Direcionamento forçado de
significativos 10% do PIB para atender exclusivamente a área da
educação somente tenderá a abrir a caixa de Pandora da corrupção, do desperdício do erário e da doutrinação ideológica em massa.
Por Klauber Cristofen
Pires
Estávamos eu e meu amigo
Eddie percorrendo nossa madrugadeira caminhada, como de costume,
quando avistamos um seu primo, a quem nos juntamos no afã de
perdermos algumas calorias enquanto confabulávamos alegremente.
No decorrer do colóquio,
fui conhecendo o nosso novo parceiro, que além de ser uma
interessante pessoa, é um atleta com várias experiências em
torneios de corridas de longas distâncias, de tal modo que foi nos
liderando a passo puxado, exigindo-nos um esforço ao qual não
estávamos acostumados. Aos elogios que fizemos à sua excelente
condição física aos seus cinquenta, nos respondera que sempre
gostou de correr, e agora mais velho, de caminhar, porque isto o
acalma durante o resto do dia.
Um sujeito interessante, eu
disse, porque dono de uma história que vale a pena ser reproduzida
aqui, como prova concreta do sucesso da educação livre. Foi assim
que se reportou a mim: “ - eu nunca gostei de escola, de ficar
sentado numa sala de aula durante horas a fio, mas eu sempre fui
muito curioso, e foi assim que me tornei um mecânico”.
Em tempo, ele não é apenas
um mecânico, mas o chefe de uma empresa de transporte especializado
que presta serviços à empresa mineradora Vale, um profissional bem
sucedido, reconhecido por sua competência e bem remunerado.
Talvez ele tivesse feito
naquele momento a mim um lamento, ou pelo menos um “apesar de”,
no que se refere ao seu currículo pessoal. Da minha parte, porém,
eu compreendia perfeitamente o seu ponto de vista: um sujeito
enérgico como ele jamais teria como se enquadrar no ambiente
claustrofóbico das instituições formais de ensino.
Hoje em dia, compreendo
amplamente o mal que o positivismo burocratista formalista foi
operando em nossa sociedade, furtando tempos preciosos das nossas
vidas, especialmente na fase em que podemos ser mais enérgicos,
produtivos e criativos.
Atualmente, percebo como a
escola não passa de um lugar onde uma criança ou um jovem é
submetido à confinação imbecilizante, onde permanecerá até que
esteja adequadamente pasteurizado e acostumado a viver dentro dos
estritos limites de uma embalagem longa-vida.
Toda potência criadora,
qualquer talento nato, cada iniciativa própria e um pingo que haja
de disposição são diariamente sufocadas em todas as escolas do
Brasil, onde as crianças são obrigadas a permanecerem seguidas
horas sentadas a ouvirem um rol infindo de tolices, disciplinas que
jamais lhes serão úteis e muita, mas muita doutrinação
ideológica. Isto, queridos leitores, é uma verdadeira tortura! É
uma forma oblíqua de lobotomia!
Costumo dizer: eu fui um
excelente aluno de Química Orgânica. Eu conhecia todos aqueles
arranjos de álcoois, fenóis e benzenos. Quem diria, no entanto, que
algum dia eu fosse produzir gasolina numa fábrica no fundo do
quintal?
Qualquer rapaz e qualquer
moça já possui uma incrível capacidade para o trabalho já aos
dezesseis anos de idade! Em uma sociedade onde vigorasse um ensino
livre e onde o sistema de livre mercado fosse preponderante, os
jovens já teriam condições econômicas de casarem-se por volta dos
vinte anos de idade e começarem a ter filhos!
No entanto, o engessado
sistema de ensino priva a sociedade de tão valiosa força produtiva,
obrigando-os a percorrer uma grade curricular que só os liberará a
partir dos vinte e cinco anos de idade para o mercado de trabalho, e
o pior, sem nenhuma experiência e além disso, com as suas
cabecinhas repletas de teorias que se desmancham como açúcar na
água quando exigidas no mundo real e prático.
Em uma sociedade onde o
ensino fosse plenamente livre, a teoria sempre seria ensinada
mantendo o passo com a prática; o objetivismo seria a tônica, bem
como o interesse dos estudantes em buscar o conhecimento que lhes
fosse realmente necessário. Em uma sociedade livre, pouco haveria de
se falar em demorados cursos com um rol extenso das mais
extravagantes disciplinas, mas sim em cursos de curta duração,
focados na provisão de um conhecimento atualizado para a melhor
realização de determinadas tarefas.
Notem, caros leitores, como
os alunos a cada dia deixam de estudar o que lhes interessa para
passarem a ser instruídos em assuntos que antes interessam ao estado
e aos beneficiários comensais do atual regime: até kit-gay é
proposto como se fosse a coisa mais banal do mundo!
Prestem muita atenção:
não sou contra, em princípio, à escola e à universidade! Sou
contra à inversão de causa e efeito, que fez com que o diploma
consagrasse o conhecimento e não o conhecimento consagrasse o
diploma! Em uma sociedade de ensino livre, as escolas e universidades
não seriam de todo extintas, mas seriam muito mais enxutas, práticas
e objetivas!
Uma sociedade não depende
que todos ou uma ampla maioria dos cidadãos tenha o segundo grau
completo ou o nível superior. Mesmo uma sociedade avançada requer
apenas uma quantidade limitada de indivíduos detentores de educação
superior. Claro, estou falando aqui de pessoas com reais
conhecimentos profundos em uma dada área, e não no contingente que
não cessa de crescer de semianalfabetos com um canudo na mão,
vítimas da economicamente desperdiçadora indústria dos diplomas
financiada pelo estado, que engana os jovens ao lançá-los
anualmente às centenas de milhares para um mercado que não tem como
absorvê-los.
Pois, é neste cenário
sofrível que a Câmara
dos Deputados aprovou por unanimidade que o estado brasileiro torre
10% do PIB com o sistema nacional de ensino.
Tudo o que antevejo –
anotem – serão mais escândalos de corrupção envolvendo a
construção de escolas e o fornecimento de livros didáticos e
merendas escolares, bem como a ampliação da rede de doutrinação
marxista e de seus mais variados ramos sexualista, negrista,
indigenista, ambientalista, socialista, relativista e toda sorte das
piores porcarias que a nova ordem mundial esteja criando ou por
criar.
Não será só isto: os
conselhos de classe e outras formas de associações de catedráticos
não vão querer ver tamanha bufunfa passar incólume por sob seus
narizes, e formarão lobbyes com o intuito de inchar ainda mais a
grade curricular com disciplinas obrigatórias absolutamente inócuas.
O FIES passará a produzir
bacharéis como pães quentinhos, praticamente todos incapazes de ler
e interpretar uma nota de rodapé.
Imensos e necessários
investimentos de infraestrutura, que já não vinham recebendo muita
atenção do governo, serão ainda mais protelados, porque os
recursos dos impostos estarão sendo usados na produções em série
de doutorezinhos.
As indústrias do concurso
público e do material escolar ganharão dimensões galácticas.
Vocês sabem porque há tantos cursos de direito? Porque o direito é
o curso que permite fazer o maior número de concursos públicos! Mas
desde quando um exército de bacharéis desempregados e de servidores
públicos que nada produzem podem gerar prosperidade para o país?
Enfim, o ensino
(autenticamente) privado irá a pique, por falta de financiamento e
por excesso de intervencionismo estatal, deixando assim de servir
como um parâmetro ao ensino público, que afundará ainda mais em
qualidade.
Sim, meus amigos, minhas
previsões não são nada animadoras! Resigno-me desesperançoso
quanto às decisões unânimes que os congressistas têm votado!
Ao contrário do que se
pensa, não há um item que se destaque miraculosamente no progresso
de um país. Ensino, poupança e investimento vão caminhando juntos,
e a melhor calibragem para que não ocorra um falta de recursos numa
área em consequência do desperdício de recursos noutra é que as
demandas sejam atendidas pela iniciativa privada.
Mas uma vez, passaremos por
uma década perdida. Está mais para um século perdido...
Olá Klauber! É bom estar de volta lendo suas postagens! Começo, hoje, por essa sua postagem super interessante e que nos trás notícias dos vampiros esquerdistas torrando o dinheiro público. É bom sabermos disso. Fico feliz em ser informado, pois a partir de hoje vou intensificar meu trabalho de educação em casa com meus filhos e ficar mais vigilante sobre os gastos públicos com os livros didáticos mentirosos e doutrinadores do PNLD!
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