domingo, 18 de dezembro de 2011

Senado aprova projeto que obriga comprador a definir antecipadamente preço do leite que sai das propriedades


Senado cria lambança variante da política de preços mínimos e irá prejudicar toda a população. 

Por Klauber Cristofen Pires
Este artigo vem comentar a tremenda idiotice que o Senado, pródigo no atendimento a grupos de interesses particulartes, acabou de fazer: proibir pagar preços diferenciados aos produtores e estabelecer datas antecipadas para estipulação dos preços.
 
Quando você vai ao supermercado, encontra várias marcas de leite, cada qual com diferenças de preço e qualidade, não é? A isto dá-se o nome de economia de mercado. 
 
Você também já deve ter sido confrontado com ofertas mais vantajosas em troca de adquirir uma certa quantidade mínima de um certo produto, certo? A isto se dá o nome de economia de escala.

Como ensinado de forma magistral pelo economista Ludwig von Mises, a razão do fracasso das economia socialistas assenta-se basicamente na impossibilidade de aferir preços. Os preços são para a escala das oportunidades o que os graus Celsius representam em um termômetro. É por meio dos preços que os consumidores e comunicam com os fornecedores. 
 
Os fornecedores dizem aos consumidores: "-Neste ano houve muita geada: sejam comedidos com o consumo de feijão" e os consumidores respondem: "queremos mais feijão! Plantem mais feijão" ou "Não há tanto problema, estamos gostando de lentilhas".
 
Quando um fornecedor consegue plantar feijão em maiores quantidades e sob custos mais reduzidos, os consumidores respondem: "- Parabéns! Preferimos o seu feijão aos dos concorrentes".  

Há claras diferenças de qualidade entre duas marcas de leite. Há certas marcas que sinto um certo gosto de...capim! (É sério!). Pode ser pura imaginação ou preconceito da minha parte, mas tal é o fato que me orienta a adquirir o produto do concorrente.
 
Como muitos consumidores, eu estou apenas exercendo o meu direito. Algumas pessoas com renda mais alta que a minha preferem comprar a marca mais cara, e possivelmente a mais saborosa e nutritiva; eu prefiro comprar o melhor leite possível pelo preço mais baixo possível e há pessoas que precisam comprar o leite mais barato, atribuindo uma ao sabor uma importância bem reduzida. 
 
Ao fazermos isto, estamos realizando nossas escolhas segundo as prioridades que elegemos. São nossas escolhas o que fazem com que todo o mercado funcione da maneira como nós queremos, e este mercado não é intransigente: ele há de atender tanto os exigentes consumidores ricos, na proporção em que estes consomem, bem como assim os de classe média e os menos abastados. 
 
Se mais leite do tipo caro fosse produzido, haveria uma má alocação de recursos na economia, faltaria leite aos mais pobres e toda a população, incluídos os ricos e os de classe média, experimentaria uma queda geral no seu padrão de vida. Se nenhum leite do tipo mais caro fosse produzido, a população mais rica não usufruiria das benesses de sua condição, o que significaria que igualmente provaria uma queda geral no seu padrão de vida.

O que o Senado tem feito com relação ao mercado produtor-distribuidor é uma indevida e desastrosa intromissão. Na prática, está estabelecendo uma variante da política de preços mínimos, cujas consequências vamos todos sentir lá nas gôndolas dos supermercados, sob duplo efeito: primeiro, o leite vai ficar mais caro para todos; e segundo, as diferenças de preços vão diminuir, o que provocará a confusão dos consumidores. 
 
Isto provavelmente vai resultar em uma tendência rumo à escolha pelas marcas mais caras, o que irá aumentar ainda mais o preço geral do leite, o que prejudicará sobretudo os mais pobres, bem como sobrará do leite mais barato, o que reduzirá a produção total de leite, e portanto, vai contribuir para aumentar - ainda mais - o preço geral do produto. 
 
Toda esta lambança o Senado está fazendo para privilegiar os produtores, às custas de toda a população. Além dos copnsumidores, serão punidas as empresas mais ágeis em negociar preços mais baratos junto aos produtores e serão punidos também os produtores que produzem leite de melhor qualidade.

Lá vai a notícia tal como veiculada pela Agência Brasil:

 
 
Pois, o nosso sapientíssimo Senado prefere desprezar o direito de escolha dos consumidores para imp-lementar mais uma vairedade de preços mínimos. O resultado, inexorável, será a perda de produtividade das empresas mais

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Senado aprovou hoje (15) o projeto de lei que proíbe que empresas de beneficiamento e comércio de laticínios façam diferenciação de preços pagos pelo litro de leite entre os produtores. Além disso, de acordo com a proposta, as empresas devem informar até o dia 25 do mês anterior à entrega o preço que será pago pelo litro do produto.

O projeto do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) foi aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA) em caráter terminativo, sem necessidade de ir a plenário. A proposta prevê que as empresas que não informarem quanto pagarão pelo leite até o dia 25 do mês anterior deverão pagar o maior preço encontrado no mercado.

Se for constatada a prática de preços diferenciados para os pecuaristas fornecedores, as empresas de beneficiamento e comércio de laticínios estarão sujeitas ao pagamento de indenizações aos produtores prejudicados.

A informação antecipada do preço que será pago pelo leite no mês seguinte deve permitir ao produtor optar por outro comprador, negociar o valor e planejar melhor os custos de produção, investindo mais ou menos em insumos, dependendo da renda esperada.

Edição: Vinicius Doria

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