Por Klauber Cristofen Pires
Ontem, dia 23/02/2012, quis o destino
sobrepor dois fatos para fazer-me escrever novamente sobre o que se
chama por relativismo cultural.
Por primeiro, veio minha filha, que tem
10 anos de idade e frequenta o 7º ano fundamental, pasmem, de uma
escola católica, a comentar comigo sobre uma sua professora que
defendeu o infanticídio tal como costumeiramente praticado pelos
indígenas com fundamento de que se trata da cultura própria deles,
que todos devemos respeitar.
Sobre o segundo acontecimento, peço
permissão para enunciá-lo lá na frente, depois de comentar sobre o
havido acima.
Ciência X Doutrinação Ideológica
Então vamos lá: assuma-se como correto
o método que os sociólogos reivindicam como científico, qual seja,
o de isentar-se de seus próprios valores para estudar e descrever
determinado grupo humano que esteja servindo como seu objeto de
pesquisa. Em verdade, qualquer estudioso de qualquer área do
conhecimento sabe que precisa conceder o que se denomina de
“suspension of judgement” (suspensão de julgamento) para
que possa emitir um juízo de valor abalizado somente ao cabo de sua
leitura ou apreensão por outro meio de qualquer tipo de informação.
Por exemplo, não teríamos como conhecer da forma mais fidedigna
como vivem os índios brasileiros se os seus retratistas, imbuídos
do pudor cristão, os tivessem registrado vestidos com roupas
ocidentais.
Entretanto, há uma grave distorção
quando alguns (na verdade, a maioria) destes cientistas dissimulam
uma falsa isenção para usá-la como engodo eficaz para a inoculação
em cabeças inocentes do veneno da ideologia marxista que defendem.
A falácia do golpe intelectual está em
que a isenção se restringe à observação e descrição do objeto,
não sendo extensível ao seu acolhimento apriorístico como valor
idôneo e parelho, como os prestidigitadores das salas de aula
pretendem convencer os alunos mais incautos ou inocentes.
Amor ao próximo x Adesão
Comportamental
Prega o Cristianismo o amor incondicional
ao próximo. Amar não é gostar. Amar é querer bem, é tratar com
dignidade, justiça, lealdade e compaixão.
Todo cristão tem o dever de amar os
índios, mesmo os índios que praticam o infanticídio. Isto não
significa, porém, que devamos assumir seus valores como neutros ou
respeitáveis. Aí a coisa muda de figura.
João pode e deve amar seu pai
alcoólatra, mas amá-lo jamais significou justificar seu vício.
Assim mesmo, o cristão, dotado de sua consciência, não há de
aderir ao infanticídio ou à antropofagia como valores neutros só
porque tradicionais de um outro povo. Pelo contrário, há de
repudiá-lo e há de ensinar àquelas pessoas que seus atos são
errados.
Foi isto o que os jesuítas fizeram - sem
violência - e ao contrário do que muitos sociólogos e antropólogos
engajados na causa marxista vão contestar, a verdade é que há
milhares de homens e principalmente mulheres e crianças de origem
indígena que dão graças a Deus por terem sido catequizados.
Quantos deles, pessoas dignas e produtivas, nem sequer teriam
nascido porque seus país ou avós teriam sido enterrados vivos ou
mortos com pedradas na cabeça?
Cristianismo x Etnocentrismo e
Relativismo Cultural
Pregam os sedutores mestres uma certa
dicotomia que alegam ser inescapável, qual seja, a contraposição
entre as posições denominadas de “etnocêntrica” e
“relativista”, claro, sempre com ostensiva preferência à
segunda.
Para melhor clareza, denunciam no
etnocentrismo o que enxergam como um apego injustificado à própria
cultura a tal ponto de promover o preconceito contra os indivíduos
ou povos com cultura diferentes. O indivíduo etnocêntrico seria uma
espécie de ser epistemologicamente bitolado, por desconsiderar de
forma arbitrária os motivos e pontos de vista alheios, e é
normalmente apresentado como uma pessoa (ou grupo social) arrogante e
belicoso.
Em contraposição, apresentam o
relativista cultural como o cidadão cosmopolita, o sujeito de
cabeça aberta, compreensivo e pacifista.
Todavia, há sim uma terceira opção. Na
verdade, há uma primeira opção, já que antecede às duas acima
apresentadas: O cristianismo não consiste na adoção da posição
relativista, porém tampouco da etnocentrista. Consiste, sim, em uma
posição universalista!
O Cristianismo é uma doutrina
universalista porque não somente aceita mas defende ostensivamente
todos os costumes e tradições, todas as raças e todos os povos. O
cristão estrangeiro que adentra num lar de um cristão de um povo
diferente deve receber a comida que o anfitrião lhe oferecer com a
mesma gratidão da que estivesse sendo posta em sua própria mesa.
No Cristianismo tudo o que se pede é que
prevaleça o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo, e isto
inclui, em decorrência natural e lógica, o direito incondicional à
vida de meninos e meninas, de crianças saudáveis e malformadas; do
respeito às mulheres, velhos e crianças e à propriedade alheia,
bem como a defesa da justiça, da verdade, da caridade e da
misericórdia.
O caso do pastor
evangélico Youssef Nadarkhani
Agora vem o momento de apresentar o
segundo fato do dia: tal como noticiado pelo Jornal Nacional sob o
título “Homem
convertido ao Cristianismo é convertido à morte no Irã”, que
apresentou o drama de Youssef
Nadarkhani, que convertido ao Cristianismo desde os dezenove anos de
idade e tornado pastor três anos depois, veio a receber a condenação
de morte por enforcamento tão somente por ter abandonado a fé
cristã.
Prezados
leitores, aí está o Reductio
Ad Absurdum
da posição relativista! Na forma de uma interrogação: devo ser
adesista ou maria-vai-com-as-outras a tal ponto que acolha como um
valor neutro o fato de que um povo, uma religião ou uma doutrina
proclame abertamente a minha morte ou a extinção do meu povo? Será
que o extermínio de judeus pelos nazistas ou de cristãos pelos
muçulmanos deve ser justificado com base no apelo da neutralidade de
valor cultural?
A
grande falácia do relativismo cultural reside no fato de que o povo
“relativizado” é ele próprio etnocentrista!
Discernimento x
Ausência de Jurisdição
Ao
ter comentado o caso da escola com a minha filha, e após ela ter
tido conhecimento do drama do Pastor Youssef Nadarkhani e ainda,
porque lhe revelei sobre a mutilação genital de mulheres
muçulmanas, ela, como sempre muito sagaz, perguntou-me porque
ninguém fazia nada para impedir.
É
uma pergunta muito inteligente porque nela também se esconde o germe
da farsa relativista. Em verdade, pouco ou nada podemos fazer contra
o governo teocrático muçulmano do Irã por falta de jurisdição,
mas isto não traz consigo a justificação dos valores que eles
adotam. Por enquanto, podemos mostrar nossa indignação e adotar
atitudes tais como boicotar os produtos daquele país, que
infelizmente são muito poucos, além do petróleo, que nem isso
podemos escolher.
Entretanto,
em solo brasileiro, aonde vive uma população arqui-majoritariamente
cristã, é nosso dever defender e positivar a defesa da vida, de
quem quer que seja. Ou temos vergonha de ser cristãos?
Um
apelo às escolas cristãs
Dirijo
o presente artigo como um esforço dirimista para o clero da Igreja
Católica e para os pastores das igrejas evangélicas; para os
diretores e professores cristãos e intelectualmente honestos, bem
como aos pais dos alunos, para que se preocupem com o tema e lidem
com ele.
O
que os propagadores do relativismo cultural têm como objetivo é
abalar a nossa sociedade pela implosão dos pilares constituídos
pelos valores cristãos. Ora, desde que alguém há de recepcionar
como equivalentes quaisquer valores alienígenas, até mesmo
antagônicos aos seus próprios, então esta pessoa tornou-se
incapacitada de formular qualquer juízo. Em outras palavras,
tornou-se um zumbi, facilmente manipulável pelo esperto inimigo.
Ter
constatado o que aconteceu à minha filha em uma escola católica e
famosa por suas posições conservadoras indica uma inação
resultante de uma grave desorientação e em última instância,
tange a vergonha de ser cristã. Está na hora de todos pormos os
pingos nos “i”s.
P.S. Leiam também:
P.S. Leiam também:
o relativsmo é praga!
ResponderExcluiro relativsmo é praga!
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