terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Senadora Republicana nos EUA quer proibir pobres de comer chocolate e salgadinhos


Até as intervenções estatais positivas geram um processo infinito de distorções e escravidão.
Por Klauber Cristofen Pires

Nos Estados Unidos, vigora uma programa assistencial federal, o Supplemental Nutrition Assistance Program – SNAP, ou em português, “Programa de Assistência de Nutrição Suplementar”, que se assemelha ao antigo programa do leite, instituído pelo então presidente José Sarney. Na versão americana, é destinado para a compra de alimentos em geral por famílias de baixa renda.
O caso que adiante desenvolvo há de oferecer ao leitor mais um exemplo cabal de como as intervenções estatais – mesmo as positivas – sempre acabam gerando deturpações e com elas mais interferência estatal por sobre as vidas privadas dos cidadãos, sendo a culminância deste processo um estado de completa escravidão.
Naquele país, a senadora republicana Ronda Storms tem proposto a proibição de aquisição de alimentos considerados não-saudáveis, entre eles os salgadinhos, doces e refrigerantes com o dinheiro do benefício governamental.
Obviamente, a categorização do que seja ou não saudável também passa por acalorada discussão: ainda me lembro de uma certa feita em que uma simpática promotora me abordou em um supermercado com este apelo tão subjetivo, ao que respondi que sim, que sou adepto da alimentação “saudável”, muito embora isto possa significar para mim um grupo de alimentos pra lá de diferentes daqueles que ela gostaria de me apresentar. Vejam só a que ponto chegamos: hoje em dia, as classificações das coisas já são dadas com o julgamento de valor embutido! Antigamente as pessoas costumavam ser mais honestas e se referiam a isto ou aquilo de forma mais objetiva: este é um alimento vegetal, esse é um alimento gorduroso, aquele é um alimento rico em fibras.
Voltemos ao assunto que nos interessa: a esquerda sempre vem com o papo da exclusão social. Todavia, pobreza não é uma condição de exclusão. Pobreza é um estado de relativa carência. Exclusão, sim, é proibir formalmente ou por meios eivados de desvio de finalidade que alguém possa buscar por seus próprios meios conseguir algo em sua vida. Assim, o salário mínimo é que é uma forma de exclusão, pois jamais ele proporcionou um único posto de trabalho: somente o que faz é proibir alguém cuja produtividade valha menos de ser contratado por um valor abaixo do estipulado em lei. E assim também com o trabalho infantil, com os Conselhos de Classe, e com praticamente todos os quase mil artigos da CLT e outros tantos da legislação complementar.
A esquerda, sob pretexto de incluir, acaba sempre excluindo, só que por sua vez é pra valer! É para dar cadeia aos resistentes!
É nesse contexto que esta análise avança, ao discriminar entre pobres e ricos, pois o rico pode, com seu próprio dinheiro, escolher comprar aquela barra de chocolate, enquanto o pobre que vive de vales distribuídos pelo estado passa a ser obrigado a adquirir aquilo que o estado disser que ele deve comprar.
Nas palavras da própria senadora – e olhem que ela é republicana, hein(!) - , que o jornal Los Angeles Times comparou à Maria Antonieta: "They can have cake," she replied. "You can buy flour, eggs and sugar, and that makes a cake. I make my kids their own cakes." (“Eles podem ter bolo”, ela respondeu. “Você pode comprar farinha de trigo, ovos e açúcar, e com isto se faz um bolo. Eu faço para os meus filhos seus próprios bolos”).
Não se contentem com tão pouco. Com uma lei que emita restrições ao consumo, é óbvio que terá lugar um mercado negro, do mesmo tipo que no Brasil aceita vales-transporte como dinheiro para qualquer coisa, com o infeliz resultado que os beneficiários haverão de praticar a troca de seus tickets por dinheiro com deságio. No frigir dos ovos, eles continuarão a comprar doces, salgadinhos e refrigerantes, mas agora então em menor quantidade.
O que as pessoas precisam para fazer as escolhas corretas - ou as mais corretas possíveis - com relação não só à alimentação, mas a tudo na vida, é que sejam livres para produzir e adquirir e que sejam responsabilizadas por suas decisões. O resto é um redemoinho infinito de tributação, benefícios indevidos, corrupção, desvios, comportamentos alternativos, proibições, fiscalização, multas e prisões.


Um comentário:

  1. O problema todo é comer bolinhos, salgadinhos, etc. com o dinheiro público e depois ir se tratar das doenças que eles causarão também com o dinheiro público. NEM UM COISA NEM OUTRA DEVERIA ACONTECER. Que comprem o que quiserem com o dinheiro ganho trabalhando e que se tratem depois também com o dinheiro ganho trabalhando, e não às custas do contribuinte.

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