quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Construindo uma catedral

Copiei abaixo uma pesquisa com os comentários do Sr Embaixador Paulo Roberto de Almeida, dono do blog Diplomatizzando, ao que adicionei os meus próprios. Trata-se de uma avaliação do perfil do brasileiro, que concluiu ser ele conservador, a favor da liberdade total de imprensa e apoiador de políticas intervencionsitas na economia.

Sim, o resultado soou paradoxal, como reconheceu o texto: O "partido político" do eleitor brasileiro defende valores conservadores e quer um estado intervencionista na economia. Seria uma espécie de partido de direita/esquerda ao mesmo tempo.

 Embora concorde com o ilustre diplomata no curto prazo, tenho razões para vislumbrar a possibilidade de um futuro promissor: Notemos que  no tocante à defesa dos valores conservadores e da liberdade de imprensa, o hiato entre prós e contras é muito maior do que no caso do intervencionismo econômico. 

Tenho dito que o Brasil nunca antes levou a sério um debate profundo entre direita e esquerda. No passado, fomos livrados da tirania comunista por conta da intervenção militar, o que nos custou algumas décadass de inocência política. Vivemos uma época interessante como dizem os chineses. Pela primeira vez na história, é do seio da população que estão nascendo blogueiros, pensadores, filósofos e institutos voltados para a defesa das liberdades individuais, da vida, da propriedade privada e dos valores conservadores, num movimento que cresce a cada dia, enfim, bandeiras, reconheçamos, que são da direita (embora a direita política deste país esteja mais perdida que cego em tiroteio). 

Eu creio que o passar dos anos, mantida a disposição da população em defender a liberdade de imprensa e de opinião e de defender os valores conservadores, há de resultar em uma mudança neste quadro, pelo conhecimento das novas ideias que vêm surgindo no campo econômico, especialmente da Escola Austríaca de Economia. 

Como diz um dileto amigo meu, estamos a construir uma catedral. Muitos de nós não chegaremos a vê-la pronta, mas desde já podemos nos orgulhar de ter ajudado. Tempo ao tempo...

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 Brasil: a caminho da decadencia economica

Parece um pouco forte, mas é o que penso a partir desta pesquisa de opinião junto aos brasileiros.
Estatizantes, os brasileiros amam o Estado, querem mais Estado, imploram por políticas públicas.
Por isso mesmo terão mais Estado, e com isso menos crescimento, menos renda e menos prosperidade.
Certas tomadas de posição são contraditórias com os objetivos últimos da população.
Até que os brasileiros mudem de opinião, vamos continuar crescendo pouco.
Mas a situação pode piorar, obviamente, pois a Lei de Murphy está sempre à espreita...
Paulo Roberto de Almeida

ELEITOR BRASILEIRO: VALORES CONSERVADORES, ESTATIZANTE NA ECONOMIA E MÁXIMA LIBERDADE DE IMPRENSA!

(pesquisa nacional GPP com 2 mil entrevistas entre 20 e 21 de agosto) 

1. A metodologia aplicada acompanhou a da IPSOS-Nouvel Observateur de 2007. Foi testada em junho de 2007 e os resultados aqui no Brasil foram semelhantes. Agora, em agosto 2011, foi repetida. O método objetiva identificar o "partido político" de preferência do eleitor. Para isso, se realiza uma série de perguntas sobre valores (conservadores e liberais) e sobre economia (estado e mercado). O resultado continua confirmando. O "partido político" do eleitor brasileiro defende valores conservadores e quer um estado intervencionista na economia. Seria uma espécie de partido de direita/esquerda ao mesmo tempo. Resultados a seguir.

2. Os valores conservadores continuam tendo amplo apoio da população. 90% são a favor da redução da idade penal para 16 anos \ 79,7% querem aula de religião nas escolas \ 77,2% são contra a legalização do aborto \ 81,4% são contra a liberação da maconha \ No caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo as respostas favoráveis cresceram de 2007 para cá. A favor 41,6% \ Contra 51,2%.

3. Eleitor é estatizante.  Maior intervenção do Estado na economia: a favor 51,8% e contra 29,8% \ Voltar a estatizar a Vale e as empresas de Telecomunicações: a favor 45,2%, e contra 39,2% \ O governo deve intervir o menos possível na sociedade: a favor 40,1% e contra 45,9% \ Privatizar mais empresas públicas: contra 48,7% e a favor 37,1 \ Diminuir a participação do governo nas empresas: a favor 40,1% e contra 45,9%

4. Quanto a Imprensa, o eleitor é contra controle do governo. Governo controlar a Imprensa: a favor 20,2% e contra 70,6% \ Liberdade total de Imprensa:  a favor 69,5% e contra 22,4%.
(Ex-blog de Cesar Maia, 15/09/2011)

Um comentário:

  1. Meu caro Klauber,
    Grato pela menção a meus comentários a esta pesquisa de opinião, mas gostaria de esclarecer que a maior parte dos comentários pertence ao ex-prefeito Cesar Maia.
    Eu apenas me limitei a comentar a parte que diz que o brasileiro gosta de Estado, especificamente vinculando esse "amor estatal" a uma possível decadência econômica.
    Todos os demais comentários, especificamente os de caráter político-ideológico, pertencem a Cesar Maia.
    O abraço do
    Paulo Roberto de Almeida

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