Os seguidos escândalos do Enem sempre
foram previsíveis. Fazem parte do processo de estatização do
ensino e de qualquer coisa. Sempre foi assim. Sempre será assim.
Por Klauber Cristofen Pires
Estive lendo nos jornais sobre a
coletânea de absurdos que o tal Exame Nacional do Ensino Médio –
ENEM já produziu. Desvio de provas, banco de questões insuficiente,
seletividade ideológica, incompetência, fraude, negligência,
facilitações, e por cima de tudo, o mais vetusto analfabetismo
(digo dos professores e organizadores: da massa de alunos nem sequer
comento...)
Conclusão? Nada surpreendente, para
certo alívio ao Sr Fernando Haddad. Se incompetência tem havido em
sua gestão, melhor será resumi-lo ao modelo que escolheu. Não que
esteja eu a defendê-lo, mas o caso é que, quem quer que venha em
seu lugar, cometerá mais ou menos os mesmos erros ou quiçá, até
piores. Simples assim.
Por causa da mais extrema babaquice
esquerdista-petista, para um módico exame escolar é necessário
colocar em operação um dispendiosíssimo aparato que se assemelha
em vulto ao realizado pelo sistema judiciário eleitoral, mas que lhe
ultrapassa em muito em complexidade.
Sim, caro leitor, porque com o sufrágio
universal a complicação envolve a contagem dos votos e em alguns
casos, a discussão sobre a elegibilidade de um ou outro candidato.
Já com o Enem cada uma das questões tornar-se-á objeto de
contenda, isto sem dizer sobre o vazamento de informações e o
problema com impressão e distribuição de material. A quantidade de
informação produzida é tal que somente uma gigantesca comissão de
revisão poderá atender à demanda, e levando em conta que é
humanamente impossível a um só grupo atender a todos os
requerimentos, isto significará a possibilidade de haver
disparidades, pois que diferentes estudantes terão suas provas
revisadas por diferentes subgrupos.
Uma indústria será criada em torno do
exame: os professores que tiverem formulado questões serão
guindados à condição de celebridades supremas, e elaborarão
livros e cursos “on line”; as escolas particulares pagarão
salários altíssimos para descobri-los e contratá-los. Suas
convicções pessoais sobre temas não objetivos serão promovidas a
verdades incontestáveis. Será criada uma jurisprudência escolar!
As dimensões colossais do Enem
propiciarão a multiplicação das fraudes, porque serão mais
convidativas, dado que os ganhos de escala estimularão as técnicas
ilícitas mais arrojadas, que por sua vez exigirão os cuidados mais
apurados por parte dos fiscais, o que aumentará mais ainda os custos
dos eventos. Na esteira, entrarão em cena as polícias estaduais e a
Polícia Federal, os promotores e o Ministério Público e o Poder
Judicial, cada qual com o seu poder de emperrar um pouco mais todo o
processo.
Aff, e dizer que minhas dúvidas de
redação eu resolvia com a minha professora...
Enfim, não há uma solução razoável
para este dinossauro estatal, a não ser virar fóssil. Entretanto,
isto significa o extermínio do próprio MEC e de seu crucial
objetivo de tomar as crianças dos seus pais para formatarem seus
cérebros e embutirem neles o programa operacional do marxismo
petista.
Isto significa que somente uma grita
geral da população poderá dar um fim a este procedimento caríssimo
e absolutamente desnecessário. Já passa da hora!
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