domingo, 10 de março de 2013

Sindicalismo e PT desmascarados


Eis apenas alguns trechos da entrevista concedida por Francisco Weffortt, ex-ministro da Cultura e um dos principais fundadores do PT, sob o título "O PT SE DESNATUROU COMPLETAMENTE"
Fernando Alves de Oliveira
(DISPENSÁVEL ADICIONAR QUAISQUER CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS...)
“(...)O ex-ministro da Cultura e ex-secretário-geral do PT, Francisco Weffort, diz que o partido “deu um passo no descaminho” e foi engolido pelo corporativismo getulista
ÉPOCA – Hoje, quando o PT está completando 33 anos, como o senhor, que participou de sua fundação vê o partido, sob impacto do Mensalão, da condenação de algumas lideranças importantes pelo STF e da multiplicação de casos de corrupção no governo?
 Weffort – Eu acho que o PT deu uma contribuição democrática importante ao país na fase inicial e com as próprias campanhas do Lula para a presidência. Mas a minha hipótese é que o PT carrega o vício do imposto sindical. O PT era contra o imposto sindical. E era contra por razões boas. O imposto sindical não é fiscalizado por ninguém. Então, no Brasil, você tem um sindicalismo que o próprio pessoal do PT classificava como “sindicalismo de carteirinha”, que é uma fantasmagoria que serve para financiar a ascensão pessoal de alguns sujeitos em nome do sindicalismo. O Lula – e alguns outros - foi uma exceção na primeira fase. Mas a máquina é tão poderosa que o próprio Lula, embora fosse contra o imposto sindical, acabou sendo um “filhote do Getúlio”. Eles acabaram fazendo mais ou menos aquilo que eles condenavam
 Quando Getúlio criou as leis sindicais, em 1943, aquilo representou um momento inicial no que diz respeito aos direitos sociais dos trabalhadores, mas introduzia também o vício do corporativismo. Isso não levou ao mensalão, mas abriu espaço para algo desse tipo acontecer. Eles ultrapassaram o Getúlio, porque seria uma injustiça histórica ao Getúlio dizer que ele inventou o Mensalão. Porém, o contexto no qual o Estado absorve as lideranças políticas emergentes transformou a atividade política em certas áreas em algo vulnerável a esse tipo de coisa.
 ÉPOCA – Por que o senhor considera essa questão do corporativismo tão importante na trajetória do PT?
 Weffort - Esse ambiente corporativista no Estado brasileiro significou para alguns quadros importantes do PT uma ascensão sindical muito mais fácil do que seria sem o imposto sindical. Embora muitos tenham sido lideranças efetivas o ambiente sindical em que eles viviam era um ambiente amolecido. Agora, o grande problema é a introdução pelo corporativismo de um desvio da lógica representativa. Quando você tem dinheiro público para fazer um tipo de política, abre espaço para as irregularidades. O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) recebe dinheiro do Estado. Várias entidades são chamadas de organizações não governamentais, mas na verdade não independentes. Elas foram criadas nessa atmosfera populista. Isso introduziu um veneno na representação partidária. Era algo condenado no início do PT, mas eles acabaram adotando isso como norma.
 Essa democracia corporativa brasileira desnaturou, transtornou a lógica do sistema representativo no Brasil. Então, você tem isso, que são os partidos que estão sempre agrupados em torno do incentivo federal. Por quê? Porque o dinheiro vem de lá. Por que os grandes estados, como São Paulo, Minas e até o Rio, Pernambuco, são menos afetados? Porque têm um pouco mais de recursos. Agora, há estados cuja administração é quase inteiramente dependente do dinheiro federal. Então, o corporativismo não afetou só o PT. Afetou o PT e todos os outros partidos, a política como um todo no país. Além do mais, é um corporativismo que também afetou o próprio sistema de representação sindical e empresarial. Eles deram um passo a mais no descaminho. Mas o descaminho já era um descaminho institucional(...)”
AFINAL, A QUEM INTERESSA ESSE MODELO SINDICAL INTEIRAMENTE CORROÍDO E CORRUPTO? COM CERTEZA NÃO SERÁ Á SOCIEDADE BRASILEIRA!

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