O relato emocionante e envolvente deste livro fez com que eu o lesse todinho durante apenas um vôo. Bom, pelo menos foi um vôo de cinco horas, hehe.
Sobrevivi para contar - O poder da fé me salvou de um massacre, conta a história de Imaculée Ilibagiza é a mulher de etnia tutsi que, aos 22 anos de idade, sofre a perseguição do holocausto protagonizado pelos hutus em 1994 na Ruanda, tendo sobrevivido graças à compaixão de um pastor hutu que a escondeu dentro de um apertado banheiro de 1x1,5m com mais seis mulheres e meninas. por mais de três meses.
Católica fervorosa, suportou as piores agruras da falta de espaço, do silêncio forçado, da fome que a deixou com apenas com 29 quilos, das enfermidades febris e especialmente do terror dos fanáticos que faziam constantes buscas na casa do seu protetor, tendo até mesmo ouvido gritarem por seu nome.
Em um momento extremo, quando os seus perseguidores estavam por descobrir a porta do banheiro que estava oculta por um armário que foi posto à sua frente, afirma ter visto uma cruz em forma de uma intensa luz branca, a selá-la.
A sua história guarda bastante identidade com a obra de Viktor Frankl, "Em Busca de Sentido - Um psicólogo no Campo de Concentração", de tal modo que possivelmente não seja por acaso que o livro, editado por Steve Erwin, cite-lhe nos seguintes termos: "Se não podemos mudar uma situação, mudar a nós mesmos se torna o desafio".
Embora a obra concentre-se primordialmente sobre o drama pessoal vivido pela protagonista, tangencialmente nos informa sobre as possíveis causas que deram origem ao sangrento conflito: a colonização germânica, seguida pela belga, ambas inspiradas pelas idéias eugenistas e contistas-estatistas que deflagraram as mesmas desgraças na Europa, determinando aos povos nativos que fossem classificados segundo suas respectivas etnias, para as quais os governos coloniais privilegiavam umas a outras com cargos na admnistração e acessos às melhores escolas e outros bens públicos.
Não perca este livro: Sobrevivi para contar - O Poder da fé me salvou de um massacre - Editora Objetiva (2010), tradução de Sonia Sant'Ana.
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