segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Pacto da Morte

Por Klauber Cristofen Pires

Prezados leitores,

A notícia "Prefeituras paraenses têm até o dia 31 para aderir ao pacto contra desmatamento na pecuária",  que extraí do site da Agência Brasil traz um avanço a mais no capítulo da perseguição que se aplica ao produtor rural paraense.

Só para começar, vamos apontar esta novilíngua de chamar de "pacto" o que na verdade se constitui em "notificação". De uns tempos para cá, com efeito, cada vez mais os agentes do estado fazem uso de termos cujo significado pressupõe consensuailidade para caracterizar atos que são nitidamente de império: contribuição, auxílio, pacto, solidariedade, etc.

Como o leitor poderá conferir pela leitura da matéria "jornalística", não são poucas as exigências e nem é fácil a vida para quem estiver disposto a plantar, criar gado ou explorar qualquer atividade produtiva neste estado. Coincidência ou não, desde que o MPF passou a exercer sua militância contra os pecuaristas paraenses num esforço tal que chegou a promover a exibição de uma ilegal e constrangedora propaganda televisiva na qual os consumidores são exortados a boicotar a carne da região Norte, um quilo de picanha custava em janeiro do ano passado algo em torno de R$21,00 nas boas casas de carne de Belém, enquanto hoje ultrapassa a marca de R$ 36,00, ou seja, estamos falando de quase 72% de aumento.

Para os sonsos de plantão, não estou a defender coisas tais como o trabalho escravo, assim quando for corretamente considerado, isto é, aquele que sobretudo consiste em impedir o direito de ir e vir dos trabalhadores ou que os submete mediante uso da força ou grave ameaça. Estou falando, porém, acima desta ou daquela situação particular e excepcional que, claro, sempre há de existir, conquanto as mais das vezes sejam estas usadas como pretextos com se fossem casos gerais, para servir a propósitos diversos.
 
Falo, sim, é da ordem civilizacional vigente, aquela que é fruto das idéias prevalascentes e que norteia os entendimentos gerais dos homens sobre as coisas (ou a falta deles). Sim, porque não há de se ler tão cedo de um hipotético "pacto" para se acabar com as invasões, pilhagens, sequestros, interdições de estradas e a destruição de benfeitorias, máquinas e equipamentos, ou mesmo da dilapidação do patrimônio público. Não se há de ouvir tão cedo sobre algum "pacto" em favor da propriedade privada ou da produção de alimentos ou dos empregos que toda a atividade econômica privada gera.
 
Agora prestem atenção na sonoridade desta expressão: "Termo de Ajuste de Conduta - TAC". O que pode soar mais autoritarista do que esta espécie de expediente de que faz uso a "ditadura da portaria"? O cidadão ao qual é apresentado tal documento humilha-se e submete-se diante do fato incontestável de que não tem à sua frente meramente uma disputa jurídica em igualdade de condições, mas sim que se está prestes a despertar todo o poder da ira de Roma, que não poupará esforços até que seu nome seja desonrado, sua casa queimada, a mulher e filhos vendidos como escravos e que ele próprio termine dependurado numa cruz, a morrer pelas bicadas dos abutres sob o sol escaldante. Deu pra entender o recurso estilístico?
 
A sina do Pará parece mesmo a de ter o seu destino decidido por quem quer que seja, desde que de fora, especialmente as ong's estrangeiras. No rastro da dstruição, sobram apenas as famílias sem empregos e sem expectativas de futuro. Que lástima!
 

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