RESGATE
DA HISTÓRIA CONTADA SEM PAIXÕES, POR UM ESTUDANTE DE BRASÍLIA
Palestra
do Universitário Felipe Melo
1º
de abril de 2012
Caros
leitores,
Ontem,
participei do evento “1964 e o governo militar”, promovido pelo
grupo Imperii. Fui convidado para falar sobre o que sempre nos
ensinaram a respeito do movimento cívico-militar de 1964 e dos
governos militares subsequentes. Preparei um discurso para ser lido
nessa conferência, mas acabei falando de improviso. Em todo caso,
publico o texto aqui, na íntegra, acrescido de algumas imagens
elucidativas.
Senhoras
e senhores, boa noite.
Antes
de começar propriamente a minha fala, gostaria de dizer que muito me
honrou o convite para falar diante dos senhores nesta noite. Sendo eu
ainda jovem e estudante universitário de uma instituição federal
de ensino superior, a Universidade de Brasília, tenho de como é
inusitada a minha presença neste pequeno evento. Não apenas
inusitada, mas importante: ainda que simbólica, minha presença aqui
ilustra que, apesar de todos os esforços envidados nas últimas
décadas, ainda há aqueles que não se deixaram envenenar pelas
mentiras perniciosas ensinadas diuturnamente como
verdades
incontestáveis.
incontestáveis.
“A
história é escrita pelos vencedores.” Essa frase é reputada como
sido urdida por George Orwell, que, além de ter sido um dos maiores
escritores do século XX, foi um homem que, com agudeza e talento,
descortinou o pesadelo distópico materializado pela União
Soviética. O que vemos hoje, senhoras e senhores, é justamente o
oposto: aqueles que outrora foram derrotados hoje se valem de sua
autoridade oficial para, covardemente, mutilar a história nacional e
aviltar a honra daqueles que – parafraseando Churchill –ofereceram
labuta, sangue, suor e lágrimas para impedir que o pesadelo
orwelliano se concretizasse no Brasil. O que corre nos meios
acadêmicos de hoje a respeito desse período de nossa história é,
como sói acontecer nos tempos escarninhos em que vivemos, a versão
dos derrotados. São eles, efetivamente, os responsáveis pela
construção desse período tão crucial e conturbado da história da
nação brasileira. Emílio Garrastazu Médici, um dos maiores
presidentes que o País jamais teve(?), é um nome capaz de provocar
arroubos de ódio irracional e primitivo tal qual a figura de
Emmanuel Goldstein incitava os chamados “dois minutos de ódio”
na obra 1984, de Orwell. Leônidas Pires Gonçalves, Carlos Alberto
Brilhante Ustra, Newton Araújo de Oliveira e Cruz, Golbery do Couto
e Silva, Sebastião Rodrigues de Moura, todos esses nomes são, hoje,
sinônimos de opróbrio, de tortura, de mentira e de morte.
Em
contrapartida, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Miguel Arraes,
Leonel Brizola, Apolônio de Carvalho, Luís Carlos Prestes,
Astrojildo Pereira, todos esses homens são saudados como heróis da
pátria, guerreiros da liberdade, cavaleiros da esperança –
título, inclusive, de uma biografia de Prestes escrita por Jorge
Amado. No entanto, há alguns outros nomes que são convenientemente
esquecidos, nomes que foram legados ao oblívio por, de alguma forma,
ameaçarem toda a beleza meticulosamente construída do discurso da
esquerda. São nomes de pessoas que provaram na própria pele – e,
muitas vezes, às custas da própria vida – o amargo sabor do
governo que se tentava, à força,
instalar-se no País. Pessoas como o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, vítimas do vergonhoso atentado promovido pelo grupo Ação Popular no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966; o jovem soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por uma bomba durante o assalto ao Quartel-General do II Exército no dia 26 de junho de 1968, ação essa promovida pela Vanguarda Popular Revolucionária, chefiada por Carlos Lamarca; o lavrador fluminense Edmundo Janot, assassinado brutalmente a tiros, foiçadas e facadas no dia 11 de janeiro de 1969; o primeiro-tenente Alberto Mendes Júnior, que, num ato ímpar de coragem, ofereceu a si mesmo como refém de Lamarca para salvar seus companheiros de corporação, e que, de maneira ultrajante, foi executado a coronhadas de fuzil no dia 10 de maio de 1970. Estas, senhoras e senhores, são algumas das centenas de vítimas que a subversão imolou em suas ações criminosas, ações que, não podemos nos cansar de repetir, visavam à instauração de uma ditadura comunista no Brasil.
instalar-se no País. Pessoas como o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, vítimas do vergonhoso atentado promovido pelo grupo Ação Popular no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966; o jovem soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por uma bomba durante o assalto ao Quartel-General do II Exército no dia 26 de junho de 1968, ação essa promovida pela Vanguarda Popular Revolucionária, chefiada por Carlos Lamarca; o lavrador fluminense Edmundo Janot, assassinado brutalmente a tiros, foiçadas e facadas no dia 11 de janeiro de 1969; o primeiro-tenente Alberto Mendes Júnior, que, num ato ímpar de coragem, ofereceu a si mesmo como refém de Lamarca para salvar seus companheiros de corporação, e que, de maneira ultrajante, foi executado a coronhadas de fuzil no dia 10 de maio de 1970. Estas, senhoras e senhores, são algumas das centenas de vítimas que a subversão imolou em suas ações criminosas, ações que, não podemos nos cansar de repetir, visavam à instauração de uma ditadura comunista no Brasil.
Eu
já fui um estudante cuja mente estava dominada pela lógica macabra
que enxerga num regime socialista um exemplo de verdadeira
democracia. Boa parte da minha infância foi passada em reuniões do
sindicato dos professores e do Partido dos Trabalhadores. Lembro-me
de que, por volta dos dez anos de idade, minha mãe me deu uma cópia
do Manifesto Comunista. Ela, professora, filiou-se ao PT após o
racha do Partido Comunista Brasileiro, que deu origem ao Partido
Popular Socialista. Leonardo Boff, Frei Betto, Paulo Freire, Lula,
todos esses nomes eram sagrados em minha casa. Aprendi a
verdadeiramente venerá-los. Nas campanhas eleitorais, vestia meu
uniforme de militante-mirim – camisa com a foto do Lula, bandeira
vermelha e boné do partido – para participar dos comícios,
carreatas e afins. No ensino médio, com a ajuda sempre prestimosa e
dedicada dos professores de ciências humanas, especialmente História
e Geografia, comecei a minha militância política de fato. Lembro-me
bem das vezes em que participei de protestos contra o governo
“neoliberal” de FHC: fiz barricadas, agitei bandeiras, gritei
palavras de ordem e enfrentei a polícia. Era, em suma, um espécime
bastante jovem da manada de idiotas úteis que é manejada todos os
dias pela
esquerda.
esquerda.
Quando
comecei minha graduação em Direito, em 2002, fui convidado por um
colega de classe a participar de uma reunião do grupo O Trabalho,
uma tendência trotskista do PT. Pouco depois, filiei-me ao partido e
ingressei nas profundezas do pensamento comunista. Marx era nosso
Messias, tínhamos por apóstolos nomes como Lênin, Trotsky,
Gramsci, Lukács, Althusser e toda a Escola de Frankfurt. O processo
de lavagem cerebral pelo qual passei faria Pavlov ficar aterrorizado
diante de tanta eficiência. Devido a minhas aptidões intelectuais e
comunicativas, comecei a me transformar em um dos ideólogos do
grupo: pesquisava a fundo a literatura socialista, contrapunha seus
postulados com a realidade concreta e, invertendo completamente a
ordem natural do pensamento humano, mutilava o mundo em que vivia
para que se encaixasse com perfeição nas teorias que havia elegido
como axiomas sagrados. Paradoxalmente, foi essa a minha salvação.
Por
volta dos 19 anos, comecei a notar que havia alguma coisa muito
errada em tudo aquilo. De alguma forma, algo não se encaixava, e uma
sensação de desconforto instalou-se bem no fundo de minha alma. Ao
contrário do que esperava, essa sensação começou a crescer, a se
avolumar. Entrei no que se pode chamar de dissonância cognitiva.
Todo aquele imenso e intrincado castelo ideológico começou a tremer
e, após um estalo – que, confesso, até hoje não sei qual foi –,
desabou todo em cima de mim. No entanto, consegui esgueirar-me para
fora dos escombros. Afastei-me de toda e qualquer questão
político-ideológica por um bom tempo. Precisava curar as feridas
deixadas por aquele desabamento mental e digerir, de alguma forma, a
sensação de orfandade intelectual que se seguiu a todo esse
processo.
Foi
esse sentimento, esse sentir-se órfão, que me levou a procurar
alternativas que condissessem com os valores que realmente me eram
mais caros. Por incrível que possa parecer, ter ingressado na
Universidade de Brasília me ajudou bastante nesse sentido. Ter um
ponto de partida não foi difícil: bastava buscar conhecer aqueles
autores que eram demonizados pela esquerda.
Foi assim que soube da existência do filósofo Olavo de Carvalho, e,
a partir dele, comecei a ingressar em outro mundo. Posso dizer, sem
receio de parecer exagerado, que o professor Olavo representou minha
salvação intelectual. Todo um universo de alta intelectualidade,
tanto filosófica e quanto política, se abriu para mim a partir daí.
Encontrei outras pessoas na universidade que conheciam esses mesmos
autores, e, tendo contato constante com elas, pude orientar melhor
meu pensamento e estudar a fundo todas as questões que me
incomodavam.
Todavia,
tenho ciência de que sou representante de uma minguada exceção. Eu
tive a audácia de questionar os cânones ideológicos que me
empurravam goela abaixo, e não sei se posso afirmar que tive algum
mérito nisso. Decerto, eu tive ganas de pesquisar, de ler, de saber,
de descortinar todas aquelas verdades que foram deliberadamente
mantidas bem longe de mim em meus anos escolares. Foi preciso um
grande esforço e um considerável trabalho de garimpagem, pois a
escumalha marxista, não contente em gozar de inconteste hegemonia no
ambiente educacional brasileiro, trabalha incessantemente para manter
a verdade sobre os fatos escondida sob toneladas de escombros de
propaganda. São poucos, entretanto, os que pesquisam e buscam, por
conta própria, conhecer essa época. Contentam-se com os enlatados
de sabor doce e efeitos perniciosos que lhes oferecem todos os dias,
e acabam tornando-se idiotas úteis devidamente adestrados.
Na
academia brasileira, onde há décadas o establishment
socialista fez sua morada, a Verdade – com vê maiúsculo, essência
do saber – de nada vale: o que vale unicamente são as verdades
advindas da ortodoxia gramsciana, aquelas “verdades”, com muitas
aspas, que não passam de instrumentalização ideológica de
discursos carentes de rigor científico e quaisquer valores humanos.
Na Universidade de Brasília, faz parte do nosso cotidiano encontrar
um sem-número de cartazes doutrinários espalhados pelos murais e
pelas paredes dos prédios: enquanto uns exaltam o mau exemplo
daqueles que deram suas vidas para mutilar própria pátria, outros
exigem, peremptória e instantemente, punição para aqueles que, ao
contrário, deram suas vidas por seu povo, por sua gente, pelas
gerações que já se foram e por aquelas que ainda viriam. Quando
alguém ousa contestar essa campanha torpe, eivada de mentiras e de
um asqueroso ranço bolchevique, tenta-se calar sua voz a todo custo.
Particularmente,
já fui inúmeras vezes criticado, ameaçado e censurado, tanto por
estudantes profissionais quanto por professores, por contestar essa
unanimidade estupidificante que impera na universidade. Se eu
ganhasse um real cada vez que me chamassem de “fascista”,
“reacionário”, “autoritário”
e que tais, certamente não estaria falando a vocês nesta noite,
mas aproveitando umas boas férias em algum paraíso caribenho, ou
talvez conhecendo a Europa. No mais das vezes, essas agressões não
passaram de verborragia primitiva de seres incapazes de articular
argumentos, mas ela quase chegou às vias da agressão física – e
dentro da Universidade de Brasília, uma instituição de ensino cujo
respeito à pluralidade seu magnífico reitor atesta, com docilidade
dominicana, ante qualquer evidência de intolerância. No entanto,
recuso-me a recuar diante de meus detratores.
Eles
não são apenas meus inimigos: eles são inimigos da Pátria, da
Verdade e da Justiça. E é por amor a elas que eu me mantenho firme.
Por falar em verdade, gostaria de rememorar dois fatos ocorridos
durante o governo militar. No ano de 1968, Miguel Arraes – fundador
do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e avô do atual governador de
Pernambuco, Eduardo Campos – fundou o Movimento Popular de
Libertação (MPL). O objetivo do MPL era criar uma única frente
socialista no Brasil,unificando todas as organizações atuantes no
País. De acordo com o Projeto Orvil, “o MPL estabeleceu ligações
com o PCB, AP, ALN e com os padres dominicanos de São Paulo. Através
das facilidades oferecidas para que as organizações subversivas
enviassem seus militantes a Cuba, o movimento estabeleceu vínculos
com várias delas, entre as quais o PCBR e o COLINA.” Diante do
fortalecimento
do combate à subversão, proporcionado pelo AI-5, o projeto de
Arraes foi dificultado em grande medida. Residindo na Argélia desde
1965, Miguel Arraes, seguindo a cartilha leninista com devoção,
começou a trabalhar na criação de uma frente de agitprop que, a um
só tempo, manchasse a reputação do governo brasileiro no exterior
(sobretudo através de denúncias de tortura e outras agressões aos
direitos humanos) e arrebanhasse a simpatia e o apoio internacional
para as organizações terroristas brasileiras. Assim sendo, “em
outubro de 1969, tomou a iniciativa, juntamente com o ex-deputado
Márcio Moreira Alves, o padre Almery Bezerra e Everardo Norões, de
criar, em Paris, a Frente Brasileira de Informações (FBI)”,
conforme relata o Projeto Orvil.
Prossegue
o documento: “A
criação da FBI ocorrera sem grande publicidade. Havia a necessidade
da realização de uma solenidade de impacto que ajudasse à promoção
da entidade. No dia 15 de janeiro de 1970, ocorreu no grande Salão
de Mutualité, em Paris, a Reunião de Solidariedade com o Povo
Brasileiro,
prestigiada por personalidades da esquerda mundial e transformada no marco do nascimento da FBI ou Front”.
prestigiada por personalidades da esquerda mundial e transformada no marco do nascimento da FBI ou Front”.
Tendo
ao fundo um grande mural com a fotografia do finado Carlos Marighela,
George Casalis – professor da Faculdade de Teologia Protestante de
Paris – presidiu a cerimônia, com a participação de uma mesa
diretora composta pelo advogado Jean Jacques de Félice, Blanquart,
Miguel Arraes, Jean Paul Sartre, Michel de Certau – padre jesuíta,
redator da revista Notre Combat, professor do Centro Experimental
Universitário de Vincennes –, Pierre Jalée –
presidente
do Comitê de Defesa da revista Tricontinental, e autor de diversas
obras sobre a economia do Terceiro Mundo –, Jan Talpe – físico
belga, ex-professor da USP, expulso do Brasil por envolvimento com a
ALN –, Luigi Maccario – secretário-geral da Federação Italiana
de Metalúrgicos – e M. Ghisenti. Essas presenças, por si só,
davam aos espíritos menos desatentos, a nítida orientação
ideológica da solenidade. […]
Os
organizadores do encontro propuseram, ao final da reunião, uma
Campanha Contra a Repressão Política na América Latina – típica
das organizações de frente comunistas –, visando a: apoiar as
forças de libertação que lutam no Brasil e em toda a América
Latina; fazer com que todos os franceses tomem conhecimento e
comunguem com os interesses dos povos latino-americanos; e informar,
suscitar reuniões públicas e estudar de maneira profunda as
relações da Europa e da América Latina, descobrindo meios de ação
e de pressão. A programação da campanha foi articulada em Paris,
tendo como principais articuladores Miguel Arraes, Almino Afonso,
Jean Paul Sartre e Waldech Rochet, secretário-geral do Partido
Comunista Francês”.
Quando
se trata do combate imposto aos subversivos durante o governo
militar, o mais comum é que se refira a eles como um punhado de
jovens idealistas, sonhadores e de bom coração, cujo único
interesse era fazer do Brasil um lugar melhor. Também se refere a
eles como amadores, que não contavam com nenhum recurso além de sua
boa vontade e sua paixão pela liberdade. Nada poderia ser mais
falso. Tratava-se, efetivamente, de uma rede internacional muito bem
organizada, financiada por governos socialistas e treinada pelas mais
eficientes e temíveis polícias secretas comunistas.
O
segundo fato que quero relembrar ocorreu durante o governo do general
Médici: a sucessão de tentativas mal sucedidas de seqüestro de
Curtis Cutter, cônsul norte-americano em Porto Alegre, em 1970. Após
uma coleção de erros de operação – na terceira e última
tentativa infrutífera de seqüestro, o cônsul saiu ferido com um
tiro na omoplata –, a atenção das autoridades foi atraída para o
grupo de terroristas da VPR que planejaram a ação. Por ocasião de
sua prisão, apreendeu-se, dentre outras coisas, uma minuta de
comunicado da VPR que seria divulgada à imprensa. Assim dizia o
comunicado: “O
cônsul norte-americano em Porto Alegre, Curtis Cutter, foi
seqüestrado às tais horas do dia tal de março pelo Comando “Carlos
Marighella” da Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo,
ao ser interrogado, confessou suas ligações com a CIA, Agência
Central de Inteligência, órgão de espionagem internacional dos
Estados Unidos e revelou vários dados sobre a atuação da CIA no
território nacional e sobre as relações dessa agência com os
órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo, entre
outras coisas, que a CIA trabalha em estreita ligação com o
CENIMAR, fornecendo inclusive orientação a esse último órgão,
sobre os métodos de tortura mais eficazes a serem aplicados nos
prisioneiros. A CIA e o CENIMAR sofrem a concorrência do SNI, sendo
que essa rivalidade é tão acentuada que em certa data um agente da
CIA foi assassinado na Guanabara por elementos do SNI. Esse informe
foi cuidadosamente abafado pela ditadura, mas o depoimento do Agente
Cutter, nosso atual prisioneiro, permitiu que o trouxéssemos a
público”.
Como
é possível que, em jamais tendo conseguido abduzir o cônsul, os
subversivos soubessem dessas informações tão “sensíveis”
sobre o funcionamento interno do aparato de segurança do Estado?
Essa é uma evidência incontestável do recorrente uso da mentira
como método de ação sistemático por parte dos subversivos
brasileiros, que, tanto dentro quanto fora do País, espalhavam suas
invencionices visando ao constrangimento público do governo
brasileiro e a angariar apoio para o movimento revolucionário
marxista. Mesmo diante dessa evidência, mentiras como essas não são
apenas tidas como fatos verídicos e ensinadas nos meios
educacionais, mas servem de base hoje para a instauração de
verdadeiros tribunais de exceção, como a infame Comissão da
Verdade, e para processos judiciais que ferem todos os ditames da
justiça.
O
estado de guerra cultural em que vivemos é cruento. A cada instante,
nos mais variados momentos, vemos o esforço meticuloso, deliberado,
com que a esquerda se utiliza da universidade para promover a sua
engenharia social. A partir do momento em que a Verdade foi reduzida
a uma questão de ponto de vista, à escolha e à defesa de discursos
(como preconizou, sobretudo, o venerado Michel Foucault), tudo se
tornou permitido – exceto, claro, qualquer coisa que lembrasse
vagamente tradição, ordem e todo esse “arcaísmo
conservador”. Assumir uma clara postura em defesa da vida – por
exemplo, ao atacar os esforços que testemunhamos para legalizar o
aborto e as drogas – pode resultar em ostracismo e perseguição
sistemática. Para a maioria dos estudantes universitários que se
defrontam com um ambiente tão hostil, a atitude normal é calar-se
e, aos trancos e barrancos, levar a termo a graduação o mais rápido
possível. Isso não acontece sempre de maneira tranqüila: muitos
acabam sendo cooptados pelas ideologias da moda e, como eu,
transformam-se em idiotas úteis, verdadeiras buchas-de-canhão.
Os
esforços envidados pelos derrotados de outrora para reescrever a
nossa história e praticar, sem amarras, seu abjeto revanchismo,
estão multiplicando-se num ritmo alarmante. Mais uma vez, recorro a
Orwell: “Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla
o presente, controla o passado.” É por isso, senhoras e senhores,
que o nosso encontro neste 31 de março é tão importante. Ele é
importante no sentido de que nos lembremos sempre de que aqueles que
controlam o presente estão mutilando o nosso passado, e que é
através da deturpação da memória nacional que moldarão um futuro
funesto para as gerações vindouras. Ele é importante para
lembrarmos os valores que nos são caros, valores sobre os quais
nossa sociedade e nossa
civilização foram erguidas: honra, integridade, coragem,
honestidade, decência e lealdade.
O
que devemos fazer para reverter essa situação? O general Leônidas
Pires Gonçalves, em suas entrevistas, sempre nos lembra que “o
soldado é o cidadão uniformizado para o exercício cívico da
violência”. Repito: estamos em guerra, e, nessa guerra, todos
somos soldados. No entanto, devemos ser soldados da Verdade. Façamos
da coragem, da honestidade e da isenção as nossas armas. Não há
receita pronta para vencermos os novos combates que ora travamos.
Imprescindível é que não esmoreçamos, que mantenhamos a guarda
erguida, que lutemos incansavelmente em nome de todos os valiosos
alicerces da nossa nação, alicerces por cuja defesa tantos homens
deram suas vidas. A violência que devemos exercer é a violência
dos fatos contra os delírios; esmagar a serpente do logro, da
injúria e da deturpação com as solas de nossas botas. Nossas
trincheiras não devem ser as trincheiras convencionais, mas aquelas
em que o inimigo age: as escolas, as universidades, os meios de
comunicação, o mercado editorial... Hoje, urge que olhemos para o
passado, nós, que estamos sob a guarida da Verdade, e arranquemos
dele as forças para enfrentar nossos inimigos no presente. Só assim
será possível garantir um futuro menos tenebroso para nossos
filhos, netos e bisnetos.
Muito
obrigado.
Você
pode enganar pessoas todo o tempo. Você pode também enganar todas
as
pessoas algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo
todo." (Abraham Lincoln)
pessoas algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo
todo." (Abraham Lincoln)
A
PALESTRA do universitário Felipe de Oliveira Azevedo Melo é uma
aula que precisa ser LIDA E REPASSADA.
É
a luta da MENTIRA CONTRA A VERDADE.
EM
FRENTE AMIGO.
AJUDE
O BRASIL E A “COMISSÃO DA VERDADE”.
REPASSE,
AMIGO!
GRUPO
GUARARAPESDOC: Nº 114 - 2012
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