segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Retorno dos Metais Preciosos e da Verdadeira Moeda

Por Giordano Bruno
Encaminhado por Ivan Lima 
Tradução: Klauber Cristofen Pires

Não deu (e provavelmente nunca dará) na coluna da Mírian Leitão nem de nenhum expert do jornalismo econômico brasileiro, mas doze - isto mesmo(!) - doze estados americanos já estão utilizando o ouro e a prata como moedas paralelas ao dólar! Entenda já o porquê!

Aqueles malditos fãs do ouro e os advogados da moeda confiável estão de volta! Eles tiveram a audácia de produzir análises econômicas que consistentemente ofuscam e embaraçam as “sumidades” keynesianistas da corrente hegemônica dos dias atuais. Eles tiveram a ousadia de expor os desgastados fundamentos do confidencialíssimo Federal Reserve (o equivalente norte-americano do Banco Central). Eles tiveram até mesmo o atrevimento de trazer à tona as rápidas manipulações dos mercados de metais estabelecidas desde há muito por bancos globais tais como o JP Morgan e o HSBC à luz do dia, onde qualquer pessoa cuja cabeça não estivesse enterrada nos recessos escuros do seu próprio intestino poderia ver e dizer: “- Meu Deus! Há realmente uma trama organizada contra o ouro e a prata!”. Mas, se você pensou que tudo isto já é ultrajante o bastante, estas pessoas, que promovem a noção insana de que nossa moeda deveria na verdade ser escorada por riqueza tangível e ser mantida sob controle do público eleitor ao invés de alguns incontáveis parasitas corporativos do Banco Central, agora estão trazendo alguns senadores para esta mistura! O retorno ao dinheiro de verdade está começando...

Atualmente, treze estados têm proposto medidas que irão restituir a necessidade há muito suprimida de um padrão monetários lastreado em metais preciosos. No Utah, o estado que está mais à frente desta batalha, sua casa legislativa recentemente passou um projeto de lei que pretende reconhecer o ouro e a prata como moeda legal dentro de suas fronteiras, faltando apenas a assinatura do Governador.

Nos estados do Colorado, Georgia, Montana, Missouri, Indiana, Iowa, New Hampshire, Oklahoma, South Carolina, Tennessee, Vermont e Washington também têm projetos de lei similares, em diferentes estágios de tramitação. Por quê, depois de décadas tratando os padrões ouro e prata como uma piada numa festa de coquetel, têm os estados repentinamente se tornado da idéia de usar commodities como moeda? Isto faz perfeito sentido quando você examina o que está acontecendo no mundo todo ao nosso redor hoje...

Necessidade é a Mãe da Prevenção

Es estados estão quebrados. Não apenas quebrados, mas desamparados. Se a Califórnia tivesse um agiota, as rótulas dos seus joelhos teriam sentido as dores agudas dos golpes de um pugilista de Louisville anos atrás. Illinois teria retornado à prostituição (e talvez ainda vá). Todos os prantos e ranger de dentes que aconteceram em Wisconsin neste mês passado sobre os preferíveis mas tímidos cortes sobre o poder de barganha dos sindicatos não são nada comparados ao que muitos estados têm de enfrentar quando decidirem confiscar as pensões dos empregados e efetuar cortes mais profundos nos serviços básicos tais como bombeiros e polícia. Alguns governos estaduais sabem o que está por vir, e eles estão sabiamente se movendo para amortecer a queda.

Os legisladores reconhecem que se os títulos de investimentos estaduais e municipais continuarem em sua espiral descendente, haverá um calote generalizado. Estas quebradeiras estaduais e municipais irão quase que certamente dar de encontro com a oferta do Federal Reserve de um novo bailout; QE3....ou QE20 (será que isto ainda importa?). Este bailout não seria “substancial” Seria gigantesco! O que fazer quando os estados se vêem com receitas progressivamente diminuídas enquanto os eleitores demandam mais e mais dinheiro para serviços públicos e de bem-estar social por causa da inflação e do subsequente aumento da pobreza? Você consegue uma singularidade espaço-tempo-débito tão volátil que ela estica justamente o tecido da sua economia local até que ele se rompa abertamente, deslanchando uma destruição de bens de capital similar a um tornado de duas pontas que arrebata seu dinheiro e o arremessa à estratosfera para nunca mais ser visto de novo. A questão é, você vai ter ainda outra Fanny and Freddy; um auto-perpétuo bailout sem solução de continuidade gratuito para todos que somente fracassará de vez quando o dólar tiver sido completamente cremado, o que não deve demorar muito a partir de agora.

De maneira inteligente e diligente os representantes locais conservadores têm visto o óbvio perigo à estabilidade do dólar nesta equação, e estão se movendo para EVITAR o total colapso dos seus estados, antes que a espera depois do fato para iniciar as soluções. A legislação do dinheiro confiável e a criação de mercados localizados e redes de escambo dão aos estados a habilidade de funcionar além do tempo de sobrevida do dólar e garantir a prosperidade pessoal continuada dos residentes. Honestamente, por que deveriam os estados permitir que seus destinos sejam atados para sempre à longevidade do incerto Greenback ? Se há algo de bom para extrair desta nossa presente previsão, é a de que os americanos, dos cidadãos medianos aos mandatários eleitos, estão começando a entender a realidade do colapso iminente e se antecipando a ela com medidas destinadas a isolar as suas respectivas comunidades do inevitável incêndio.

Eventualmente, enquanto este movimento progride, certos estados vão à frente do pacote, conquistando desta forma uma espécie de status de “porto seguro”, e atraindo pessoas afeitas às idéias de liberdade de todo o país para formar um escudo protetor de suas fronteiras.

A Pressão Estagflacionária

Estagflação é verdadeiramente o pior de ambos os mundos possíveis. Uma combinação de deflação em emprego, salários, e ativos de tradicionalmente alto valor tais como os imóveis em um cenário similar à Grande Depressão, combinada com preços estratosféricos em bens básicos e extrema desvalorização da moeda comum à hiperinflação ao estilo de Weimar. Eu não posso pensar em nada no campo da economia mais aterrorizante do que este destino. Desafortunadamente, os E.U.A. estão justamente neste caminho rumo a um estado estagflacionário.

Assim como muitos devem estar a par, a Reserva Federal tem se tornado o maior proprietário de títulos do tesouro norte-americano no mundo, batendo até mesmo a China. A maioria dos analistas com algum senso concordaria que nosso banco central gerando trilhões no débito fiscal futuro para protelar temporariamente os efeitos da dívida nacional atual é a receita perfeita para a destruição do dólar. O problema é que este processo de desvalorização atinge a economia da base para cima, não de cima para baixo. As cidades e os estados irão sofrer primeiro as pressões inflacionárias bem como as obrigações municipais e estaduais porque eles não têm a capacidade de financiar suas operações por meio de constante impressão de dinheiro de curso forçado. O Governo Federal, em outra mão, tem a capacidade de criar dólares desimpedidamente para escorar suas funções. Além disso, enquanto o FED imprime dinheiro, enfraquece as receitas do estado por destruir o poder de compra do consumidor (e o apoio dos tributos sobre as vendas) e por disparar as explosões nos preços, enquanto ao mesmo tempo mantém a posição administrativa e a capacidade de financiamento de Washington – DC. Em última instância, a menos que o Congresso encontre um meio de congelar a expansão constante do teto do débito nacional, o governo federal será a última entidade prejudicada pela inundação de moeda em circulação. Talvez este tenha sido justamente o plano desde o tempo todo...

Para aqueles cujo conhecimento da economia é limitado aos 30 segundos de dicas do MSNBC, a idéia de uma enxurrada de dinheiro e do descarrilamento do dólar soa como coisa de outro mundo. O que é um pouco da liquidez da velha escola keynesiana para a poderosa economia norte-americana, certo? 700 bilhões aqui, 800 bilhões ali, e presto, os empregos caem do céu e os suburbanos retornam ao seu paraíso de SUV’s com Ipod. Eu soluço por dentro quando ouço pessoas ainda usando estas estatísticas de bailout em voga como se significassem alguma coisa.

A verdade é que praticamente impossível obter um cálculo exato da quantidade exata de dólares criados e entulhados em nosso sistema financeiro pelo FED sem uma auditagem completa. Nós ouvimos os mesmos números TARP repetidos ad nauseam e estamos começando a acreditar que temos um senso do que está acontecendo. Entretanto, se você estava ignorando o TARP lá atrás em julho de 2009, e ao contrário, estava focado nas pouco conhecidas estatísticas da comissão SIGTARP sobre os custos gerais dos bailouts INCLUINDO estas obrigações da dívida que o governo havia estabelecido mas que ainda estavam por serem pagas, você teria descoberto que ao contrário de umas poucas centenas de bilhões esticados ao longo dos anos, na verdade os EUA estão no vermelho em cerca de 24 trilhões de dólares:


Isto foi há dois anos atrás. Não surpreendentemente, os números ainda mais estarrecedores do SIGTARP nos custos do governo e do quantitativo de auxílios do FED têm sido removidos dos relatórios subseqüentes. Aparentemente, eles ainda não foram bem enterrados, e alguém, ao invés, sentiu que seria melhor que nunca tivessem existido. Algumas corporações de investimentos ainda estão mantendo tabelas, a não ser outras tais como a gigante dos fundos de investimentos PIMCO, que tem sido vista apta a afundar a totalidade de seus títulos do tesouro norte-americano em preparação para a queda do dólar:


Sim, Bill Gross é um analista globalista, mas além disso, as ações da PIMCO são incrivelmente prudentes. É bastante possível que nós tenhamos não somente encontrado as projeções de custos de 2009 da SIGTARP, mas até mesmo as ultrapassado à luz da nova posição da Reserva Federal como a nova Meca global dos T-bonds, assim como a insistência absurda de Timothy Geithner’s de que ser convocado para ir ao Congresso para aumentar o teto da dívida é como uma “tortura”: http://imarketnews.com/node/26571

Naturalmente, o frustrado pequeno Timmy preferiria que não houvesse teto nenhum para a dívida, e que ao governo fosse dado o poder completo para gastar dinheiro que na verdade não existe, para Tesouros e outros derivados tóxicos que não existem, para apoiar uma recuperação que não existe. Eu não sei, estes tipos burocráticos globalistas são tão amigáveis e informados e vestem aqueles ternos tão bonitos... Estou certo de que eles agem com boas intenções. Isto posto, o único meio que os estados podem evitar quaisquer conseqüências desagradáveis na eventualidade dos globalistas não agirem “com boas intenções” é permitir os mercados e moedas alternativos criarem raízes, ajudando-os a amadurecer e paulatinamente substituírem o sistema feudal estabelecido. Somente quando os estados prepararem-se para desacoplar-se do sistema econômico vigente irão se tornar a salvo das ondas de choque do colapso.

As escassezes são propícias para os arrochos

As posições de curto prazo a descoberto do JP Morgan criadas para rebaixar artificialmente os mercados de prata têm sido publicamente expostas e bem documentadas por este site, entre muitos outros. Suas emissões de papéis ETF’s representando ouro e prata na verdade não têm sido totalmente descobertas. Os banqueiros globais têm manipulado os mercados de metais preciosos por décadas. Isto é inegável. Por quê eles fariam isto? Para evitar exatamente o que está acontecendo em Utah e em uma dúzia de estados atualmente: o renascimento do ouro e da prata como uma moeda concorrente para lastrear o dólar.

Enquanto os metais preciosos estavam sendo vistos como pobres instrumentos dos mercados ou relíquias de uma era passada, nenhum estado sequer os considerava como substitutos viáveis para o totalmente controlado Greenback. A globalização opera sob os princípios da centralização, e o propósito da centralização é retirar opções dos cidadãos até que eles não tenham outra escolha a não ser usar o seu sistema. O ouro e a prata representam uma opção poderosa que não pode ser duplicada do ar rarefeito até o infinito, e não podem ser facilmente dominados por um banco central. A manipulação do comércio exterior é uma extensão inerente ao processo de centralização. Todavia, assim como os estados e comunidades começam a aceitar o comércio baseado em metais e a emissão de moeda lastreada em ouro e prata, você verá as manipulações pelos grandes bancos começar a desfiarem-se.

O JP Morgan já está começando a tomar o ouro colateralmente para certas transações de investimentos, o que significa, primeiramente, que o JP Morgan agora está tratando o ouro não como uma commodity, ma como um tipo de moeda, e em segundo lugar, que o JP Morgan está em processo de reforçar suas posições em metais físicos para evitar um derretimento de suas posições de curto prazo a descoberto (massivos lances fraudulentos (blefes) que o ouro e a prata irão cair, frequentemente fazendo com que os investidores comuns acreditem que haja muito mais metal físico no mercado do que na verdade): http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704422204576130192457252596.html

É altamente improvável, contudo, que os cartéis dos bancos internacionais estejam aptos a gerar um excesso de títulos em ouro e prata para alcançar a demanda crescente por entrega física, considerando que eles já têm emitido de longe muito mais apólices de papel para o ouro e a prata do que seria possível de adquirir. Assim que os metais físicos tiverem um uso mais amplo, especialmente por meio da legislação dos estados, e os preços do dia mantiverem-se aumentando a despeito da manipulação, os bancos globais com grandes posições de curto prazo serão esmagados pela progressiva necessidade de cobrir seus lances falsos. Isto é algumas vezes chamado de “short squeeze”, que resulta em históricas injeções feitas no preço do dia dentro de um curto período de tempo.

Sinais de um possível short squeeze incluem falta de dinheiro (dólares) em espécie devido à alta demanda: http://www.zerohedge.com/article/silver-touches-3490-us-mint-runs-out-bullion-blanks-halts-american-eagle-silver-coin-product

Ou, o desacoplamento da prata e do ouro da atividade do dólar, o que sinaliza que os metais estão sendo tratados como uma moeda concorrente. Movimentos de prata e ouro paralelamente ao dólar são agora uma ocorrência semanal comum, e alguns fornecedores, tais como a Pan American Silver, estão deixando o solar completamente de lado e negociando seus fornecimentos em outras moedas: http://www.bloomberg.com/news/2011-02-16/pan-american-silver-shifts-assets-to-canadian-dollars-update1-.html

A demanda internacional por ouro e prata também põe uma pesada pressão no curto prazo. Por exemplo, a demanda por ouro na Índia cresceu em até 66% em 2010: http://www.indianexpress.com/news/gold-demand-in-india-rises-66-pct-in-2010-wgc/751398/

A demanda por ouro na China cresceu 70% in 2010: http://www.marketoracle.co.uk/Article26463.html

Concilie este tipo de demanda com uma produção com uma saída consistentemente em queda, e você terá os ingredientes para uma erupção do preço dos metais preciosos. A produção de ouro no país que é o maior produtor de ouro, a África do Sul, diminuiu 6,4% em 2010, e 17.4% no Peru:


Tão cedo os americanos médios e os governos dos estados invistam em metais preciosos, mais à frente estarão quando o caos acontecer nos mercados ETF. Não há dúvida de que os bancos globais irão responder a este evento recusando-se a casar as demandas por entrega física com as apólices de papel que eles já emitiram, e milhões de investidores ETF serão deixados com nada a não ser com documentos de ações sem valor. Os estados com atividades de mineração dentro de suas fronteiras estarão em uma posição superior para se tornarem fornecedores reais, para facilitar um amplo lucro, e ajudar a reconstruir a economia americana do chão, mas apenas se começarem a se preparar desde agora. De outra maneira, os bancos tomarão o vagão novamente, indisputados e prontos para oferecer novas “soluções” aos problemas que eles criaram em um incessante ciclo de enganações; o mais longo jogo de enganação da história.

A Catástrofe Demanda Soluções Concretas

As coisas estão se tornando realmente feias. A tensão no ar é densa e sudorosa. Todos sentem isto, mas ainda não há pessoas o suficiente que proativamente discutam isto. A economia já está implodida, e agora está sendo re-inflada com hidrogênio volátil tal como a moeda de papel de curso forçado, apenas esperando a centelha certa para derrubar o Zeppelin inteiro envolto em chamas. A situação do Japão é um exemplo eloquente da incrível sensibilidade agora presente na então chamada economia global. Um terremoto fez cambalear os mercados do mundo todo, e o índice Nikkei ter uma queda livre, perdendo mais de 10% em um dia. Imagine os resultados de um massivo terremoto nos E.U.A., ou um evento nuclear tal como o que está se descortinando ao norte de Tókio. Que tal uma escalada do trauma político do Oriente Médio ou o envolvimento Americano em outra Guerra? As circunstâncias que poderiam ter sido absorvidas e negociadas pelos E.U.A. há três anos atrás agora estão amplificadas por nossa tibieza financeira.

Depois de dúzias de meses repletos de empregos perdidos, infra-estrutura perdida, e poder de compra perdido, mesmo o choque de mais de $100 pelo óleo é como uma marretada no plexo solar hoje quando era apenas um aborrecimento lá atrás, em 2008. Nós não podemos continuar no nosso atual caminho, ou nós sofreremos uma digressão cultural impensável e uma derrota social. Uma declaração de independência desta estrutura falaciosa está encomendada, e isto começa com os indivíduos bem como os estados agindo para se tornarem mais auto-suficientes. A legislação da moeda confiável é uma importante fundação deste desenvolvimento, e o comércio privado de commodities irá reforçar a ação estatal. O problema deve ser confrontado no nível pessoal, local e estadual. Isto significa que as economias baseadas em comércio estável e moeda tangível têm de se tornar uma prioridade para as nossas comunidades e igualmente para os nossos legisladores. Ninguém deve esperar pelo outro para fazer isto acontecer. Eu penso que isto está muito claro, e que não há mais tempo para palpites e segundos palpites sobre a necessidade de flexibilidade financeira e auto-confiança para os estados. É tempo de agir. Os decididos irão sobreviver e prosperar, e os apáticos sofrerão repetidos e rombudos traumas fiscais nas suas virilhas coletivas até que eles aprendam a sua lição. Este é simplesmente o jeito das coisas...

Contate Giordano Bruno at: giordano@neithercorp.us


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