Senhores Presidentes
dos Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica.
A Confederação Nacional
da Família Militar – CONFAMIL, que congrega 5,2 milhões de inativos das FFAA em
suas entidades que compõem o Sistema CONFAMIL, não poderia ficar alheia aos
últimos acontecimentos colocados a público através da mídia, especialmente a
escrita, com relação aos desdobramentos consequentes do Manifesto feito por
Vossas Senhorias.
É realmente estarrecedora a reação oficial, principalmente
partindo daqueles que respondem por cada uma de nossas Forças. O curioso em
tudo isso é que não encontramos nenhum suporte jurídico para qualquer tipo de
ingerência sobre entidades associativas como é o caso dos clubes e de todas as
nossas entidades, e isso foi feito com a maior desfaçatez. Causou-nos especial
estranheza a reação ameaçadora feita abertamente contra o Manifesto, e contra
os militares da reserva.
Tenho a impressão de que o passado realmente não
passou e as mágoas e frustrações serão perenes, façam o que fizerem. O que não
devia ser esperado eram as aleivosias daqueles responsáveis pela condução de
nossas FFAA; da parte da Comandante Suprema não se poderia esperar outra coisa,
pois sempre foi uma estranha no ninho sagrado que nos acolhe a nós militares;
mas do restante da cadeia de direção das Forças é verdadeiramente uma péssima
surpresa, pois se não são coniventes, são omissos e até mesmo indiferentes para
com a chamada reserva.
Mais uma vez ficou patente o descompromisso dos
militares em atividade para com o passado que grande maioria dos inativos
vivenciou. Sempre soube que ao vestirmos os nossos uniformes era como se fosse
colocado no corpo de cada um, um passado de lutas e glórias que construíram as
nossas instituições militares.
Parece que esse sentimento ficou relegado ao
plano das conveniências, e tudo se passa como se a farda fosse apenas uma
simples modalidade de uma vestimenta diferente. Digo todas essas coisas aos
senhores para mostrar que a Família Militar não está alheia ao sacrifício que
fizeram em insurgir-se contra comportamentos surpreendentemente equivocados,
motivado por sentimentos inconfessáveis que trazem a ideia de uma relação com
crianças rebeldes que precisam ser advertidas.
Senhores Presidentes. Em passado
não muito distante, a CONFAMIL propôs a constituição de um colegiado para
enfrentar situações como a do presente. Lamentavelmente isso não ocorreu, e os
senhores ficaram sós numa atitude de ousadia que, face ao statu quo vigente não teria desfecho diferente. Somos
entidades associativas, e como tal, isentas de qualquer tipo de ingerência, a
não ser que já tenhamos assumido a postura definitiva de uma autocracia, que
rasga os textos legais, e nos trazem a convicção de estarmos vivendo uma
interminável hipocrisia.
É preciso que os nossos dirigentes se lembrem de que o
texto constitucional é para ser cumprido por todos, indistintamente, o que
significa desqualificar o uso de um reajuste salarial como objeto de barganha;
isso é próprio de pelegos. A CONFAMIL, no uso da sua prerrogativa legal como
entidade associativa, repudia, com veemência, todas as ações praticadas contra
os clubes militares e particularmente, com os militares da reserva.
Os senhores
militares da ativa precisam estar conscientes de que, se tiverem sorte e saúde,
um dia estarão incorporados a esta reserva que hoje rejeitam como um ser abjeto
que só lhe causam transtornos em suas ambições.
O tempo será o grande juiz que
os julgará pelos atos praticados no presente de suas vidas. Sempre tenho dito e
mais uma vez vou repetir: os militares da reserva estão inativos, mas não estão
mortos. E enquanto houver um sopro de vida em cada um de nós, estaremos prontos
a defender os superiores interesses da democracia do nosso País.
Façamos nossas
as palavras de Tamandaré: SUSTENTAR O FOGO QUE A VITÓRIA É NOSSA. Ad Sumus.
Waldemar da Mouta Campello Filho
Capitão-de-Mar-e-Guerra
Presidente
da CONFAMIL
Coordenador
do Sistema CONFAMIL
E tenha toda certeza que 80% da população apoia os MILITARES.
ResponderExcluirBasta acessar as redes sociais e ver com os próprios olhos.