segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O amadurecimento nos relacionamentos


Por João Bosco Leal


Recebi pela internet um filme de um palestrante fazendo uma comparação de funcionamento entre os cérebros feminino e masculino. Em alguns momentos de sua explanação o palestrante fazia algumas brincadeiras, mas, no fundo, demonstrava de modo prático e objetivo as diferenças existentes.


Comecei a pensar sobre o assunto, e logo já estava me lembrando de como, na prática, no dia a dia, é possível notar essas diferenças com muita facilidade. A diferença de comportamento é enorme, por exemplo, quando fazem compra em um supermercado.

O homem normalmente entra com sua lista na mão, procura exatamente aqueles itens, coloca no carrinho sem sequer olhar o preço do produto, paga, e vai embora. Já a mulher, com a mesma lista, ao passar nos corredores de acesso por uma banca de promoção, que está vendendo cuecas masculinas. Ela para, pega uma, analisa a qualidade, lembra que não é do tipo que o marido usa, mas não a abandona sem antes pensar se não seria bom levá-la para algum filho ou neto, ou mesmo para guardar e um dia dar de presente, pois está na promoção.

Ao sair da banca, logo à frente vê uma nova marca de amaciante líquido para roupas que não conhece, e logo coloca um no carrinho para experimentar. Quando percebe, chega em casa com muito mais produtos que foi buscar e, claro, demorou e gastou muito mais, mas foi ótimo, viu uma promoção incrível, que poderá indicar para uma amiga, e vai experimentar um novo amaciante de roupas.

O homem, quando vê televisão deixa a companheira totalmente baratinada, sem conseguir entender aquele filme, que em determinado momento era um romance na praia, e logo em seguida um filme de terror no deserto, e em muito pouco tempo já é de guerra no Vietnã, e depois também passou por cenas de uma luta de boxe.

Lembrei então do que me contou um amigo, separado de sua primeira esposa, que agora estava namorando uma baixinha. Disse quer havia encontrado uma mulher muito mais madura, companheira, e isso o fizera assumir um papel também mais maduro, companheiro e fiel em seu novo relacionamento. Que aquilo para ele era tão novo, que nunca havia tido ninguém assim, e que estava gostando tanto da baixinha que frequentemente, na presença de amigos, ou de outra pessoa qualquer, dizia que a amava, e que a baixinha era o amor de sua vida.

Qual não foi sua surpresa quando, um determinado dia a baixinha lhe disse que aquelas declarações para ela pouco valiam, pois na sua família, um tio que tinha esse comportamento, que mais elogiava e dizia para todos que adorava sua esposa, era o que mais farra aprontava, o mais infiel. Como tratá-la então, se dizer abertamente e para quem quisesse ouvir o que sentia, transmitia insegurança? Pensava ele que a estava elogiando, agradando, e a fazia lembrar de uma experiência ruim, que testemunhara, do casamento de uma tia.

Com a lembrança do relatado por esse amigo na cabeça, voltei meu pensamento ao palestrante do filme, que falava da objetividade das falas masculinas, daquela história de quando a mulher perguntou ao marido se estava gorda, e que o mesmo ficou sem ter como responder. Se dizia que sim, haveria uma briga enorme, e ouviria que era um grosso, indelicado, que estava gorda porque comia muito em decorrência de sua ansiedade, provocada pelo marido. Por outro lado, se dissesse que não estava gorda, não estava falando a verdade, que ela sabia que estava sim, que a casa possuía espelhos, e que a culpa era dele, que a deixava ansiosa, nervosa, e ela comia.

Como pode facilmente ser observado, na grande maioria dos casos, os relacionamentos são assim mesmo, com essas pequenas discordâncias, exatamente por ocorrer entre seres distintos, com físicos, mentes, objetivos e pretensões diferentes. A maturidade vai mostrando aos dois lados que é assim mesmo, por natureza, e que certas coisas não mudarão.

Com a idade, e o consequente amadurecimento, vamos aprendendo, melhorando, aceitando e amando de modo cada vez mais adulto, tanto companheiros como filhos, e percebemos que as pequenas diferenças não importam. Só a amizade, a cumplicidade e o companheirismo valem a pena.

João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br

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