Por João Bosco Leal
Com a idade avançando, estou aprendendo que já deveria ter feito, ou experimentado fazer, muitas coisas que antes não fazia, pois à medida que ganho experiência, um pouco mais me é revelado, e o conhecimento é a maior experiência por que pode passar o ser humano.
Como consequência da necessidade física que tive de ficar parado durante dois anos e meio, sem sair de casa por qualquer motivo, seja para passear ou trabalhar, acabei passando por algumas experiências que nunca havia pensado que passaria.
Uma delas foi a de descobrir que sempre errei muito pouco em minhas análises sobre quem eram meus verdadeiros amigos, e aqueles que se aproximavam por outro motivo, qualquer que fosse, mas essas são pessoas tão pequenas que sobre elas não vale a pena sequer falar.
Com pessoas que mal conhecia e que se demonstraram muito amigas é que tive experiências inesperadas, indescritíveis e que valeram muito para meu crescimento e, certamente, também para o deles. É um crescimento como ser humano, com o que realmente vale a pena.
Além dessas experiências, tenho tido diversas outras, em relação a diversas coisas, algumas novas para mim como as redes sociais, ou escrever, do que sempre gostei, e publicar meus textos.
Sempre gostei de ler e tive a oportunidade, e tempo, de ler livros muito bons, alguns especiais mesmo. Com isso reacendeu em mim o prazer da leitura que estava meio de lado, e claro, só tenho a ganhar com prazeres como este que, além de tudo, nos dá cultura.
Após recomeçar a andar tive também outras experiências, como aquelas em uma viagem realizada a Aruba quatro meses atrás. Pude ver a diferença de meus próprios interesses, como eu observava cada detalhe de um país desconhecido, como sua cultura, economia, clima, produção e tantos outros detalhes agora importantes, e que nada importavam em viagens anteriores, quando era mais jovem e só buscava diversão, e não conhecimento.
Pude também, agora, tentar mensurar as perdas ocorridas nesse período, sejam culturais, emocionais, econômicas, produtivas e tantas outras que seria impossível descrever. São perdas irreparáveis, e imensuráveis, como o tempo perdido na convivência com meus filhos e netos, os projetos de trabalho que não foram realizados, e tantas outras coisas, mesmo as menos importantes, pois esse período não voltará jamais.
Estou também passando pela experiência que agora me parece óbvia, mas antes, provavelmente por minha imaturidade, não era, de entender que devo, cada vez mais, frequentar novos lugares e pessoas, mesmo que em pesquisas na internet ou pelas redes sociais.
Que devo deixar de levar a vida tão a sério, que as pessoas são diferentes, e nunca serão como entendemos que deveriam ser, que se comportam e tomam atitudes que nunca tomaríamos, mas que elas são outras, e não nós, e isso nunca mudará.
São conhecimentos que, mesmo que tenhamos cansado de ouvir que assim era, só adquirimos com experiências vividas, próprias, boas ou más, tristes ou felizes.
João Bosco Leal
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