Estranhas medidas, medidas estranhas
por DANIEL RAMOS *
Coerência. Talvez essa seja a premissa mais importante para o sucesso. A falta dela certamente é sintomática do fracasso. O governo petista está aí para provar. As vezes até tentam mostrar um pouco de coerência, como se uma meia-verdade não fosse uma mentira completa. Uma sequência de discursos e ações que beiram a uma esquizofrenia ideológica e programática de quem mostra um país que só existe na propaganda, mas parece esquecer que as pessoas não vivem nele.
O governo petista divulga um PIB e entrega outro. Assim também é com a inflação que eles conseguiram trazer de volta.
O governo petista manipula a contabilidade oficial para fechar a conta, lança o lema de Pátria Educadora, não paga a conta do Pronatec, maior programa – segundo eles – de ensino profissionalizante, atrasa repasses e ainda corta recursos das universidades federais.
O petismo sempre vendeu uma coisa e entregou outra. Uma aula de incoerência. Prometeram resguardar direitos trabalhistas e durante a eleição acusaram o adversário de ser uma ameaça. No início de um novo mandato, cirurgicamente, rasga o discurso, mostrando mais uma vez que o que vale é empilhar mentiras e vencer eleições a qualquer custo, depois pouco importa.
A um ano da eleição, a presidente foi para a TV anunciar um desconto na conta de energia elétrica, e no início de um novo mandato, o contribuinte, que é quem financia o governo, recebe uma conta de luz que ajuda a apagar um pouco da esperança. Aumentos para “compensar as perdas” mas quem sai perdendo é sempre a sociedade.
O governo petista fala em pacto e “união das forças vivas”, mas segue com 39 ministérios e não corta qualquer cargo em comissão.
O governo que agora, em meio a um escândalo de proporções nefastas na Petrobrás, repete a toda hora “não nos meça pela régua dos outros”. Aí sim, se pensarmos que o objetivo de um governo é o bem estar de seu povo, talvez, sem querer, o petismo esteja sendo coerente. A régua do petismo tem um jeito estranho de medir as coisas, seus parâmetros não inspiram confiança. A extensão do fracasso pode ser medida pela soma de erros que multiplica a insatisfação.
A sociedade se organiza para um protesto no próximo dia 15 de março e, ao mesmo tempo, o maior expoente do petismo convoca os partidos da esquerda e o MST para dois dias antes ir ás ruas defender o governo e a Petrobrás. Aí também a coerência até passou perto. A Petrobrás precisa mesmo ser defendida, só que é do próprio petismo.
A incoerência expõe as mazelas de um governo que não tem compromisso com a verdade nem com a sociedade.
*Daniel Ramos é publicitário e especialista em marketing político.
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