sábado, 30 de junho de 2018

Imoralidade e indignidade explícitas



por Armando Soares


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                                 Os historiadores, os filósofos, os pensadores ensinam que não pode haver sociedade sem ordem, nem ordem sem regulação, podemos tomar como regra que o poder do costume varia na razão inversa da multiplicidade das leis, do mesmo modo que o poder do instinto varia inversamente em relação à multiplicidade dos pensamentos. Alguma normas são necessárias ao jogo da vida; podem diferir, conforme os grupos, mas dentro dum grupo têm forçosamente de ser as mesmas. Essas normas podem ser convenções, costumes, moral ou leis. Convenções são modos de conduta considerados bons pelo povo; costumes são convenções aceitas por sucessivas gerações, após a natural seleção da experiência; moral é o conjunto de regras de conduta que o grupo considera indispensáveis ao seu bem-estar e desenvolvimento. Nas sociedades primevas, em que não há leis escritas, esses costumes vitais, ou morais, regulam toda a existência humana e dão estabilidade e continuidade à ordem. Através dos tempos e pela continuada repetição se tornam a segunda natureza do indivíduo; se ele os viola, sente um certo medo, incômodo e vergonha; temos aqui a origem daquela coincidência, ou senso moral que Darwin tinha como a mais impressionante diferença entre animais e o homem. Em seu mais alto desenvolvimento a consciência é consciência social – o senso de que o indivíduo pertence ao grupo e lhe deve lealdade e consideração. Moralidade é cooperação da parte com o todo, e de cada grupo com um grupo maior. Sem isto a civilização se torna impossível.

                A moral não perde o valor pelo fato de variar no tempo e no espaço, que seria a revelação da nossa cultura em história o desembaraçar-nos dos costumes morais do grupo em que vivemos. Antropologia em doses muito pequenas é coisa perigosa. Não há a menor dúvida que a moralidade, como diz Anatole France, “é a soma dos preconceitos dum grupo “, e que, como disse o grego Anacarsis, se fossemos juntar todos os costumes considerados sagrados em algum grupo, e depois retirar dele tudo quanto fosse considerado imoral em outro grupo, nada restaria no monte. Mas isto não prova a desvalia da moral; só prova de quantas maneiras diferentes pode a ordem social ser preservada. Essa ordem é indispensável à vida dos grupos; não há jogo que possa ser conduzido sem regras; o homem necessita saber o que lhe pode vir de outro, nas circunstâncias ordinárias da vida. Daí a unanimidade com que os membros duma sociedade praticam o código moral, coisa tão importante como o conteúdo desse código. Nossa heroica rejeição dos costumes e da moral da nossa tribo, quando na adolescência descobrimos a relatividade da moral, apenas revela imaturidade de julgamento; mais uma década que se passe e começamos a perceber a muita sabedoria do código moral que condenávamos, pois que ele consolida a experiência de gerações e gerações anteriores. Cedo ou tarde nos vem a percepção de que mesmo o para nós incompreensível pode ser verdadeiro. As instituições, convenções, costumes e leis que formam a complexa estrutura duma sociedade provêm do trabalho de centenas de séculos e milhões de espíritos; um só espirito não pode esperar compreende-lo durante apenas uma vida – e muito menos aos vinte anos de idade. Temos de concluir que a moral é relativa, mas indispensável.

                Parte da função da família está na transmissão do código moral. Porque a criança é mais animal que humana; a “humanidade” tem que lhe ser dia a dia embutida. Biologicamente, a criança aparece mal equipada para a civilização, desde que os instintos só proporcionam reações para as situações tradicionais ou básicas, e reações mais próprias para a vida nas florestas do que nos agrupamentos humanos. Cada vício já foi uma virtude indispensável na luta pela existência; a virtude passa a vício depois que as condições que a tornam indispensáveis desaparecem; um vício, portanto, não constitui nenhuma adiantada forma de conduta, mas em geral um retorno atávico a situações que deixaram de existir. O propósito de um código moral consiste em ajustar os impulsos humanos que não mudam – ou mudam muito lentamente – às mudanças ocorridas na vida social.  
    
Todos esses belíssimos ensinamentos sobre a moral, costumes, convenções, foram destruídos pelos governos civis chamados impropriamente democráticos pós-regime militar. O Brasil durante esses governos se tornou um antro de imoralidade e indignidade a um ponto que os brasileiros acham que é uma coisa normal sujeitar-se a essa realidade sem esboçar nenhuma reação, ou apenas através de pequenas reações que não amedrontam a turba dos imorais e dos indignos que se apossaram do governo e do Estado.

                Será que os brasileiros esqueceram o significado da palavras imoral e indigno? Imoral é quem é contrário a moral, às regras de conduta vigentes em dada época ou sociedade ou ainda àquelas que um indivíduo estabelece para si próprio, que é indecoroso, que causa vergonha, que ofende os outros com a sua indignidade. Quem é indigno é desprovido de moral, é imoral, desonesto, libertino, indigno, torpe, desprezível, calhorda, uma pessoa ordinária, um pulha, sem caráter, um homúnculo. Como o Brasil poderia sobreviver com tanta imundície, com tanta imoralidade? Como a família pode transmitir aos seus filhos um código moral, se a família foi destruída e empobrecida por governos com fachada socialista e comunista corruptos, incompetentes e imorais? A prova dessa imoralidade, dessa incompetência, dessa corrupção está nas ruas, no crescimento da bandidagem.  

                O que se viu e cresceu no Brasil nesses últimos 40 anos foi uma quantidade imensa de políticos, governantes, juízes, funcionários públicos, procuradores, jornalistas, advogados, indigenistas, ambientalistas, antropólogos imorais e indignos, se apropriarem do governo brasileiro submetendo o país a atender seus interesses e suas práticas ordinárias, o que levou o Brasil a enfrentar uma crise econômica, social, política e institucional capaz de travar o desenvolvimento do país por muitos anos. Esse cenário pútrido é o cenário que os brasileiros vão encontrar para eleger os novos governantes brasileiros e os políticos que farão as leis, os representantes do povo no Congresso Nacional – Câmara e Senado.

                Diante dessa realidade grotesca e imunda e da quantidade de políticos que estão se apresentando para concorrer as próximas eleições, tudo leva a crer que, caso o povo brasileiro, não rejeite a grande maioria desses políticos contaminados pela imoralidade e pela indignidade, a desinfecção política não acontecerá e o Brasil irá navegar em mares revoltosos com possibilidade de naufrágio.

Armando Soares – economista

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E-mail: armandoteixeirasoares@gmail.com

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