Por Ricardo Bergamini
Base: Abril de 2014
IPCA de abril fica em 0,67%
Período
|
TAXA
|
abr/14
|
0,67%
|
mar/14
|
0,92%
|
abr/13
|
0,55%
|
Acumulado em 2014
|
2,86%
|
Acumulado 12 meses
|
6,28%
|
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril apresentou variação de 0,67% e ficou abaixo da taxa de 0,92% registrada no mês de março em 0,25 ponto percentual. Com isto, a variação foi para 2,86% nos primeiros quatro meses deste ano, acima da taxa de 2,50% de igual período de 2013. Considerando os últimos doze meses o índice situou-se em 6,28%, acima dos 6,15% relativos aos doze meses anteriores. Em abril de 2013 a taxa foi de 0,55%.
Alimentação e Bebidas (de 1,92% em março para 1,19% em abril) e Transporte (de 1,38% para 0,32%), que apontaram desaceleração no ritmo de crescimento de preços, foram os responsáveis pela redução da taxa do IPCA de abril. Mesmo assim, o grupo dos alimentos continuou apresentando não só a mais elevada variação (1,19%) como o maior impacto no mês (0,30 ponto percentual):
Grupo
|
Variação (%)
|
Impacto (p.p.)
| ||
Março
|
Abril
|
Março
|
Abril
| |
Índice Geral
|
0,92
|
0,67
|
0,92
|
0,67
|
Alimentação e Bebidas
|
1,92
|
1,19
|
0,47
|
0,30
|
Habitação
|
0,33
|
0,87
|
0,05
|
0,12
|
Artigos de Residência
|
0,38
|
0,20
|
0,02
|
0,01
|
Vestuário
|
0,31
|
0,47
|
0,02
|
0,03
|
Transportes
|
1,38
|
0,32
|
0,26
|
0,06
|
Saúde e Cuidados Pessoais
|
0,43
|
1,01
|
0,05
|
0,11
|
Despesas Pessoais
|
0,79
|
0,31
|
0,08
|
0,03
|
Educação
|
0,53
|
0,03
|
0,03
|
0,00
|
Comunicação
|
-1,26
|
0,02
|
-0,06
|
0,00
|
No grupo Alimentação e Bebidas ocorreu redução tanto nos alimentos consumidos em casa, que passaram de 2,43% para 1,52%, quanto fora, de 0,96% para 0,57%. Teve produto que, após alta expressiva, ficou até mais barato em relação ao mês anterior. É o caso do tomate, que chegou a custar 32,85% a mais em março e que em abril mostrou queda de 1,94%. Os principais foram:
Item
|
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
| ||
Março
|
Abril
|
Ano
|
12 meses
| |
Mandioca
|
2,26
|
-8,58
|
2,06
|
-16,31
|
Farinha de mandioca
|
-4,04
|
-3,66
|
-8,06
|
-18,47
|
Tomate
|
32,85
|
-1,94
|
29,17
|
-14,23
|
Cerveja
|
0,12
|
-1,09
|
0,59
|
9,37
|
Hortaliças
|
9,36
|
-1,00
|
27,88
|
15,18
|
Açúcar cristal
|
0,54
|
-0,82
|
0,64
|
-1,80
|
Farinha de trigo
|
1,07
|
-0,50
|
0,28
|
14,19
|
Apesar do menor crescimento, grande parte dos alimentos continuou com preços em alta, sendo que alguns subiram bem menos do que no mês anterior:
Item
|
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
| ||
Março
|
Abril
|
Ano
|
12 meses
| |
Batata inglesa
|
35,05
|
22,26
|
43,50
|
11,62
|
Feijão-fradinho
|
3,43
|
9,81
|
21,59
|
3,77
|
Carne seca e de sol
|
3,57
|
8,01
|
17,84
|
20,21
|
Feijão-carioca
|
11,81
|
4,71
|
7,41
|
-33,95
|
Sorvete
|
0,85
|
4,54
|
6,73
|
9,33
|
Ovo de galinha
|
8,21
|
4,42
|
14,17
|
9,39
|
Feijão-preto
|
-0,29
|
4,08
|
0,52
|
17,07
|
Óleo de soja
|
3,23
|
3,85
|
7,12
|
-6,07
|
Leite longa vida
|
5,17
|
3,37
|
-1,14
|
9,81
|
Pescados
|
3,06
|
2,89
|
11,69
|
12,95
|
Frango em pedaços
|
-0,45
|
2,61
|
0,35
|
-0,10
|
Açúcar refinado
|
-1,91
|
2,17
|
0,44
|
-5,53
|
Carnes
|
2,25
|
1,83
|
7,33
|
14,97
|
Café moído
|
-0,09
|
1,47
|
1,11
|
-3,54
|
Cerveja fora
|
0,30
|
1,27
|
3,68
|
11,44
|
Refrigerante
|
0,33
|
0,88
|
3,07
|
7,00
|
Lanche
|
1,08
|
0,71
|
4,06
|
12,64
|
Frutas
|
1,96
|
0,57
|
9,04
|
16,49
|
Refeição
|
1,00
|
0,46
|
3,33
|
9,17
|
No grupo dos Transportes, com 0,32%, enquanto havia atingido 1,38% em março, sobressai a queda de 1,87% nas tarifas aéreas já que haviam apresentado alta de 26,49% no mês anterior. Além disso, tanto combustíveis quanto ônibus e automóveissubiram menos. O etanol veio de 4,17% em março e foi para 0,59% em abril, levando a gasolina de 0,67% para 0,43%. Quanto às tarifas dos ônibus urbanos, passaram de 0,60% para 0,24%, em virtude da variação de 3,93% registrada em Porto Alegre e de 0,38% em Belo Horizonte. Em Porto Alegre, o resultado foi decorrente do reflexo de parte do reajuste de 5,36% que passou a vigorar a partir do dia 7 de abril. Belo Horizonte reflete apenas um dia, 6 de abril, do reajuste de 7,55%, suspenso por liminar da Promotoria de Patrimônio Público. As tarifas dos ônibus intermunicipais (de 0,47% para 0,35%) também cresceram menos, assim como os automóveis novos (de 0,78% para 0,29%) e usados (de 0,78% para 0,20%).
Além dos alimentos e dos transportes, mais três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram redução na taxa de crescimento de março para abril, destacando-se as Despesas Pessoais (de 0,79% para 0,31%), com queda de 0,02% nos serviços de manicure e desaceleração em outros itens como empregado doméstico (de 1,28% para 0,58%) e cabeleireiro (de 0,79% para 0,03%).
Do lado dos quatro grupos que apresentaram variações superiores a março, Saúde e Cuidados Pessoais desponta com 1,01% ante 0,43% em decorrência do aumento nos preços dos remédios, cuja alta ficou em 1,84%, levando a um impacto de 0,06 ponto percentual, o maior no mês. Isto em decorrência do reajuste em vigor desde o dia 31 de março, estipulado no intervalo entre 1,02% e 5,68%, a depender do tipo.
Nas despesas com Habitação (de 0,33% para 0,87%), destaca-se a influência da conta de energia elétrica, cuja alta de 1,62% veio dos reajustes ocorridos nas seguintes regiões metropolitanas: Belo Horizonte (14,24% em 08/04), Porto Alegre (uma concessionária, 28,86% em 19/04), Fortaleza (16,55% em 22/04) e Salvador (14,69% em 22/04). A taxa de água e esgoto ficou mais cara em 0,76%, tendo em vista que em Recife houve alta de 5,91%, onde ocorreu reajuste de 8,75% a partir de 20 de março, além de Curitiba (5,28%) com reajuste de 6,40% em vigor desde o dia 24 de março.
Dentre os índices regionais, os maiores foram os de Porto Alegre e o de Fortaleza, ambos com 1,08%. Em Porto Alegre a alta foi decorrente do resultado de ônibus urbano (3,93%), que refletiu o reajuste de 5,36%, em vigor a partir do dia 7 de abril, além da energia elétrica (2,73%), com reajuste de 28,86% nas tarifas de uma das concessionárias desde o dia 19 de abril. Em Fortaleza, os alimentos consumidos em casa (2,68%) situaram-se bem acima da média nacional (1,52%). O menor índice foi o do Rio de Janeiro (0,42%), onde o item empregado doméstico apresentou queda de 0,54%. Os serviços de cabeleireiro (-2,22%) e de manicure (-0,75%) também apresentaram taxas em queda.
Região
|
Peso Regional (%)
|
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
| ||
Março
|
Abril
|
Ano
|
12 meses
| ||
Porto Alegre
|
8,40
|
0,93
|
1,08
|
3,03
|
6,84
|
Fortaleza
|
3,49
|
0,70
|
1,08
|
2,44
|
5,63
|
Curitiba
|
7,79
|
1,00
|
0,88
|
3,06
|
6,63
|
Campo Grande
|
1,51
|
0,93
|
0,84
|
2,86
|
-
|
Goiânia
|
3,59
|
0,89
|
0,84
|
2,75
|
6,24
|
Salvador
|
7,35
|
0,71
|
0,81
|
2,74
|
5,31
|
Recife
|
5,05
|
0,52
|
0,81
|
2,48
|
6,12
|
Belo Horizonte
|
10,86
|
0,78
|
0,75
|
2,95
|
5,83
|
Brasília
|
2,80
|
1,92
|
0,62
|
2,35
|
6,26
|
Vitória
|
1,78
|
0,60
|
0,60
|
2,35
|
-
|
Belém
|
4,65
|
0,53
|
0,52
|
1,94
|
4,15
|
São Paulo
|
30,67
|
0,93
|
0,47
|
2,93
|
6,34
|
Rio de Janeiro
|
12,06
|
1,28
|
0,42
|
3,31
|
7,69
|
Brasil
|
100,00
|
0,92
|
0,67
|
2,86
|
6,28
|
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de março a 28 de abril de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (base).
INPC variou 0,78% em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC apresentou variação de 0,78% em abril e ficou abaixo do resultado de 0,82% de março em 0,04 ponto percentual. Nos primeiros quatro meses do ano a variação situou-se em 2,90%, acima da taxa de 2,66% de igual período de 2013. Considerando os últimos doze meses o índice ficou em 5,82%, acima da taxa de 5,62% dos doze meses anteriores. Em abril de 2013 o INPC foi de 0,59%.
Os produtos alimentícios aumentaram 1,34% em abril, enquanto os não alimentícios ficaram com 0,54%. Em março, os resultados haviam sido 1,88% e 0,37%, respectivamente.
Dentre os índices regionais, o maior foi o de Fortaleza (1,21%) em virtude da alta de 2,68% nos preços dos alimentos consumidos em casa, que ficou acima da média nacional (1,62%). A região metropolitana de São Paulo (0,54%) apresentou o menor índice. A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada:
Região
|
Peso Regional (%)
|
Variação mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
| ||
Março
|
Abril
|
Ano
|
12 meses
| ||
Fortaleza
|
6,61
|
0,58
|
1,21
|
2,49
|
5,66
|
Porto Alegre
|
7,38
|
1,05
|
1,17
|
3,14
|
6,76
|
Curitiba
|
7,29
|
1,01
|
0,98
|
3,27
|
6,26
|
Campo Grande
|
1,64
|
1,00
|
0,90
|
2,93
|
-
|
Goiânia
|
4,15
|
0,96
|
0,89
|
2,84
|
5,73
|
Belo Horizonte
|
10,60
|
0,76
|
0,86
|
3,20
|
5,88
|
Recife
|
7,17
|
0,54
|
0,85
|
2,48
|
5,79
|
Brasília
|
1,88
|
1,38
|
0,83
|
2,61
|
5,44
|
Salvador
|
10,67
|
0,72
|
0,76
|
2,81
|
5,06
|
Vitória
|
1,83
|
0,54
|
0,69
|
2,49
|
-
|
Belém
|
7,03
|
0,45
|
0,57
|
2,11
|
4,03
|
Rio de Janeiro
|
9,51
|
1,09
|
0,56
|
3,57
|
7,21
|
São Paulo
|
24,24
|
0,84
|
0,54
|
2,84
|
5,81
|
Brasil
|
100,00
|
0,82
|
0,78
|
2,90
|
5,82
|
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de março a 28 de abril de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (base).
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