O comércio é vantajoso para todos. Duas pessoas comerciam entre si porque cada um dá mais valor ao que recebe do que a aquilo de que abre mão. É por isso que em uma loja tanto o cliente quanto o vendedor dizem "Obrigado".
No nível internacional, o comércio continua vantajoso, porque permite aos países se especializarem no que fazem bem e vender a sobra para trocar por coisas que não fazem tão bem. Quando livre comércio ocorre desimpedido, o mundo fica mais rico e tem mais escolhas.
Mas eu sempre ouço falar de "comércio injusto". As pessoas me dizem que o comércio permite que empresas americanas explorem pessoas em países pobres e deixem os americanos sem emprego.
Tom Palmer, da Atlas Economic Research Foundation, um dos meus convidados em meu programa de TV da Fox Business News esta semana, diz que essas coisas são mitos.
Exploramos pessoas no Terceiro Mundo?
"Não é isso que as evidências mostram", diz Palmer. "Empresas multinacionais pagam um prêmio salarial. Pagam mais do que as empresas locais (...) porque querem atrair os bons empregados. Veja a fábrica da General Motors em Shanghai. Eles pagam três vezes o que pagam as fábricas chinesas."
E no entanto a Presidente da Câmara, Nancy Pelosi, diz que liberalizar o comércio com a América Central exploraria os trabalhadores.
"As pessoas querem trabalhar nessas fábricas. Elas fazem fila. Elas competem. Estão competindo para serem exploradas? Estão competindo por salários mais altos. Eu acho que essas pessoas sabem o que é bom para elas melhor do que Nancy Pelosi."
O Senador Byron Dorgan chamou o livre comércio de "uma corrida para o fundo do poço. Isso diz aos americanos que, se você não puder competir com a mão-de-obra a 30 centavos por hora em um outro país, você perde seu emprego."
"Novamente, as evidências não apontam isso", diz Palmer. "Veja o iPod. Nele diz: 'Fabricado na China'. Mas se você olhar atrás, diz 'Projetado na Califórnia'. A maior parte do valor é agregada por trabalhadores americanos." Meu colega na Fox, o ex-governador Mike Huckabee, disse, "Em um país só podemos ser livres se pudermos nos alimentar, produzir combustível e nos defendermos por nós mesmos. Quando começamos a terceirizar tudo, esse é o caminho da escravidão."
"Espero que o Governador Huckabee tenha pensado nisso quando ele era governador do Arkansas, e assegurado que não havia empregos terceirizados para a Virginia ou o Texas", respondeu Palmer. "Ele devia ter protegido as pessoas do Arkansas, né?"
Mas isso é diferente. Podemos contar com a Pennsylvania em uma guerra. Não me parece que possamos contar com a China.
"Se você está fazendo comércio com o país, isso torna a guerra muito menos provável", afirmou Palmer. "Não vamos entrar em guerra com o Canadá. É nosso maior parceiro comercial — US$600 bilhões por ano atravessando a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá em comércio, na fronteira não militarizada mais longa do mundo. Oito mil quilômetros, contando o Alaska. Isso é o comércio criando a paz."
Como colocou o economista francês Frédéric Bastiat, "Quando bens não cruzam fronteiras, soldados o farão."
Palmer ofereceu um outro jeito de pensar no comércio: como uma máquina — "uma máquina que permite que agricultores da Flórida transformem laranjas em telefones. Eles não conseguem cultivar telefones nas árvores deles na Flórida. Mas cultivam laranjas muito bem.O que podem fazer é pegar essas laranjas e trocá-las por telefones."
E quando as pessoas fazem isso no mundo todo, ficam mais ricas. "É como o caso de você comprar café em uma loja. Você poderia ter feito seu próprio café. Mas seu tempo é melhor gasto fazendo outra coisa. Então você terceiriza a sua produção de café. Você ganhou com isso. E a moça que te vendeu o café também."
Palmer nota que a China já foi a sociedade mais avançada do mundo. Havia desenvolvido o relógio, a imprensa, o compasso, e mais. Não por coincidência, enquanto avançava tecnologia e ciência, era uma grande comerciante.
"E tudo isso se despedaçou porque eles destruíram seu comércio. Tornaram ilegal o comércio com estrangeiros. E se voltaram para dentro. Isso iniciou um processo de estagnação que só agora está sendo desfeito. Não devemos fazer isso nos Estados Unidos."
Somos diferentes, não somos? Sabemos fazer tudo de que precisamos. "Tem sempre novas oportunidades para o progresso. (...) Lembra de ver Star Trek quando era criança e eles tinham aquele comunicador esquisito? Todo mundo tem um agora. (...) O comércio tornou isso possível."
Matéria extraída do website do Instituto Ordem Livre
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