terça-feira, 5 de abril de 2011

A ‘Jihad’ moral

Por Matheus VianaRevista Profecia

 Ator palestino é morto por radicais por defender a paz entre palestinos e israelenses. Guardadas as devidas proporções, o cristianismo tem sido perseguido por uma espécie de Jihad moral.



Um palestino que pregava paz entre seu povo e os israelenses. Sua “arma” era o ‘Teatro da Liberdade’, criado em 2002 como expansão do trabalho iniciado pela sua mãe, Arna Mer-Khamis, em 1980, que atendia crianças palestinas no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia.

Filho de mãe judia e de pai palestino cristão, Juliano Mer-Khamis, de 53 anos, era ator e utilizava as artes cênicas para fazer campanha pela igualdade de direitos entre palestinos e israelenses. Depois de reiteradas ameaças de morte por radicais, foi morto, segundo informações do chefe da policia palestina de Jenin, Mohammed Tayyim, com cinco tiros disparados por palestinos encapuzados quando entrava em seu carro que estava em frente ao teatro.

Como vemos, a possibilidade de diálogo de um possível acordo de paz não existe para palestinos extremistas. Qualquer um que proponha uma alternativa diferente da Jihad islâmica é considerado inimigo a ser abatido. Os constantes ataques à Israel, mesmo com ensaios diplomáticos positivos realizados por primeiros-ministros israelenses, como por exemplo, Ariel Sharon que abriu mão da Faixa de Gaza em 2005, são provas cabais deste fato.

Segundo informações da BBC, O teatro dirigido por Juliano acolheu vários palestinos do Fatah, que, após a Intifada, resolveram abandonar a luta armada. O mais conhecido deles é Zakaria Zbeide, um dos funcionários do Teatro da Liberdade e ex-comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em Jenin.

A morte de Juliano pelo seu próprio povo traz à tona o intento da militância islâmica, já bastante evidente para os lúcidos: ela não deseja apenas a criação de um Estado, mas a extinção do Estado israelense. Patrocinada pelo Irã, incita guerras contra Israel para depois posar de vítima quando sofre retaliações. E a imprensa internacional reproduz a farsa.

Mais um caso típico de intolerância religiosa. Apesar de não professar fé em nenhuma religião, Juliano se tornou alvo por ter paternidade judaico/cristã. Indício de que a Jihad é puramente religiosa e nada tem de política. Não é a toa que Jesus, um judeu, rechaçou a religiosidade (Evangelho segundo Mateus 23:25-28). Mais do que isso. Ensinou, entre outras coisas, a amar os inimigos e orar pelos que perseguem (Evangelho segundo Mateus 5:44), mesmo que isso cause a morte...

Guardadas a devidas proporções, o cristianismo tem sido perseguido por uma espécie de Jihad comportamental. Os que tentam guardar e observar os ensinos de Cristo são atingidos por toda sorte de disparates e linchamentos morais. É claro que em meio a esta balbúrdia surgem muitos cristãos radicais que extrapolam o limite do bom senso e se rendem à verborragia incoerente.

No entanto, estes poucos – poucos mesmo – cristãos são usados como pretextos para o estabelecimento de ditaduras morais, como por exemplo, a lei da homofobia. A guerrilha da revolução comportamental não mede esforços para calar a voz dos que defendem o valor e a manutenção da família. Ao contrário de Juliano, usam medidas democráticas como mero teatro para transformar qualquer oposição – indispensável para a democracia – em terrorismo intolerante.

Na medida em que o tempo passa, há a impressão de que, ou entramos nesta ‘Jihad’ ou seremos sucumbidos pela sociedade. Apesar da ameaça iminente, prefiro ficar com os ensinos do Mestre de paz entre todos. Mesmo sabendo que posso me tornar alvo dos revolucionários extremistas.

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