quarta-feira, 27 de junho de 2012

Política Monetária e Operações de Crédito do SFNI – Fonte BCB - Base Maio 2012


A média dos saldos diários da base monetária atingiu R$190,1 bilhões em maio, após crescimentos de 0,3% no mês e 7% em doze meses, resultante do aumento mensal de 0,3% no papel-moeda emitido e da estabilidade no saldo de reservas bancárias.
Por Ricardo Bergamini


 Entre os fatores condicionantes da emissão monetária, a movimentação na conta única do Tesouro Nacional foi contracionista em R$15 bilhões, enquanto as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, foram expansionistas em R$13,7 bilhões. O impacto dos títulos públicos refletiu compras líquidas de R$31,3 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de 17,6 bilhões no mercado primário.

Os meios de pagamento restritos (M1) alcançaram saldo médio diário de R$258,9 bilhões, assinalando incrementos de 0,3% no mês e 3,6% em doze meses. Nessas bases de comparação, o saldo médio do papel-moeda em poder do público variou 0,4% e 10,9% e os depósitos à vista, 0,2% e -1,9%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos para investimentos, depósitos de poupança e títulos privados, registraram variação de 1,6% em maio, totalizando R$1,6 trilhão. Esse resultado refletiu os avanços de 1,8% no saldo de títulos privados, que atingiu R$934,2 bilhões, e de 1,9% nos depósitos de poupança, que somaram R$442,5 bilhões. No mês, foram registradas captações líquidas de R$6,3 bilhões em poupança e de R$4,9 bilhões em títulos privados.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, totalizou R$3,3 trilhões, após expansão mensal de 1,1%, para a qual contribuiu o crescimento de 0,7% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que somou R$1,5 trilhão. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, apresentou elevações de 1,6% no mês e 18,6% nos últimos doze meses, alcançando R$3,8 trilhões.


 Operações de crédito do sistema financeiro

O estoque total das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$2.136 bilhões em maio, assinalando crescimentos de 1,7% no mês e 18,3% em doze meses, registrando expansão mais acentuada que no mês anterior. A evolução ocorreu de forma equilibrada entre os segmentos de créditos livres e direcionados, mantendo-se as trajetórias declinantes das taxas de juros e dos spreads bancários. Nesse contexto, a relação crédito/PIB alcançou 50,1%, ante 49,6% em abril último e 45,7% em maio do ano anterior. A representatividade dos bancos públicos no total de crédito aumentou 0,4 p.p., ao atingir 44,6%, enquanto ambas as participações das instituições privadas nacionais e das estrangeiras recuaram 0,2%, situando-se em 38,4% e 17%.

As operações com recursos livres somaram R$1.370 bilhões em maio, com acréscimos de 1,6% no mês e 16,1% em relação a igual período de 2011, correspondendo a 64,1% do total de crédito do sistema financeiro. As operações relativas a pessoas jurídicas somaram R$687 bilhões, com aumentos de 1,9% e 17,2% nas mesmas bases comparativas, com destaque para as operações de capital de giro e para os financiamentos lastreados em recursos externos. Os empréstimos destinados a pessoas físicas, impulsionados pela demanda por crédito pessoal, totalizaram R$683 bilhões, registrando expansões de 1,2% no mês e 15% em doze meses.

O crédito com recursos direcionados atingiu saldo de R$767 bilhões, ao crescer 1,8% no mês e 22,4% em doze meses, traduzindo o dinamismo dos financiamentos habitacionais, que cresceram 2,8% no mês, e a evolução das carteiras do BNDES e do crédito rural, que registraram elevações mensais respectivas de 1,6% e 1%.

Os desembolsos realizados pelo BNDES alcançaram R$34,2 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, superando em 1,4% o valor registrado em igual período de 2011. Esse comportamento foi condicionado pelo aumento de 6,9% nas operações com o segmento de comércio e serviços, impulsionado pela demanda dos setores de eletricidade e gás e telecomunicações, ao passo que os financiamentos à indústria recuaram 10,4%. As concessões relativas a micro, pequenas e médias empresas, no mesmo período, caíram 7,3%, correspondendo a R$13,9 bilhões. As consultas formuladas ao BNDES somaram R$73,8 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, após elevação de 37,3%, sobressaindo a expansão de 71,5% nas solicitações da indústria, com destaque para o setor de coque, petróleo e combustível.

Distribuição setorial do crédito


Os empréstimos ao setor privado, computadas as operações com recursos livres e direcionados, atingiram R$2.047 bilhões em maio, refletindo expansões de 1,6% no mês e 17,8% em doze meses. Os créditos destinados ao segmento outros serviços aumentaram 2,7% no mês, ao atingir saldo de R$367 bilhões, destacando-se as atividades relacionadas a transporte, cartão de crédito, energia e infraestrutura. Os financiamentos à indústria, com ênfase para os segmentos agroindustrial, energético e de transportes, elevaram-se 1,2%, alcançando R$431 bilhões, enquanto as operações destinadas ao comércio cresceram 0,5%, para R$212 bilhões.

O crédito habitacional, com recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cresceu 2,8% no mês e 41,9% em doze meses, atingindo R$229 bilhões, correspondentes a 5,4% do PIB. O crédito ao setor rural, traduzindo maior demanda por custeio e investimento agrícolas, alcançou R$147 bilhões, registrando incremento de 1% no mês.

O crédito ao setor público atingiu saldo de R$90 bilhões em maio, após acréscimo de 4,1% no mês, condicionado pelos efeitos da depreciação cambial nos contratos com empresas do setor energético e por investimentos em infraestrutura urbana. Esse resultado refletiu a expansão de 4,1% nos financiamentos ao governo federal, saldo de R$48 bilhões, e o aumento de 4% nas operações dos governos estaduais e municipais, que somaram R$42 bilhões.

 Operações com recursos livres - Crédito referencial para taxas de juros


Nas operações com pessoas físicas, destacou-se o crescimento da carteira de crédito pessoal, com variação de 1,9% no mês, totalizando R$263 bilhões em maio, impulsionada pelas concessões de empréstimos consignados. Em sentido inverso, observou-se redução nos saldos de modalidades com custo mais elevado, como cheque especial e cartão de crédito, ambos com retração de 2,8% no mês. O saldo dos financiamentos de veículos cresceu 0,2% no mês.

Entre as modalidades destinadas a pessoas jurídicas, os empréstimos para capital de giro aumentaram seu ritmo de expansão, atingindo R$330 bilhões em maio, com crescimentos de 2,4% no mês e 18,1% em doze meses, destacando-se a maior demanda por crédito pelas pequenas e médias empresas, impulsionada por melhores condições em termos de taxas de juros, prazos e limites de contratação, bem como por perspectivas de maior dinamismo da atividade econômica no segundo semestre. As operações lastreadas em recursos externos, saldo de R$76 bilhões, registraram incremento de 9%, para o qual contribuiu a depreciação cambial de 7% no mês.

A taxa média de juros das modalidades que compõem o crédito referencial atingiu 32,9% a.a. em maio, após reduções de 2,2 p.p. no mês e 7,1 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o menor patamar registrado na série histórica iniciada em junho de 2000. A diminuição no custo do crédito ocorreu em ambos os segmentos de tomadores, com destaque para os empréstimos às famílias, que registraram recuo de 3 p.p. na taxa média, situando-se em 38,8% a.a., a mais baixa da série iniciada em julho de 1994. No segmento de empresas, a taxa média situou-se em 25% a.a., com redução de 1,3 p.p. No mesmo sentido, os spreads bancários assinalaram reduções de 2,4 p.p. no crédito a pessoas físicas e de 0,7 p.p. nas operações com pessoas jurídicas.

A inadimplência do crédito referencial, considerados os atrasos superiores a noventa dias, alcançou 6% em maio, após elevação de 0,1 p.p. no mês. A taxa relativa às operações com pessoas físicas subiu 0,2 p.p., atingindo 8%, enquanto a de pessoas jurídicas permaneceu estável em 4,1%.

Ativos e passivos internacionais do sistema bancário

Os ativos e passivos internacionais do sistema bancário, correspondentes a operações com não residentes ou em moeda estrangeira, registraram, no primeiro trimestre de 2012, expansões de 5,3% em reais e de 8,4% em dólares, totalizando R$228,9 bilhões em março. Com isso, a participação dos ativos internacionais no total das aplicações do sistema bancário subiu de 4,9% para 5,1%.

No trimestre, as participações dos bancos nacionais, privados e públicos, no total de haveres internacionais reduziram-se, nesta ordem, de 40,1% para 39,6%, e de 19,6% para 18,6%. Em sentido inverso, a parcela referente aos bancos estrangeiros ampliou-se de 40,3% para 41,9%. Em relação às contrapartes dos ativos, as operações com residentes alcançaram participação de 34,2% em março, ante 31,8% em dezembro do ano anterior, enquanto as parcelas correspondentes aos centros offshore e aos Estados Unidos apresentaram, igualmente, reduções de 1 p.p. situando-se, respectivamente, em 34,1% e 10,4%.

O saldo de passivos internacionais alcançou R$310,6 bilhões, evidenciando expansão trimestral de 2% em reais e de 5% em dólares. A representatividade destas captações no total de passivos exigíveis do sistema permaneceu estável em 7,5%. A distribuição dos passivos conforme o controle de capital das instituições, nacional e estrangeiro, não apresentou variações relevantes, com os bancos nacionais mantendo participação de 61% e os bancos estrangeiros de 39%. Relativamente às contrapartes, a parcela de operações com residentes aumentou de 14,1% para 16,9%, em sentido oposto aos passivos com norte-americanos, que recuaram de 33,5% para 30,2%.

Os ativos internacionais consolidados do sistema bancário, que incluem somente posições com não residentes, somaram R$124,6 bilhões em março, segundo o conceito de risco inicial, registrando redução trimestral de 1,8% em reais, embora com ampliação de 1,1% em dólares. No conceito de risco final, que incorpora ao ativo inicial o resultado das transferências de risco entre países, o saldo alcançou R$119,2 bilhões.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

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