Por Heitor de Paola - 11/04/2011
Os primeiros logo descobriram que o coitadinho do assassino de crianças agiu por ter sido ‘vítima de bullying’ naquela mesma escola, Que bosta é esta, bullying? Pwelo que entendi é a velha gozação entre colegas, que algumas vezes pode até chegar às vias de fato! Eu, que tenho um nariz proeminente, tinha o apelido de ‘nariz’, ‘narigudo’, e outros impublicáveis a respeito do uso que poderia fazer de tal órgão. Oh, que trauma que eu tenho!!! Nada me consola! Vai ver que é por isto que me tornei comunista: para acabar com todos os narizes normais do mundo! Além disto, toda minha experiência como esportista se resumiu a 15 minutos jogando basquete: eu era tão ruim, mas tão ruim, que o professor me mandou sair do time! E, ao que eu saiba, fui um dos raros, se não o único, que ficou duas vezes em segunda época em educação física. Imaginem as gozações! Meu trauma foi tão grande que até hoje brigo com meu cardiologista quando ele diz que eu devo caminhar e eu me recuso. Além disto, para me integrar na turma sem jogar coisa nenhuma, fui sucessivamente tesoureiro e presidente do time de futebol. Que frustração.
Um grande amigo de infância tinha um corpo tão esquisito que seu apelido era abacate. Que coisa horrível! Deve ser por isto que o pobre coitado acabou sendo Professor de cálculo I e II numa Faculdade de Engenharia! Pra entender destes troços só um grande trauma de infância causado por bullying mesmo! Na última vez que nos encontramos entornamos algumas doses de Johnnie Walker Black Label de tão traumatizados estávamos!
Outro amigo de infância tinha um respeitabilíssimo traseiro e foi ‘vítima’ de alguns sujeitos que hoje seriam considerados heróis da homossexualidade pedófila, que o assediavam a ponto de obrigá-lo a faltar aulas. Este tal bullying na época era chamado bolinação mesmo. Poverelo, fez uma brilhante carreira e hoje é um vovô aposentado cheio de filhos e netos! Um dos que mais o assediavam acabou com o belíssimo apelido de merda-merda e sua vida foi um total fracasso. Um gago, perdão, não sei como se chamaria hoje – talvez deficiente silábico! – que jamais gaguejava ao passar cantadas em garotas, tinha o apelido de qui-qui, ou então fumacê ou boleteiro por causa de hábitos que na época ainda eram reprimidos. A última vez que o encontrei era um industrial respeitável e uma das cantadas dera tão certo que já tinha, talvez gaguejando horrores, seis filhos. Vai gaguejar assim na p.....!!!
Esta idiotice de bullying tem três vertentes conhecidas. Para esta abordagem é necessário fazer uma incursão teórica que talvez não interesse à maioria dos leitores. São elas: o politicamente correto marxista e as ‘idéias’ pseudo-psicanalíticas de um escocês – incrível que alguém daquela estirpe de bravos pictos e escotos pudesse ser tão idiota! – Donald Winniccott, e um alemão residente em Chicago, Heinz Kohut.
O primeiro, um pediatra travestido de psicanalista e por isto mesmo é respeitadíssimo no Brasil como tudo que é falso, contestou Freud dizendo que não existe a agressividade inata do homem, resultado apenas de uma fantasiosa mãe-não-suficientemente-boa, que não preenche as necessidades psíquicas de seu filho causando enormes frustrações, seguida na vida por um ambiente incapaz de aceitar as frescuras de algumas hipersensíveis criaturas.
Kohut, criador da psicologia do self, é um dos responsáveis pela exacerbação do narcisismo nos Estados Unidos. Dizia que o narcisismo é importante componente do desenvolvimento mental e deve ser estimulado desde a infância. Baseado numa ululante obviedade – as crianças realmente precisam de aplausos e reconhecimento de suas qualidades e potencialidades – criou uma teoria que eterniza a infância pela vida adulta afora. O maior problema é não distinguir entre potencialidades boas e más! Winniccott não diria melhor!
Aqui é preciso uma digressão: os leigos, incluindo grandes amigos meus de outras áreas do conhecimento, costumam se referir à época atual como o reino da egolatria ou do egocentrismo. O problema é que estes termos têm sido mal empregados. Ego é uma palavra grega que supostamente teria sido usada por Freud, mas realmente não passa de uma tradução estapafúrdia do Alemão Ich feita para o Inglês usando, sabe-se lá por qual razão, palavras Gregas. Freud escrevia num alemão erudito, mas escorreito e não pedante e usou o termo Ich (eu) para se referir a uma parte da mente que controla os impulsos instintivos irracionais e inconscientes. Uma pessoa egocêntrica, se tal maravilha existisse, seria o mais normal dos seres humanos com grande consideração e respeito por si mesmo e pelos demais. O que estamos vivendo hoje é a época do narcisismo exacerbado, da falência completa do controle dos impulsos instintivos, que ficam soltos, atuando dentro da mente e dominando-a como senhores absolutos.
Não é o verdadeiro orgulho pessoal derivado do amor, mas a arrogância e o total desconhecimento dos outros, o reino do modernoso conceito de auto-estima, que nada tem a ver com a psicanálise, derivada dos impulsos destrutivos mais recônditos da maldade humana e que expressa a completa negação da existência do outro! Lenin, Stalin, Hitler, Mao, Pol Tot são exemplos de pessoas com ‘alta auto-estima’. Outros dois autores Britânicos são os responsáveis por estas descobertas: Herbert Rosenfeld identificou na clínica os efeitos devastadores na vida pessoal e social do narcisismo destrutivo, e Wilfred Bion demonstrou que a eclosão de arrogância resultante deste fenômeno leva à estupidez e indica a existência de uma catástrofe mental. Nas palavras do autor: ‘na personalidade em que predominam os impulsos amorosos (de vida) o orgulho se transforma em respeito por si mesmo (self-respect), enquanto naquelas em que predomina a maldade o orgulho se transforma em arrogância’.
Uma pessoa que modernamente se considera ter uma alta auto-estima, não passa de um arrogante e estúpido - no sentido de burrice mesmo! - alguém incapaz de aprender com os outros, pois vive num mundo à parte, dominado pelo pontificado do onipotente eu acho e, portanto, nada tenho a aprender com ninguém! O domínio de Narciso inclui sua apaixonada ninfa Eco, que apenas ressoa eternamente, envergonhada, os pensamentos de seu amado, pois nada nem ninguém mais existe. O cogito, ergo sum é uma expressão filosófica desta arrogância.
Detive-me mais nos ‘especialistas’ psi que se arrogam conhecer o mais recôndito da mente do assassino, até mesmo reconstruir sua história. Deixei os demais, os sócio-alguma-coisa, os defensores do desarmamento como solução para a violência, para outros autores mais qualificados, não sem antes mostrar a arrogância destes últimos que acham que sabem o melhor para o povo do que o próprio cuja vontade foi expressa em Referendo.
Todos estes ‘especialistas’ são claros exemplos de como Narciso só pode ouvir o Eco de sua própria voz. E tal como o personagem mitológico são condenados a morrer de fome: fome de conhecimentos, a estupidez de quem vive admirando sua própria imagem e é incapaz de beber das ricas fontes que os outros seres lhe oferecem.
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