quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE Base: Maio de 2012


Em maio, vendas no varejo variam -0,8%

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Por Ricardo Bergamini

Em maio de 2012, o comércio varejista do país apresentou variação de -0,8% para o volume de vendas e 0,0% para a receita nominal de vendas, taxas estas em relação ao mês anterior ajustadas sazonalmente. Para o volume de vendas, este resultado reverte o sinal positivo dos dois últimos meses. A receita nominal apresenta uma acomodação após dois meses consecutivos de sinal positivo neste tipo de comparação. Em relação a maio de 2011, as variações foram de 8,2% para o volume de vendas e de 10,8% na receita nominal. Nos acumulados dos cinco primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses, as taxas se estabeleceram, respectivamente, em 9,0% e 7,3% para o volume de vendas, e em 11,9% e 11,4% para a receita nominal.


Entre as dez atividades do varejo ampliado, quatro têm taxas negativas

Na comparação com o mês imediatamente anterior, isto é, na série com ajuste sazonal, três das oito atividades do varejo apresentaram taxas de variação negativa para o volume de vendas. Os resultados foram de 3,5% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 1,6% em Livros, jornais, revistas e papelaria; 0,3% para Tecidos, vestuário e calçados; 0,1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 0,0% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; -0,2% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; -0,8% paraCombustíveis e lubrificantes e -3,1% para Móveis e eletrodomésticos. As duas outras atividades, que com as anteriores formam o varejo ampliado, registraram resultados em relação a abril de 1,5% para Veículos e motos, partes e peças e de -11,3% para Material de construção.

Já na relação de maio 2012 contra maio 2011 (série sem ajuste), apenas a atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou sinal negativo (-3,6%). As demais atividades do varejo obtiveram aumento no volume de vendas cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram as seguintes: 9,0% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 9,3% para Móveis e eletrodomésticos; 10,9% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 8,1% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 7,4% para Combustíveis e lubrificantes; 17,3% paraEquipamentos e material para escritório, informática e comunicação e 3,8% para Tecidos, vestuário e calçados.

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 9,0% no volume de vendas em maio sobre igual mês do ano anterior, volta a registrar o principal impacto na formação da taxa do varejo (47%). Este desempenho foi influenciado pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa de salários, bem como pelos gastos decorrentes da comemoração do Dia das Mães. Em termos de acumulado, nos primeiros cinco meses do ano a atividade apresentou crescimento de 9,3% e nos últimos 12 meses, variação de 6,1%.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com variação de 9,3% no volume de vendas em relação a maio do ano passado, exerceu o segundo maior impacto na formação da taxa do varejo (21%). Este resultado mensal reflete a política de incentivo do governo ao consumo através da redução de alíquotas de IPI para a chamada linha branca, além da manutenção do crédito, da estabilidade do emprego e do crescimento da renda. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano a taxa foi de 13,8% e nos últimos 12 meses, de 14,9%.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a terceira maior participação na taxa global do varejo (9%), apresentou crescimento de 10,9% na comparação com maio de 2011; 10,5% de variação nos primeiros cinco meses do ano e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 9,9%. A expansão da massa de salários e a essencialidades dos produtos comercializados, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com o quarto maior impacto na formação da taxa do varejo, obteve variação de 8,1% no volume de vendas em relação a maio de 2011, sendo responsável por 8,0% da taxa geral. Englobando diversos segmentos do varejo como, por exemplo, lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc., esta atividade vem teve seu desempenho impulsionado pela comemoração do Dia das Mães. O acumulado no ano foi da ordem de 7,6% e o acumulado dos últimos 12 meses registrou variação de 4,2%.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com crescimento de 7,4% no volume de vendas em relação a maio de 2011, respondeu este mês pela quinta contribuição à taxa global do varejo. Em termos de desempenho acumulado, nos primeiros cinco meses do ano, a taxa de variação chegou aos 4,4% e nos últimos 12 meses a 2,1%. Atribui-se este comportamento à queda de preços dos combustíveis (variação de -4,4% nos últimos 12 meses – item Combustíveis Veículos do IPCA).

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo sexto maior impacto na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em maio, da ordem de 17,3% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada nos primeiros cinco meses do ano de 28,1% e nos últimos 12 meses de 26,4%. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução dos preços de produtos que compõem a atividade (microcomputador com queda de 8,6% em 12 meses – IPCA), o aumento da massa salarial e a crescente importância que esses produtos (informática e comunicação) vêm tendo nos hábitos de consumo das famílias.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, responsável pelo sétimo maior impacto na formação da taxa global obteve acréscimo no volume de vendas, em maio, da ordem de 3,8% sobre igual mês do ano passado, registrando, para os cinco primeiros meses do ano, variação de 1,2% e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 1,6%. O resultado mensal se estabelece abaixo da média geral, refletindo aumentos dos preços dos produtos do setor cuja variação em 12 meses foi de 6,2%, segundo o IPCA.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 3,6%, exerceu menor influência no resultado do varejo. O volume de vendas acumulado no ano registrou variação de 2,3% e nos últimos 12 meses a taxa foi de 3,1%.

Varejo ampliado varia -0,7%

O Comércio Varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peçase de Material de construção, registrou variações em relação ao mês anterior de -0,7% para o volume de vendas e de -0,2% para a receita nominal, ambas as taxas com ajustamento sazonal, revertendo a seqüência positiva dos dois meses anteriores. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 4,2% para o volume de vendas e de 5,8% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses o setor apresentou variações de 5,8X% e 5,3%, respectivamente para o volume de vendas, já para a receita nominal as variações foram de 7,5% e 7,7%, respectivamente.

No que tange ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou redução de -2,5% em relação a maio de 2011. A atividade apresenta o segundo mês consecutivo de variação negativa, não refletindo ainda a medida de redução de IPI tomada pelo governo, que ocorreu ao final do mês de maio do corrente ano. Em termos de acumulados, as variações foram as seguintes: -0,8% nos cinco primeiros meses e 1,2% nos últimos 12 meses.

Quanto a Material de Construção, as variações foram de 3,6% em relação a maio de 2011, de 11,1% no acumulado do ano e de 8,7% nos últimos 12 meses. Resultados estes atribuídos às incertezas do mercado bem como às expectativas de redução de taxa de juros, levando o consumidor ao adiamento de seus investimentos. Ressalte-se que os itens já contam com o benefício de redução do IPI.


Todas as UFs têm resultados positivos na comparação com maio de 2011

No que tange ao comércio varejista, todas as 27 unidades da Federação apresentaram resultados positivos na comparação entre maio de 2012 e maio de 2011. As principais altas foram em Roraima (24,0%); Amapá (15,0%); Tocantins (13,8%); Pará (12,8%) e Espírito Santo (12,5%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, isto é, levando em consideração os pesos dos estados, sobressaíram, pela ordem, São Paulo (9,8%); Paraná (11,3%); Minas Gerais (6,8%); Rio Grande do Sul (8,0%) e Bahia com 8,9%.

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram em Roraima (18,9%); Piauí (13,4%); Pará (13,3%); Tocantins (13,2%) e Mato Grosso (13,1%). Quanto à participação na composição do resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (4,6%); Paraná (7,0%); Rio Grande do Sul (6,5%); Bahia (6,6%) e Minas Gerais (2,6%).

Ainda por unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam somente cinco estados com variação positiva, a saber: Espírito Santo, com variação de 1,2%; São Paulo (0,8%); Sergipe (0,4%); Rio Grande do Norte (0,3%) e Amazonas, com 0,1%. Já as maiores quedas ocorreram em Rondônia (-4,2%); Bahia (-3,9%); Goiás (-3,7%); Santa Catarina (-3,0%) e Ceará, com -2,8%.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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