terça-feira, 1 de março de 2011

A oposição foi parar na UTI porque quis!

Por Klauber Cristofen Pires


Não gosto muito de tratar de política em meus textos. Quando o faço, exerço tal mister com dificuldade, eis que uma das mãos se queda impossibilitada para o teclado, já que está a fechar-me as narinas. Ainda assim, passo um tanto de desinfetante na forma de textos anti-políticos por cima para arejar o ambiente.

Quem gosta de meter a mão no esterco é o jornalista Reinaldo Azevedo. Bom, pelo menos ele ganha bem pra isto. Ei, vejam, não estou a detratá-lo, afinal, alguém tem de fazer "o" serviço, não é mesmo? De outro modo, não seria um leitor frequente de sua coluna, ainda que um saudável discordante de algumas de suas concepções. Bom, pois dele e de outras fontes têm surgido as noticias do esfacelamento do partido dos Democratas, com a previsão de baixa de vários dos seus membros, com destaque para Gilberto Kassab e Kátia Abreu.


À primeira vista, ainda que nem tanto assim, surpreendeu-me o desmoronamento democrata. O escândalo do flagrante de corrupção sobre o então governador José Arruda, no DF, certamente foi um abalo estrutural considerável, mas lembremos que em seguida as eleições consagraram dois outros governos estaduais bem mais importantes, a saber, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, e olhem, totalmente diferentes quanto aos aspectos geográficos e culturais, a derrubar de forma inatacável o preconceito bobo de alguns conservadores de que a oposição tenha marcado uma fronteira entre estados que segundo eles são os produtores e pagadores de impostos em relação àqueles reputados como os beneficiários do centralismo da União.

Certa vez, em uma pelada, quando eu era um guri de doze anos, perdíamos de goleada, e em face do acontecimento apelei ao meu tio para que cambiássemos alguns jogadores, de modo a balancear melhor os dois times, ao que ele me respondeu que não, desde que o que nos faltava era garra e espírito de equipe. Ao final do jogo, ainda saímos perdendo - o talento individual também conta - mas até que fizemos umas boas jogadas sim, com alguns gols que até então não tinham saído.

Saber fazer o certo e aprender com quem acerta poderia ser a grande lição para a retomada deste triste partido, que de tanta vergonha de si próprio decidiu por mudar o seu nome para emular o homônimo da esquerda norte-americana.

Enquanto isto, pelo menos dois fatos são dignos de reproduzirmos aqui como relevantes para demonstrarmos que existe uma grande fatia da população carente de uma leal representatividade política, mas infelizmente, relegada ao abandono: o plebiscito sobre o comércio de armas de fogo e a reação conservadora contra o aborto e a retirada dos símbolos cristãos dos locais públicos.

No primeiro caso, trata-se de uma acachapante virada contra um establisment político-ongueiro-midiático sem precedentes na história política brasileira, de tal modo que a turma do SIM já cantava vitória por antecipação. Bastaram todavia algumas boas cabeças, entre as quais as do Dr Bené Barbosa, com o movimento Viva Brasil, e ainda de algum know-how adquirido de consultores norte-americanos, para reverter o quadro que, no fim das contas, bateu perto de 65%, tendo alguns estados superado a marca de 80%! E o que fizeram? Simplesmente desmascaravam os números manipulados pelo governo e pelas suas ong's de coleira, bem como os seus falaciosos argumentos, para dizer em palavras simples à população do que tratava a proposta de lei e quais seriam as consequências para os cidadãos.

No segundo caso, pensadores e blogueiros acenderam o estopim para as alas ainda saudáveis das religiões, de modo que causaram uma baixa considerável sobre os prognósticos traçados pela campanha petista, a ponto de terem emplacado o segundo turno e por pouco, a derrota do governo.

No entanto, ainda além destes a oposição poderia explorar a questão dos direitos humanos, da carga tributária e das liberdades civis. O que restou do caso Erislandy Lara e Guilhermo Rigondeaux? E quanto às investidas do PT contra a imprensa livre e a liberdade de expressão?

Estes são exemplos notórios a demonstrar como a oposição pode se revigorar e enxergar seu público órfão. O Brasil já conta com um razoável número de entidades nascentes a oferecer a boa doutrina e boas propostas de governo, sem contar as que pode buscar no estrangeiro. Aprender com os exemplos de sucesso, no Brasil e no mundo, ler bastante e munir-se de um fidedigno e coerente programa de direita é o que a oposição poderia fazer ao invés de viver de macaquear os slogans para viver em órbita consentida pelo PT e seus aliados.

Por fim, declaro: por mais ínfima que minha pessoa possa ser considerada, declaro com toda firmeza que prefiro mil vezes votar no José Dirceu para um cargo público do que para um político democrata que se bandear para a ala governista, e isto é um recado direto para o Sr Kassab e a Sra Abreu, e convido os meus leitores e os blogueiros amigos a agirem da mesma forma. Prefiro ter como meu algoz meu inimigo visível do que um traidor enrustido.

Um comentário:

  1. Concordo com o final. O resto talvez, mas o remate é perfeito.

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