Prestem
bastante atenção: o texto a seguir compreende uma denúncia grave de doutrinação
ideológica escolar, à base de extensa desonestidade intelectual!
Por
Klauber Cristofen Pires
O
problema da doutrinação ideológica nas escolas ainda se apresenta como um
grande desafio a ser vencido. Afora a entidade Escola sem Partido e uns poucos
pais atentos, praticamente nada mais tem servido de obstáculo à sanha de
autores e professores inescrupulosos, que se valem da confiança dos genitores e
da ingenuidade dos estudantes para influenciá-los com suas doutrinas espúrias,
a fim de torná-los futuros “agentes de transformação social”.
Necessária
se faz a união decidida dos responsáveis familiares para que revertamos este
que a meu ver se trata de escandaloso crime: influenciar crianças desde a tenra
idade. Ressalto que o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº 8.069/1990) lhes
prevê a proteção integral, “assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade” (Art. 3º). E que “Nenhuma criança ou adolescente será objeto
de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais” (Art. 5º).
Os
autores de livros didáticos, as instituições de ensino e os professores que se
acumpliciam no mister de conduzir de forma tendenciosa a educação das crianças,
visando com isto concretizar seus projetos políticos, agem de forma deliberada e
consciente, portanto dolosa, pois usam de uma notória posição de superioridade
e muito pior do que isto, de uma relação de confiança, para melifluamente incutir
nos jovens de cabeça tenra a sua próprias concepções de mundo tais como postulados
fossem.
A
criança tem o direito de receber a informação isenta, ampla e intelectualmente
honesta. Aliás, qualquer cidadão em qualquer idade tem este direito, senão que
afirmo haver muito maior ênfase no que toca aos primeiros, obviamente, por se encontrarem
em situação de especial fragilidade.
Há
quem dissemine por aí que nenhum discurso há de ser plenamente isento, e que
qualquer palestrante busca conquistar os seus ouvintes segundo suas convicções,
mesmo que sem perceber. Trata-se de maliciosa camuflagem. O educador – o autor
do livro didático ou o professor - tem o
dever de apresentar e explicar fidedignamente as diferentes correntes sobre
fatos controversos, por mais simpática que lhe possa parecer uma em particular.
O educador pode até defender este ou aquele ponto de vista sobre qualquer
assunto, mas se falsifica ou omite fatos e versões, ou mesmo se apresenta suas
convicções pessoais como verdades axiomáticas, então está a agir de forma
intelectualmente desonesta, e isto é objetivamente demonstrável.
É
o caso do livro didático Geografia – Espaço e Vivência - 8º ano - Atual Editora – Editora Saraiva, 2011 - de
Levon Boligian, Rogério Martinez, Wanessa Pires Garcia Vidal e Andressa
Turcatel Alves Boligian.
No
Capítulo 2, à página 26, os autores estatuem:
“Nas sociedades
capitalistas, a acumulação de capital torna-se possível porque há duas classes
ou grupos sociais distintos: os capitalistas e os trabalhadores. Assim, a
divisão do trabalho é baseada nessas classes sociais, e não no sexo ou na idade,
como ocorre nas sociedades nômades e agrícolas que examinamos. Essa
característica é chamada pelos estudiosos de “divisão social do trabalho”
Os
autores cometem no parágrafo acima duas mentiras. A primeira é a de que a
produção livre ou capitalista teria fundado duas classes distintas e estanques,
assim como a sociedade das abelhas ou mesmo a sociedade humana de castas, como
milenarmente tem ocorrido na Índia. Ora, justamente o oposto é que é
verdadeiro: o sistema capitalista enterrou os privilégios de nascença, sexo, raça
ou religião. Atente-se como é fato incontroverso que um sem número de
trabalhadores veio a abrir negócios como empresários e vice-versa, ou exercer
ambas as funções simultaneamente, bem como há trabalhadores que logram obter bem
mais renda que muitos empresários. Ainda, tal afirmação omite que a maioria dos
empresários trabalha muito, e a bem da verdade, sem gozar muitos dos direitos
trabalhistas conferidos aos seus próprios empregados. A segunda mentira é
afirmar que o conceito de “divisão social do trabalho” provém dos “estudiosos”,
como se fosse matéria pacífica. Trata-se, isto sim, de um conceito fundado por
Karl Marx e utilizado por seus seguidores para explicar um fenômeno que é
peculiar à sua doutrina, qual seja, o de propor que haja uma exploração dos
trabalhadores pelos empresários (“mais-valia”).
Adiante,
prosseguem:
Na verdade, o salário
não corresponde ao valor real daquilo que é produzido pelo trabalhador, ficando
o capitalista com o excedente, ou seja, o lucro. É dessa forma que o
capitalista consegue acumular capital por meio da exploração da força de
trabalho e dos meios de produção.
“Na
verdade,”? Eis a mentira mais deslavadamente apregoada nas últimas décadas no
sistema de ensino brasileiro. Karl Marx era um sujeito extremamente sórdido e
tratante: Além de adulterar a divulgação dos dados estatísticos do parlamento
britânico, conhecidos como “blue books”, invertendo os dados de trinta anos
antes com os da época de sua consulta, como forma de “demonstrar” a alegada
queda do nível de vida dos trabalhadores ingleses, quando, ao invés, esta
estava aumentando de qualidade, vivia a
defender sua teoria contra as objeções de cientistas sérios valendo-se de isolá-la
em casos cada vez mais específicos, até ao ponto de propor que os empresários
expropriavam somente “a última hora de trabalho” dos seus empregados.
Saliente-se
que o próprio pensador alemão provavelmente resignou-se perante os que
seriamente demonstraram a falsidade de sua teoria, como Karl Menger,
Böhm-Bawerk, Jevons e Walras, ou não teria desistido de publicar o segundo e
terceiro volumes de “O capital”, que já estavam prontos antes mesmo de
estruturado o primeiro. Karl Marx, nesta época, contava 49 anos, e vivia o auge
no auge de sua prolífica atividade intelectual. Estes volumes restantes somente
foram editados e publicados por Engels, em 1884, quase trinta anos depois da
publicação do primeiro volume (Ação Humana, 2ª ed., p. 80).
A
completa falsidade da afirmação dos autores complementa-se com a fundamental
falácia da teoria objetiva do valor, segundo a qual os bens produzidos deveriam
ser valorizados segundo a quantidade de horas trabalhadas empregadas neles.
Para facilmente deduzirmos o seu absurdo, basta-nos perguntar qual seria o
salário justo do empregado de uma firma que empreendesse dez horas de labor
para produzir um bem muito pouco desejado pelos consumidores, como por exemplo,
uma tv em preto e branco acionada a válvulas.
Fato
é que jamais algum economista marxista conseguiu definir o valor ideal do
homem-hora, e sim que todos os seus esforços sempre se concentraram na também
malograda estipulação de um salário “vitalmente necessário”, isto é, decorrente
não da produtividade dos trabalhadores, mas de suas necessidades pessoais (O quê
os consumidores têm com isso?) Não obstante, foi esta teoria que deu vida à lei
do salário mínimo vigente em diversos países – e observem como são díspares
entre si.
Sem
delongar-me mais que o necessário para o propósito desta exposição, aponto para
o mais importante: observem, prezados pais, mães e professores idôneos, como
astutamente os autores omitem que a sentença declarada como “verdade” por eles
trata-se da “teoria marxista da
mais-valia”. Tal omissão não é despropositada. Além de dificultar a pesquisa voluntária por
parte dos estudantes, eis que “mais-valia” representa uma importante palavra-chave,
que poderia fazê-los se defrontar com o fato de ser apenas uma teoria em meio a
outras tantas que lhe objetam, a omissão se reveste de um caráter subliminar:
fazer com que os jovens, nesta época, absorvam o ensino apenas intuitivamente e
relembrem dele lá na frente, no ensino superior, quando aí sim saberão que se
trata da dita teoria e se identifiquem mais facilmente com ela.
As
críticas acima não são exaustivas. Toda a obra é repleta de afirmações
tendenciosas, como a seguir:
“Acredita-se que cerca
de 15% das espécies de seres vivos do planeta foram extintas durante o século
XX, vítimas das transformações causadas à natureza pelas sociedades humanas,
sobretudo pela sociedade capitalista industrial.” (p. 31)
Seria
bom que os autores pudessem explicar como a área verde dos Estados Unidos é
hoje maior do que a da época da colonização, enquanto a União Soviética transformou
o piscoso mar de Aral em um putrefato e desértico cemitério de navios.
No
capítulo 4, o livro acentua o seu caráter advogatício do socialismo:
“A maneira como o
capitalismo se organiza e se desenvolve tem sido apontada como a principal
causa dos grandes dilemas que enfrentamos, ou seja, esse sistema não tem sido
capaz de assegurar uma convivência harmoniosa entre os seres humanos e destes
com a natureza. Nessa perspectiva, muitos estudiosos afirmam que a profunda
crise pela qual passa o mundo de hoje é gerada pelo sistema capitalista”. (p.
49)
Que
estudiosos são esses? A crise atual tem sido criada pelo sistema capitalista ou
pelo progressivo intervencionismo estatal?
Na
mesma página, os autores citam como problemas decorrentes do capitalismo: “a
difícil relação capital versus trabalho” (os salários dos trabalhadores dos
países capitalistas têm sido piores do que os dos socialistas?), “a devastação
da natureza” (O que dizer da destruição do mar de Aral e da desertificação da
China, que hoje recebe ajuda japonesa em obras de replantio?), “o aumento das
desigualdades sociais” com aumento da miséria enquanto alguns acumulam
verdadeiras fortunas (então por qual motivo os trabalhadores dos países mais
capitalistas têm aumentado de renda com o passar dos anos?) e “perda de valores”,
isto é, pelo aumento do consumo em detrimento das relações humanas, com
destaque para uma foto de uma menina observando um mendigo (Que valores os
cidadãos dos países socialistas podem preservar? Quem ainda não viu uma foto de
cidadãos chineses passando ao largo de bebês, especialmente meninas, moribundas
e largadas na sarjeta? Em quê a mais competente produção de bens e serviços capitalista
pode prejudicar os valores humanos, senão até mesmo a propiciar que sejam
melhor defendidos?
Adiante,
à página 50, os autores expõem o sistema socialista sem mencionar nem sequer
uma crítica a este modelo que ocasionou a morte de mais de cem milhões de
vidas. Pelo contrário, o sistema é louvado como uma alternativa “às grandes
desigualdades sociais que sempre marcaram o capitalismo” ao capitalismo e
resultante de uma “profunda análise” realizada pelos alemães Karl Marx e
Friedich Engels.
Interessante,
á página 51, é a explicação dos autores para a queda do socialismo, isto é,
coerente com a velha tradição de colocar a culpa nos outros: “O socialismo que foi implantado nos vários
países do mundo não seguiu exatamente o modelo inspirado na teoria de Marx e
Engels”. Trata-se de flagrante mentira: Primeiro, porque Marx defendeu
ostensivamente a emergência da ditadura do proletariado e a aniquilação de
povos considerados inferiores, tais como os mexicanos, irlandeses e poloneses,
e segundo porque nunca houve uma proposta terminativa do paraíso socialista: o devenir seria conhecido quando viesse. Agora
vejam esta: “Somava-se a esses problemas
econômicos e políticos a grande campanha do mundo capitalista ocidental,
especialmente dos Estados Unidos e seus aliados, contra o modo de vida
socialista”. Qual era exatamente o modo de vida socialista? Viver de racionamentos
e trabalhos forçados nos Gulags?
Infelizmente,
ainda não acabou a doutrinação ideológica.
No
capítulo XI, os autores requentam a teoria da dependência latino-americana em
relação ao imperialismo dos Estados Unidos (p. 106) e escreveram um paradoxal
texto que tem como título “Cuba, país que
rompeu com os Estados Unidos” (p. 109) no qual culpa o embargo econômico
imposto pelos EUA pela crise que o regime atualmente enfrenta (???). Ainda
assim, segundo os autores:
“Esse governo, de
natureza ditatorial, introduziu uma ampla reforma agrária, eliminando os
latifúndios, e passou ao controle do Estado os meios de produção,
nacionalizando as empresas estrangeiras. Além disso, priorizou de maneira
absoluta os setores de saúde e educação, fato que proporcionou uma expressiva
melhora nas condições de vida da população.”
...
Mesmo sofrendo o embargo
econômico promovido pelos Estados Unidos, Cuba conseguiu colocar em andamento
as reformas econômicas planejadas pelo regime socialista. Isto foi possível com
o apoio que o país recebeu da União Soviética, seu mais importante parceiro
comercial. A União Soviética adquiria grande parte do principal produto cubano:
o açúcar.
Aos
fatos: as melhoras de saúde e educação não passam de propaganda oficial. Não se
pode falar de educação em um país onde a informação é absolutamente censurada.
O que existe, quando muito, é uma instrução utilitária que sirva aos cubanos
para exercerem as funções para as quais forem alocados pelo estado. Quanto à
saúde, é fato sabido que os médicos cubanos recorrentemente não logram
demonstrar conhecimentos mínimos quando buscam reconhecimentos em diversos
outros países, inclusive o Brasil. Quanto aos êxitos da reforma agrária, a
famosa “libreta”, a caderneta de racionamento que cada cubano tem de apresentar
ao governo, contém itens que somente são entregues de maneira fictícia (os
cidadãos são obrigados a assiná-la mesmo sem ter recebido os bens), sendo que o
que recebem mal dá para uma semana. O próprio jornal Granma, em diversas reportagens,
reconhece o grave problema da produção de alimentos da ilha e comemora índices
de produtividade que no Brasil seriam considerados irrisórios. Consta até que a
OMS teria determinado ao governo cubano, por meio de uma resolução, aumentar a dieta dos seus governados de 1600 para
18oo calorias diárias, por conta de uma epidemia de avitaminose.
Somente
como uma piada que se pode conceber que o problema da falta de prosperidade de
um país socialista resida no embargo econômico imposto por um país capitalista!
Ora, se é para o socialismo ser a resposta para o bem estar da humanidade, Cuba
é que estaria a impor um embrago aos EUA! O fato é que este país desperdiçou
muito do dinheiro externo que recebeu em diferentes momentos - e o povo vive uma miséria extrema e sofre
com a total ausência de direitos civis. No entanto, no livro em comento, as
fotos só são de crianças bem vestidas recebendo aulas de computação e de
paradisíacos resorts – que os cubanos são proibidos de frequentar como
hóspedes.
Peço
licença para esquivar-me de comentar mais disparates desta trupe de aliciadores
de menores! Creio, no entanto, que o exposto já serve de prova abundante da
suprema desonestidade intelectual contida nesta obra de verdadeiros cafajestes
e tarados ideológicos.
Senhores
pais e mães, senhores professores probos! Ajudem a denunciar este livro. Se ele
está sendo usado na escola dos seus filhos ou de seus alunos, prestem queixa ao
estabelecimento, bem como ao Ministério Público, e cooperem com esta denúncia,
divulgando-a ao máximo. Ou queremos que nossos filhos se transformem em dóceis
ovelhas eleitorais?
Olá, Klauber. Quando eu li essa postagem pela primeira vez, meu filho ainda não havia recebido o livro didático de geografia para este ano. Ontem (dia 02/março) ele chegou em casa com o elenco dos didáticos em mãos para este ano. E para minha surpresa o referido livro estava entre eles. Pensei: só pode ser brincadeira! "Quanto mais rezamos mais assombração enfrentamos!". Bem, agora só tenho a tomar três atitudes: 1º conservar som o professor de meu filho; 2º caso ele se mostre arrogante, irei o MP do Paraná para denunciar e 3º Eu mesmo acompanhar as atividades de provas do garoto e auxiliá-los na produção dos trabalhos. Caso o professor queira agir de violência intelectual aí recorrerei à justiça!
ResponderExcluir