Tenho
estudado a mente esquerdista no período em que fiquei sem postar, e
elaborei um framework que facilita o entendimento de todo o sistema
de pensamento deles.
Embora
não seja uma inovação em relação ao que Olavo de Carvalho
descreveu sob a forma de mentalidade revolucionária, eu fiz um pouco
diferente.
Enquanto
Olavo define cinco atributos da mentalidade revolucionária, eu cito
apenas 3 atributos do discurso dos adeptos da esquerda. Mas, para
suporte a esses 3 itens, existem 21 estratégias, e cada uma das
estratégias pode conter uma ou mais técnicas.
A
vida do esquerdista funcional passa a ser multiplicar o discurso,
executar algumas estratégias, e em cima disso elaborar técnicas.
Todas
essas técnicas são, na verdade, fraudes intelectuais, e a partir
daí o exercício do conservador cético (rótulo que trarei em
futuros posts, definindo uma nova perspectiva da visão conservadora)
é basicamente demolir as técnicas, através de um framework de
ceticismo, rastrear essas fraudes desmascaradas em relação as
estratégias, e daí por diante expor ao público o quanto o
esquerdista foi desonesto. (E sempre eles são)
Não
vou me dar ao trabalho, por enquanto de lhe incomodar em citar todas
as 21 estratégias e nem as técnicas que compõem essas estratégias.
Deixarei isso para futuros posts.
Mas
de antemão, já falarei do framework da esquerda, que se compõe de
3 itens:
- 1) Projeção de paraíso em Terra
- 2) Simulação de que se pertence ao grupo que criará este paraíso
- 3) Definição de bodes expiatórios (que seriam aqueles que não deixam o paraíso ocorrer)
Se
você não encontrar os 3 itens ao avaliar um (ou mais textos) de um
autor esquerdista, pode ser que ele não seja esquerdista nem
humanista. Simples assim.
Mas
a regra é clara.
Mesmo
que em um texto você não encontre os 3 itens, ao avaliar o conjunto
da obra do esquerdista, você os encontrará com facilidade extrema.
Naturalmente,
ao avaliar o texto de um apoiador do crime (Sakamoto), encontramos
todo o framework da esquerda, e algumas técnicas.
Vamos
ao texto que ele publicou em seu blog no dia 04/12, entitulado “Jovem
Rico Erra, Pobre Comete Crime”:
Os repetidos casos de violência gerados por jovens da classe média alta brasileira e a forma aviltante com a qual têm sido tratados adolescentes pobres no processo de ocupação policial de comunidades no Rio de Janeiro me deixam duplamente incomodado. Primeiro, é claro, pelo fato em si. Segundo, pela forma como a sociedade se comporta diante disso.
Sabemos que é mais fácil uma pessoa que roubou um xampu, um litro de leite ou meia dúzia de coxinhas ir amargar uma temporada no xilindró – como mostram diversos casos que já trouxe aqui – do que um empresário que corrompeu ou um político que foi corrompido passarem uma temporada fora de circulação.
Não que o princípio da insignificância (que pode ser aplicado quando o caso não representa riscos à sociedade e não tenha causado lesão ou ofensa grave) não seja conhecido pelo Judiciário. Insignificante mesmo é quem não tem um bom advogado, muito menos sangue azul ou imunidade política.
Tempos atrás, a seguinte notícia veio a público:
“A empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos, teve a bolsa roubada e foi espancada por cinco jovens moradores de condomínios de classe média da Barra da Tijuca, na madrugada de sábado. Os golpes foram todos direcionados à sua cabeça. Presos por policiais da 16ª DP (Barra), três dos rapazes (…) confessaram o crime e serão levados para a Polinter. Como justificativa para o que fizeram alegaram ter confundido a vítima com uma prostituta.”
Os rapazes não eram da ralé. Se fossem de classe social mais baixa, certamente o texto seria sutilmente diferente:
“A empregada doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos, teve a bolsa roubada e foi espancada por cinco moradores da favela da Rocinha, na madrugada de sábado. Os golpes foram todos direcionados à sua cabeça. Presos por policiais da 16ª DP (Barra), três dos bandidos (…) confessaram o crime e estão presos. Como justificativa para o que fizeram alegaram ter confundido a vítima com uma prostituta.”
Rico é jovem, pobre é bandido. Um é criança que fez coisa errada, o outro um monstro que deve ser encarcerado. Lembro que o pai de um deles, num momento de desespero, justificou a atitude do filho como sendo perdoável. Da mesma forma, o pai de um dos jovens que agrediram homossexuais com lâmpadas fluorescentes na avenida Paulista, em São Paulo, pediu condescendência. Afinal, isso não condiz com a criação que tiveram. Bem, são pais, é direito deles. O incrível é como a sociedade encara o tema, com uma diferenciação claramente causada pela origem social.
Tenho minhas dúvidas se a notícia sairia se fosse o segundo caso. Provavelmente, na hora em que o estagiário que faz a checagem das delegacias chegasse com a informação, ouviria algo assim na redação: “Pobre batendo em pobre? Ah, acontece todo dia, não é notícia. Além disso, é coisa deles com eles. Então, deixem que resolvam”.
Amigos que trabalharam em uma rádio grande de São Paulo, pertencente a um grupo de comunicação, já ouviram algo muito parecido, mas mais cruel… É triste verificar mais uma vez que o conceito de notícia depende de qual classe social pertencem os protagonistas. Somos lenientes com os nossos semelhantes, com aqueles que poderiam ser nossos primos e irmãos, e duros com os outros.
A justificativa dos espancadores também é bastante esclarecedora. Ou seja, “puta” e “bicha” pode. Assim como índio e “mendigo”. Lembram-se do Galdino, que morreu queimado por jovens da classe média brasiliense enquanto dormia em um ponto de ônibus? Ou a população de rua do Centro de São Paulo, que vira e mexe, é morta a pauladas enquanto descansa? Até onde sabemos, apesar dos incendiários brasilienses terem sido presos, eles possuíam regalias, como sair da cadeia para passear. E na capital paulista, crimes contra populacão de rua tendem a ser punidos com a mesma celeridade que agressões contra indígenas no Mato Grosso do Sul.
Na prática, as pessoas envolvidas nesses casos apenas colocaram em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: putas, bichas, índios e mendigos são a corja da sociedade e agem para corromper os nossos valores morais e tornar a vida dos cidadãos de bem um inferno. Seres descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos. E por que não incluir nesse caldo as empregadas domésticas, que existem para servir? Se eles soubessem a profissão de Sirley, teria feito diferença?
A sociedade tem uma parcela grande de culpa em atos como esse e os dos jovens que se tornam soldados do tráfico por falta de opções e na busca por dignidade, fugindo da violência do Estado e do nosso desprezo. A culpa não é só deles.
A diferença é que, para os da classe média e alta, passamos a mão na cabeça. Afinal, são “jovens”. Para os pobres, os “menores”, passamos bala.
Uau!
Quanta coisa. Vamos começar o exercício de investigação.
Estudando
o discurso de Sakamoto, nesse e em outros textos, vemos que o
framework está implementado por completo.
Vejamos:
- 1) Projeção de paraíso em Terra: Existirá um futuro no qual a violência deixará de ser uma realidade. E isso ocorrerá através da educação das oportunidades (que hoje muitos não tem). Isso ocorrerá por que o ser humano é naturalmente bom, não tem vontade de fazer “maldades”. Só faz maldades por que não tem oportunidades… *suspiros*
- 2) Simulação de que se pertence ao grupo que criará este paraíso: Ele, é claro, vende a idéia ao público, dia após dia, que está lutando por esse paraíso.
- 3) Definição de bodes expiatórios (que seriam aqueles que não deixam o paraíso ocorrer): São os oportunistas “malvados” das classes exploradoras, que causam toda essa situação.
Ou
seja, logo de cara, identificamos o framework.
Basta
agora avaliarmos algumas estratégias.
Existem
duas, a princípio, executadas juntas, que são a retórica do ódio
e a guerra de classes.
Ou
seja, em toda a situação sempre buscar um grupo que irá sentir
ódio da situação, e Sakamoto irá se encarregar de motivar esse
ódio. Por exemplo, os “pobres” tem que sentir raiva dos ricos. É
um componente central da estratégia de guerra de classes. Usar
estratégias combinadas é uma tática dos esquerdistas mais
experientes.
O
problema é que a situação está mais na cabeça de Sakamoto do que
na realidade. Ou talvez não esteja nem na cabeça dele, e na verdade
ele está fingindo discurso. (Pensemos nas duas hipóteses, por
enquanto)
Notem
por exemplo que ele fala de uma “forma aviltante com a qual têm
sido tratados adolescentes pobres no processo de ocupação policial
de comunidades no Rio de Janeiro”, mas convenientemente não cita
qual foi a situação aviltante e nem dá fontes. Hum… algo está
cheirando errado desde o começo…
Além
disso ele afirma algo sobre “repetidos casos de violência gerados
por jovens da classe média alta brasileira”, mas não cita isso de
forma estatística, o que já implode sua análise.
É
claro que não estou dizendo que alguém da classe média tem o
direito de cometer crimes, muito pelo contrário.
Mas
qual o risco que cidadãos honestos tem de ser sequestrados por esses
“vandalos da classe média” ou por “marginais vindos do morro”?
É simplesmente uma questão de números.
Nada
contra os cidadãos honestos que vivem no morro (e que também são
vítimas dos bandidos do morro), mas quando Sakamoto coloca tudo no
mesmo balaio a fuga dele das estatísticas já pode ser encarada com
suspeitas.
O
mais risível é quando ele afirma que “é mais fácil uma pessoa
que roubou um xampu, um litro de leite ou meia dúzia de coxinhas ir
amargar uma temporada no xilindró”.
Total
absurdo.
Basta
ver como menores criminosos (categoria que ele demonstra apoiar com
toda paixão) cometem vários crimes, envolvendo estupros,
sequestros, assassinatos e depois vão passar alguns dias na Fundação
CASA. Tudo por culpa de ideologias de esquerda apoiadas por pessoas
como Sakamoto. Que eu saiba, alguns dias de conforto na Fundação
CASA não são “temporada no xilindró”.
Também
temos o contínuo atenuamento de penas para crimes graves
(atenuamento fornecido até para maiores), incluindo assalto à mão
armada e sequestro relâmpago, hoje passíveis de cumprimento de 1/6
da pena. Mais uma vez, leis apoiadas por gente como Sakamoto.
Veja
que maravilha para o criminoso. Um sujeito pode, se for menor,
cometer uns 30 crimes de sequestro, deixar várias pessoas em estado
de trauma, ser pego, passar um tempo de férias na Fundação CASA, e
voltar para cometer mais crimes… e com ficha limpa.
O
mais grave é que esse tipo de criminoso (o defendido por Sakamoto) é
geralmente aquele que tem o crime como PROFISSÃO. Totalmente
diferente de alguém da classe média que comete um ato criminoso, e
em muitos casos dificilmente se tornará um risco contínuo para
cidadãos comuns. (Salvo os casos em que estamos falando de serial
killers, mas isso já é outra história…)
É
por isso que chamamos de BANDIDO as pessoas que tem um crime como
profissão, diferentemente de alguém que comete um ato uma vez na
vida e outra na morte.
Não
há motivo para Sakamoto dizer que existe tolerância com crimes de
pessoas da classe média. Na verdade, pessoas da classe média
dificilmente farão do crime sua PROFISSÃO.
Quando
Sakamoto diz que a diferenciação no tratamento do crime ocorre
“claramente … pela origem social”, é claro que está mentindo.
Na verdade, ocorre justamente pelo TIPO e FREQUÊNCIA em que o crime
é cometido.
Se
fossem assaltantes profissionais (e existe um risco muito maior deles
virem de classes baixas, o que não torna seus crimes mais
legítimos), obviamente seriam taxados de BANDIDOS. E são BANDIDOS
mesmo.
Não
tratar BANDIDOS pelo termo que eles merecem é claramente uma
retórica extremamente desonesta, que só pode ser justificada por
uma mania de adoração ao crime que veio, como é de se esperar, da
esquerda.
É
aquele tradicional jargão que sempre eles repetem “rico correndo
está fazendo cooper, pobre se estiver correndo é ladrão”.
Sakamoto diz: “Rico é jovem, pobre é bandido”.
O
duro é que o militante vermelho não está falando de pobres
“correndo”, mas sim de pobres que são pegos em situação de
CRIMES RECORRENTES E HEDIONDOS. E não há justificativa para não
tratá-los da única forma que merecem.
Por
exemplo. Ele diz que os jovens que “agrediram homossexuais com
lâmpadas fluorescentes na avenida Paulista”, se merecerem
condescendência, seria uma abominação. Mas qual a ficha de crimes
de “agressão” a homossexuais os mesmos jovens fizeram em
sequência? Até que o esquerdista prove o contrário, não há
nenhum…
Entretanto,
a categoria de criminosos defendida por Sakamoto (o “criminoso
pobre”) geralmente volta para cometer mais e mais crimes. E depois
dão risada aos jornalistas dizendo que vão voltar para cometer mais
crimes depois de saírem da Fundação CASA…
Como
ele provavelmente tem noção de sua desonestidade, apela para
fantasias, como imaginar uma situação em que na redação alguém
diz o seguinte: “Pobre batendo em pobre? Ah, acontece todo dia, não
é notícia. Além disso, é coisa deles com eles. Então, deixem que
resolvam”.
Mas
enquanto ele não provar tal diálogo, sua alegação não tem mais
veracidade que a leitura na borra do café.
Em
seguida ele diz que “amigos que trabalharam em uma rádio grande de
São Paulo, pertencente a um grupo de comunicação, já ouviram algo
muito parecido, mas mais cruel… “
Se
esses amigos não provaram a existência de tal diálogo, podemos
claramente suspeitar de invenção de Sakamoto… ou dos amigos dele.
Até por que não temos obrigação de confiar em evidências
anedotas de esquerda.
O
engraçado é que no final o esquerdista diz estar do lado dos “seres
descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua
existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos.”
Seriam os mendigos, prostitutas, gays…
Mas,
bizarramente, ele finge não perceber que tais pessoas TAMBÉM são
vítimas dos BANDIDOS PROFISSIONAIS (que ele chama apenas de
“pobres”).
Por
fim, aparecem os clichês. Os de que os “soldados do tráfico”
somente o são por “por falta de opções” (lembrem-se do item 1
do framework da esquerda…). O curioso é que muitos também possuem
“falta de opções” e não saem portando fuzis e armas, cometendo
crimes de maneira similar a um terrorista.
Dizer
que “não há outra opção” em relação ao crime violento é
claramente um delírio. Basta vermos vendedores de balas em faróis
para notarmos que há muitas opções ao crime violento. Até mesmo
para aqueles que Sakamoto, de forma maliciosa, diz “não existir
opção”.
A
conclusão dele é até uma comédia: “Para os pobres, os
“menores”, passamos bala.”
Pelo
contrário. Para os criminosos PROFISSIONAIS, máquinas de matar,
damos penas leves, ou, se forem “de menor”, mandamos descansar
algum tempo na Fundação CASA, para que depois possam matar de novo.
É
claro que Sakamoto é cúmplice moral desse tipo de crime.
A
vida dele se baseia em, para simular um discurso de ódio e guerra de
classes, tentar inocentar criminosos.
Mas
não surpreende, haja vista que gente desse tipo já defendeu
genocídios na União Soviética, China e Cambodja no passado.
Como a mente esquerdista funciona é um estudo que o Prof Olavo de Carvalho dissecou e sintetizou. Acompanharei seu estudo assíduamente.
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