Aprenda a vender peixe podre com Hélio
Schwartsman, da Folha: basta inseri-lo entre os bons.
Por Klauber Cristofen Pires
O artigo “Agenda
Cubana”, do colunista Hélio Schwartsman, da Folha, serve bem
como um daqueles exemplos clássicos de empulhação socialista.
O estratagema é o seguinte: não sendo
possível endossar as enormidades proferidas pela presidente Dilma
Roussef por ocasião de sua visita a Cuba, que representaram uma
nefasta reprise da mesma cara de pau com que Lula já havia tratado o
assunto - até mesmo cada qual com direito ao seu próprio mártir
como souvenir – lá vem o articulista da Folha/UOL inserir
entre suas discordâncias alguns elogios ao regime. Confiram:
O fato de a
ditadura cubana não ser tão sanguinária quanto congêneres
africanas e asiáticas não justifica seu autoritarismo,
especialmente porque ele é desnecessário no que diz respeito aos
dois ou três sucessos que a revolução logrou obter.
Por mais que
deploremos certas práticas de Fidel Castro, é forçoso reconhecer
que ele fez um bom trabalho em saúde e educação. A Universidade de
Havana não compete com Harvard, mas praticamente todos os cubanos
sabem ler e frequentaram a escola básica, o que não é regra no
Caribe nem em algumas nações bem mais ricas.
Já na saúde,
os indicadores de Cuba, se não muito manipulados, são melhores até
que o de algumas regiões dos EUA. O segredo é prevenção e
atendimento primário. A coisa muda de figura quando se necessita de
intervenções de alta complexidade, hipótese em que é melhor estar
nas mãos de um médico americano.
Bom, pra começar, os dois ou três
sucessos alegados, como deu pra notar, foram só dois mesmo: educação
e saúde. Seria algo, não fosse uma brutal mentira.
Não se faz educação sem liberdade.
Pode-se fazer algum adestramento. Com efeito, os próprios dirigentes
cubanos afirmam que a educação cubana visa a formar o cidadão para
viver em um país socialista. É só.
Saber ler e escrever, realizar algumas
operações matemáticas ou operar algumas habilidades está muito
longe do significado pleno de educação, no sentido da conquista de
uma consciência sobre a vida e o mundo. Basta dizer que qualquer
leitura ou conhecimento que o regime considere inconveniente pode
resultar em cadeia, como aconteceu com as mais de setenta pessoas da
Primavera Negra de 2003.
Por outro lado, a saúde cubana não
passa de peça publicitária que não engana nem sequer os mais fiéis
militantes petistas. O Sr Hélio deveria se envergonhar por sua tola
coragem em dizer tamanha besteira.
Sua concessão ao regime castrista visa
passar a ideia da viabilidade de um socialismo democrático, com
educação e saúde para todos. Entretanto, jamais haverá uma
conjunção de democracia com o socialismo, só porque, sem o direito
de propriedade, nenhuma pessoa tem o poder de tomar decisões por si
própria, tendo antes de pedir permissão a uma autoridade imediata,
que no final desembocará inexoravelmente na figura do líder máximo, que detém o
controle total sobre tudo e todos. Não é por outro motivo que de
todo regime comunista sempre emerge um guia genial, supremo e venerado, a quem todos devem agradecer por qualquer migalha de pão e pela Aspirina para qualquer enfermidade que seja.
Nenhuma imprensa é livre, porque as
máquinas e os jornalistas são do governo. Nenhum direito é livre,
porque promotores e advogados são do governo. Nenhum paciente é
livre para exigir ou protestar, porque os hospitais e os médicos
também são do governo.
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