquanto Cuba, Coreia do Norte e Venezuela comunistas continuam na sua marcha fúnebre, sem horizonte e dependente de favores de outros povos, gastando o pouco que produzem na manutenção de exércitos e fabricação de armas.

                O que causa perplexidade e estranheza no Brasil é a facilidade com que o povo se joga como sempre se jogou nos braços de populistas aventureiros, de corruptos, de guerrilheiros e de comunistas sanguinolentos, gente que não mede consequências para atingir seu objetivo, como o de utilizar o Brasil para negociatas, com o silêncio dos pobres sustentados por programas enganosos, estratégia para eternizar no poder e enriquecer títeres. Será que as pessoas manipuladas por bolsas eleitoreiras sustentadas com o dinheiro do trabalho suado do brasileiro, alguma vez já pararam para pensar no seu futuro, dos seus filhos e netos? Manter o pobre permanentemente na pobreza com bolsas esmolantes não erradica a pobreza, cria apenas guetos que alimentam currais eleitoreiros. Esse tipo de benemerência vicia, promove a sonolência econômica e produtiva e cria mortos-vivos dependentes do “patrão” governo. Quem quiser sair da pobreza, de uma vida econômica limitada deve exigir do governo, não esmola, mas transferência de conhecimentos através de boas escolas profissionalizantes. Conhecimento, conhecimento e mais conhecimento, tudo mais é enganação, politicagem e escravização. O Pará, estados amazônicos e nordestinos sofrem porque o povo não recebe transmissão de conhecimento, por isso continuam pobres gerando um processo de crescimento geométrico social explosivo. Que racionalidade e igualdade são essas que se tira dinheiro, renda de quem produz e trabalha para manter milhões de pessoas preguiçosos que não trabalham, e que nunca vão poder arranjar emprego em razão de sua ignorância e dependência de esmolas. Manter regiões ricas como a Amazônia subdesenvolvida faz parte dessa política escravagista e degradante. Os amazônidas, a continuar esse cenário político e econômico onde ainda prevalece a atividade primária e de coleta, adquirir qualidade de vida nem no curto e médio prazo. Os amazônicos, ao que parece gostam de viver de lendas e de milagres ignorando o desenvolvimento econômico. A fixação em preservar a floresta amazônica imposta por ONGs estrangeiras se inclui no imaginário, na lenda do Saci-Pererê e da suposta tribo das amazonas. É difícil se encontrar na construção de civilizações um povo que tenha priorizado o irreal, a quimera, o produto da imaginação, a fantasia, o absurdo, e a incongruência, em troca do seu próprio desenvolvimento. Qual o país que se desenvolveu com uma política ambiental tipo brasileira? Isso é demência pura. Praticar a falsa caridade alimenta ainda mais a pobreza e a dependência. 



A verdade doída é que o amazônida está viciado em ser colonizado e em ser reduzido a “João ninguém”. O programa “bolsas” do governo é apenas uma farsa, apenas um oxigênio eleitoreiro, que não acaba com a pobreza, mas a institucionaliza para a glória dos mercadores da vida que idolatram o poder e dólares. Os amazônidas aprisionados no tempo pelo subdesenvolvimento, como qualquer escravo, não percebem que estão vendendo sua alma em troca de um assistencialismo degradante. A reversão desse quadro passa necessariamente pela retomada do espirito de conquista de quando da ocupação da Amazônia, no período exploração da borracha e da conquista do Acre da Bolívia. Estender as mãos para corruptos e comunistas é o mesmo que entregar a alma ao diabo, ao “patrão e coronel governo”. Governo, por melhor que seja não substitui a livre iniciativa, o livre arbítrio, e quem deles abrir mão se torna escravo. É bom lembrar que a Amazônia ficou esquecida durante anos do poder central, quando efetivamente foi conquistada e dominada, apesar de sua imensidão florestal, exclusivamente por amazônidas tendo a frente os nordestinos chegados à região famintos e pobres. Depois dessa inédita epopeia única no mundo, o amazônida vai abrir mão do seu espírito guerreiro e desbravador e entregar como está entregando a região para estrangeiros e comunistas oportunistas? Os recursos naturais, as riquezas amazônicas, se exploradas racionalmente podem afastar da região definitivamente a pobreza humilhante. Por que abrir mão dessa condição para se submeter a políticas públicas venais e indecorosas, que pretendem transformar a região num grande almoxarifado internacional? É preciso acabar com o gesto humilhante estender a mão e reagir.

                Nenhum governo, o melhor que seja, liberta e desenvolve um povo. Essa é uma tarefa de cada um dos amazônidas. O Pará é, talvez, o estado mais rico da Amazônia, mas continua pobre e subdesenvolvido. A bem da verdade não é o ambientalismo, o americano, o inglês que obstaculiza o desenvolvimento? A causa principal é o paraense e os que adotaram o Pará. Eles não sabem brigar por seus interesses e por um desenvolvimento seguro e permanente. Todos vivem reclamando e discursando em gabinetes, mas quando convocados para uma reação contra as travas políticas, ambientalistas e dominadoras do Estado, todos se encolhem e tudo fica na mesma. Tomem por exemplo, a questão das invasões de propriedade produtivas por baderneiros, uma questão que se arrasta anos após anos sem solução, prova de uma grande anomalia, uma afronta aos legítimos direitos de propriedade privada; tempo suficiente para que governos, justiça e ministério público pusessem ordem e respeito à lei. Sabemos que nada concreto foi feito para evitar novas invasões e desrespeito à lei. O que isso quer dizer na prática? Ausência de governo e de autoridade que promove o fortalecimento da bandidagem. Se não existe governo, não existe ordem e lei, e como consequência, Estado de direito imperando o caos, realidade que exige uma tomada de posição contundente dos prejudicados e não contemporização a espera de um milagre impossível de acontecer.   
                 
Armando Soares – economista



Soares é articulista de LIBERTATUM

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