sábado, 25 de setembro de 2010

As pessoas naturalmente aspiram aos bens privados.

Por Klauber Cristofen Pires

As pessoas naturalmente aspiram a um alcance de bens privados, e só para ressaltar, fornecidos pela iniciativa privada. Elas preferem, mesmo que tenham de pagar a mais ou duplamente pelas coisas por que já pagam por meio de taxas e impostos.



Pergunte a qualquer pessoa qual será a sua primeira aplicação ao conseguir um emprego e ela mui possivelmente dirá: contratar um plano de saúde (privado). Tanto melhor, claro, será se ela conseguir um plano corporativo, isto é, pago ou pelo menos parcialmente subsidiado por sua empresa.

Explore este alguém um pouco mais, e pergunte-lhe o que há de fazer com um aumento ou uma promoção, e ela não terá dúvidas em dizer que colocará seus filhos em uma escola particular, mesmo que seja uma daquelas com mais de cem alunos, em que os professores dão aulas com um microfone à mão.

Posso aqui me equivocar pontualmente quanto à ordem das preferências que citei, mas todas estas coisas e tantas outras mais: um carro, uma casa com segurança, internet ou tv fechada, ou mesmo ou um título de um clube ou de um plano de viagens e hotéis são todas elas os sonhos de consumo materiais da maioria absolutérrima das pessoas, de tal forma que desconheço quem quer que seja que os prefira obter do estado, pois quem abre mão destas coisas, abre de qualquer jeito.

Mil vezes um plano de saúde privado, mesmo que de enfermaria, do que ter de se submeter ao pronto-socorro municipal de sua cidade; o mesmo com a escola dos filhos, com a segurança dos condomínios, ou com o transporte próprio, ainda que representado por um carro velho.

Em resumo, as pessoas naturalmente aspiram a um alcance de bens privados, e só para ressaltar, fornecidos pela iniciativa privada. Elas preferem, mesmo que tenham de pagar a mais ou duplamente pelas coisas por que já pagam por meio de taxas e impostos. Aliás, quanto a isto, costumo dizer que o Brasil é um país de uma peculiar promoção: aquela em que se compra um e se pagam dois!

Se todas estas coisas estão tão marcadamente assentadas no anseio das pessoas, é de certa forma paradoxal que testemunhemos hoje a hegemonia dos partidos de esquerda, que com seus enjoados chavões ficam recorrentemente entoando "saúde e educação", às proximidades de cada pleito, e a cada mandato conquistado, deprimam mais e mais atividade produtiva e adicionem mais e mais uns pontos aqui e ali sobre o sofrido burro que suporta a carga tributária.

As pessoas querem estes bens de forma privada, e isto é uma flagrante constatação. Os partidos como os Democratas poderiam explorar este conhecimento, usando-o como argumento para a mitigação da cobrança de tantos recursos que o estado reclama para tão poucos efeitos positivos. Seria um recomeço, depois da retumbante queda, havida especialmente depois da mudança de sua denominação.

Nenhum destes políticos, apadrinhados com cargos de confiança e servidores militantes da esquerda recorre ao SUS, mas o que eles querem é estar do outro lado desta instituição, com bons empregos para eles mesmos contratarem planos de saúde privados. Da mesma forma, os filhos dos políticos e servidores que trabalham no Ministério da Educação colocam seus filhos em boas escolas privadas, e todos eles dormem confortavelmente em condomínios fechados, justamente porque eles mesmos não confiam no sistema de segurança oferecido pelo estado.

O próprio presidente cefalópode, em certa ocasião, já fez questão de proclamar a quase perfeição do sistema público de saúde, mas foi logo em seguida passar mal e sua comitiva correu às pressas para interná-lo no hospital mais caro da região.

Se eles mesmos não acreditam ou não confiam nos serviços que prestam, porque a população deveria ouvi-los? A resposta é: porque ela não se dá conta disso, e porque os que deveriam ser encarregados de esclarecer estas coisas, covardemente, se omitem.

Se os Democratas ou os políticos que se assumam como de direita demonstrarem quantos órgãos existem só para enxugar gelo, ou pior, para atrapalhar a atividade produtiva do país, e que este dinheiro poderia estar na mão de cada um dos cidadãos para eles mesmos decidirem como aplicá-los, então não tenho dúvidas que seriam recebidos com uma ampla aceitação, e ainda mais se mostrarem como estes servidores e detentores de cargo de confiança ganham bem para conseguir justamente os bons bens privados que a população produtiva poderia usufruir, mas que tem de abrir mão para sustentá-los. Eis uma sugestão, mas se acham que repetir os mesmos erros de sempre os levarão um dia ao êxito, então, o que fazer...?

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