domingo, 17 de fevereiro de 2013

Mentiras cidadãs e republicanas


O Estado expandirá "direitos" e com eles, o poder da burocracia voluntariosa e controladora, sob o beneplácito de juristas, advogados, juízes e políticos demagogos e tagarelas. 

Cerca de 50 mil pessoas morrem por ano nas ruas do Brasil, vítimas da criminalidade. Malgrado essas estatísticas, somam-se a isto, quase 50 mil mortes anuais no trânsito. Um estado completo de guerra civil. O país também é campeão em outros dados: possui um dos sistemas educacionais mais medíocres do mundo. 38% dos alunos universitários são catalogados como "analfabetos funcionais". O culto disseminado do bacharelismo e do diploma de "dotôr" é inversamente proporcional à inteligência e à cultura produzida no país. O sistema público de saúde é de uma precaridade digna de um matadouro. Quem acredita que o SUS está próximo da perfeição, certamente vive às maravilhas do Albert Einstein ou do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Naturalmente me refiro às declarações elogiosas do ex-presidente Lula, que prefere hospital particular pra tratar de câncer. Fui testemunha dos hospitais públicos de Belém e a imagem que vi é simplesmente dantesca. O país paga o preço de uma das gasolinas mais caras do mundo, mas se orgulha da estatal Petrobrás. Ao que parece, o sonho da tal "auto-suficiência" é puro delírio nacionalista ou propaganda enganosa de burocrata.

Muita gente acredita que o Brasil é o país das prosperidade. Para se abrir uma empresa, o cidadão médio espera meses e meses desperdiçados em papeladas, propinas e mais burocratas. O governo também tira sua ponta. Sobretaxa de impostos o empreendedor sob as mais alegadas desculpas jurídicas: poder de polícia, fiscalização, alvarás, etc. A livre empresa pode se tornar tudo, menos livre. É uma espécie de entidade que já se tornou paraestatal. Ou que vive à mercê do Estado para tudo. A legislação é tão complexa, tão confusa, tão cheia de minúcias, que a sociedade se torna refém de uma ilegalidade provocada. O governo provoca a ilegalidade.

Por falar em impostos, o brasileiro médio, dependendo dos seus rendimentos, é capaz de pagar até cinco meses de trabalho para o Estado. Algo que poderia ser impensável até para um servo da Idade Média. Em épocas pretéritas, camponeses miseráveis se rebelavam contra senhores despóticos. Na Inglaterra do século XVII, excesso de impostos gerou guerra civil e a decapitação de um rei. Em nosso país, aumento de impostos tem apoio dos próprios tiranizados. Ou melhor, pode-se reclamar de impostos, mas o cidadão médio sonha com um Estado absolutista acolhedor e paternal. Quer fazer até parte dele. Por vezes, o empresário médio chega a agradecer pela extorsão. Dominado por uma ideologia que o considera uma espécie de criminoso a ser tolerado, aceita a chantagem sem pestanejar. Dá dinheiro ao governo, tal como uma presa alimentando um leão, crendo que vai aplacar sua fome. Ou sua ira.

Se os reis absolutistas vivessem em qualquer democracia ocidental da atualidade e, em particular, no Brasil, ficariam realizados. Conseguiriam derrubar as burguesias parlamentares e a nobreza independente e implantariam uma ditadura jamais sonhada pelo súdito do Antigo Regime.

O Brasil é o país da guerra civil dos bandidos contra os homens bons. Porém, o Estado já escolheu de que lado está. A do cidadão honesto? Naturalmente que não. Está ao lado do bandido. Bandidos é que não faltam nas rédeas governamentais. Presidentes são bandidos, senadores são bandidos, deputados são bandidos. E tal hierarquia vai descendo até à burocracia de terceiro e quarto escalão, chegando aos despachantes e propineiros. Qual a solução maravilhosa para a segurança pública do país? Combater frontalmente o crime? Impor leis mais rígidas? Não senhor. A solução milagrosa, com o aval dos grupelhos de "direitos humanos" e ong's cabeças de vento é desarmar a população civil, deixá-la ao bel prazer dos bandoleiros. O cidadão comum não é capaz de se defender. Até na sua legítima defesa elementar e natural precisa de intervenção estatal, de burocracia, de poder de polícia. Precisa, em suma, pedir permissão ao Estado pra se proteger e à sua família.

Apesar desses meros detalhes, escolas, universidades e a grande mídia vão vender o paraíso da república cidadã. Professores defenderão as maravilhas da nova era socialista que vigora no país. A mídia falará sempre de economia, endossando dados estatísticos duvidosos que quase ninguém entende, intoxicando a cabeça do idiota médio que só vê TV, quando todo o resto é ignorado. O Estado expandirá "direitos" e com eles, o poder da burocracia voluntariosa e controladora, sob o beneplácito de juristas, advogados, juízes e políticos demagogos e tagarelas. Os "direitos", por assim dizer, ganharam auras de presentinhos para criancinhas mimadas. Há indivíduos crentes de que qualquer exigência, por mais tola que pareça, é fonte de direitos. Impressionante é notar que os tais direitos não provém de vínculos orgânicos da sociedade ou de aspirações legítimas da população. Provém de grupos minoritários bem organizados, ong's, fundações, entidades obscuras bilionárias, oligarquias políticas e do próprio Estado. É, em suma, a expansão do poder político tirânico desses grupos em nome dos direitos.

Eis o conceito real da cidadania e do espírito da república brasileira. Duas grandes mentirinhas bobas para criaturinhas incautas, doutrinadas pelas tolices nababescas do Ministério da Educação e Cultura e corroborada pela mídia vigente.

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