sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Beatriz Segall: libertada da "solitária"

Por Klauber Cristofen Pires

Passeando pelas ruas leio em uma manchete de qualquer revista que a renomada atriz Beatriz Segall retornará à televisão, notícia de que tenho a confirmação no site "Quem acontece". De acordo com o divulgado, a atriz interpretará mais uma vilã, ao estilo de sua personagem mais famosa, "Odete Roitmann", de Vale-Tudo,  na série "Lara com Z", de autoria de Aguinaldo Silva,  cuja estréia está prevista para abril.

O leitor deve estar a perguntar que relação tem uma notícia como esta com este articulista que não trata de fofocas televisivas. Pois esclareço: esta elegantíssima e corajosa senhora foi uma das poucas a declarar em público que não acreditava nas mentiras do Sr Luís Inácio Lula da Silva e que se sentia especialmente cética quanto ao sucesso do programa Fome Zero, aquele que, enfim, de tão malfadado, saiu de fininho dos noticiários e das bocas do beautifull people.

Beatriz Segall teve a coragem de expressar seu ceticismo ainda no tempo em que todo o país estava embriagado em um surto de empolgação coletiva à espera do "espetáculo do crescimento", quando Lula fazia chacota da comoção norte-americana com o terrorismo e de sua reação contra os países que o sustentavam ao alardear acintosamente que "a nossa guerra era contra a fome".

A atriz pagou caro por sua audácia. Desde então foi alijada da Rede Globo, tendo resumido sua participação nas televisão apenas na obscura novela "Bicho do Mato", da rede Record. Em 07/11/2010, a estrela declarou ao site Ego (Globo.com): "Sou realista. Achei que seria difícil me darem um bom papel aos 36 anos", diz a atriz, que lamenta não ter feito mais trabalhos na TV. "Acho que ela [televisão] brigou comigo. Nunca mais me convidou. Mas estou satisfeita com o teatro"".


Então reflitamos: - terá sido tão somente uma mera coincidência que uma artista tão conceituada e aclamada tenha sido jogada ao ostracismo por todo o restante dos dois mandatos do sapo barbudo por nenhum motivo aparente e que só tenha voltado depois que ele tivesse terminado de arrumar as trouxas? Ou terá sido mais acertado entender que ela passou este tempo todo na "solitária", aquela cela da cadeia onde os presos renitentes são colocados de castigo?

Considerando a estatura do trabalho da Sra Segall e tendo em vista que, para uma rede de tv cujas novelas das vinte e uma horas compõem o que há de mais nobre em sua programação, a ponto de ser reconhecida internacionalmente, uma "série" não passa de uma pequena "canja", algo assim próprio de quem diz: você poderá ganhar melhores papéis, se aprender a se comportar...

Como muito bem frisou o humorista Marcelo Madureira, do programa Casseta & Planeta, "vai demorar gerações para mudar o que Lula fez à sociedade brasileira, principalmente a juventude e os valores, vai demorar gerações para acabar.". Até lá oxalá tenhamos sabido ao certo quantos jornalistas, artistas e empresários terão sido prejudicados e perseguidos pela máquina do PT...

Um comentário:

  1. Lembrando que a atriz defendeu publicamente a Regina Duarte pela sua declaração polêmica de apoio ao Serra, dizendo que tinha medo do governo Lula e foi vítima de patrulhamento ideológico.
    Beatriz Segall disse que também tinha medo, inclusive de não poder dizer que tinha medo.
    Devo confessar que na época eu também era um entusiasta do Lula e do PT e também fui contra a Regina Duarte. Eu era um burro.

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