"A
lei do silêncio imposta é ensurdecedoramente vergonhosa, pois agride a
liberdade de expressão, avilta a democracia, cala a verdade, abafa
insatisfações, atende o opressor e condena os que insistem em clamar por
justiça."
Em Recife foi lançado com pompa e circunstância o “Comitê da Memória, Verdade e Justiça”, cujo objetivo é massacrar o que resta da dignidade da Contrarrevolução de 31 de março de 1964.
A intenção é propagar os Comitês pelo Brasil a fora, além de
pressionar, pelo clamor público, a criação da Comissão da Verdade.
De um lado o desgoverno e seus ministérios, em especial os da Justiça,
dos Direitos Humanos e da Defesa, além do maciço apoio de uma parte
substancial da mídia, sem contar a imprensa oficial do desgoverno; e do
outro, bem do outro, um silêncio do “quem cala consente”.
Nós, nem sabemos mais de que lado estamos, decididamente, somos contra a
descarada perseguição e, não temos espaço nem a condescendência do outro lado, por isso, é provável que estejamos no limbo, de braços dados com os perdedores, os idiotas, os tresloucados.
O outro lado
não nos quer, pelo contrário, deve ruminar reprovações, e quem sabe
lamentar a existência de uns poucos, felizmente para a sua
tranquilidade, que ainda tem a descarada capacidade de se indignar.
Estamos enfiados no buraco negro, pensamos, lamentamos e esperneamos, mas não existimos, contrariando o filósofo René Descartes (Cogito, ergo sum).
Enquanto, com aval e sustentação sabe - se lá de quem, as forças se unem para o massacre anunciado que será perpetrado pela Comissão da Verdade; do outro lado, é proibido, inclusive, rezar.
Talvez na ânsia de atestar a total submissão fosse a hora de serem criados deste lado (que lado?) os “Comitês do nunca mais cumpro ordens, do não acredito em mais nada, e do eu não faço nunca mais”.
Meus preclaros e tartamudos sacos de pancada, no Araguaia cavoucam em busca de ossos, nos comitês cavoucam as armas do achincalhe, da desonra e da condenação.
O revanchismo, se
é que existe, foi substituído de há muito, pela pura e simples
perseguição, e é na verdade um instrumento de pressão que nunca deixará
de ser usado, mesmo após a morte do ultimo combatente das tropas legais
que impediram, que eles, os coitadinhos, tomassem a ferro e fogo o poder neste Pindorama.
Sem duvida, a tática opressiva tem dado excelentes resultados, pois nas baias, falar em contrarrevolução é pecado capital, nos agentes que combateram a subversão e a desordem, um crime de lesa - pátria.
Chegaremos num ponto que cochichar
será proibido, mesmo sob o forte impacto de xingamentos e de palavras
injuriosas, nossa atitude deverá ser a de subalternidade, e, sublinhando
uma imoral condescendência, teremos que responder... AMÉM.
A lei do silêncio imposta é ensurdecedoramente vergonhosa, pois agride a
liberdade de expressão, avilta a democracia, cala a verdade, abafa
insatisfações, atende o opressor e condena os que insistem em clamar por
justiça.
Brasília, DF, 01 de setembro de 2011.
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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