quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Noticias das dividas publicas e dos juros 012



Por Ricardo Bergamini

Quanto de bobagem está escrito nesse artigo do Jornal o Estado de São Paulo. 

1 - Em julho de 2010 a dívida líquida da União (Interna e Externa) era de R$ 2.418,3 bilhões (62,09% do PIB), ou seja: R$ 2,4 trilhões e não  R$ 1,54 trilhão como citado no artigo.(...)

2 - Em 2010 o Brasil  (Estado, Municípios e União) gastou apenas R$ 143,6 bilhões (3,91% do PIB) com juros e encargos e não R$ 224,8 bilhões, nos últimos 12 meses, como citado no artigo. Cabe lembrar que em 2004 o Brasil gastou 5,01% do PIB com juros e encargos. Redução em termos reais em ralação ao PIB de 21,95%.

3 – Creio que os leitores deveriam cobrar mais desses órgãos de imprensa, exigindo que todos os artigos citassem as fontes de consultas para pesquisa da veracidade das informações, bem como viessem acompanhados de quadros demonstrativos sobre o que estão escrevendo.

4- Como uma imprensa desse nível de incompetência pode cobrar mudança para o Brasil?

Dívida Líquida Total da União (Interna e Externa) - Fonte MF

Base: Julho de 2011


R$ bilhões.
Itens
2002
% PIB
2010
% PIB
Jul/11
% PIB
Dívida Interna Em Poder do Mercado
558,9
37,82
1.603,9
43,64
1.659,8
42,62
Dívida Interna Em Poder do Banco Central
282,1
19,09
694,0
18,88
683,9
17,56
Dívida Externa Líquida
262,9
17,79
90,1
2,45
74,6
1,91
Dívida Total Líquida
1.103,9
74,70
2.388,0
64,97
2.418,3
62,09

Dívida Interna bruta da União em poder do mercado

- Aumento nominal da dívida interna bruta em poder do mercado de R$ 558,9 bilhões (37,82% do PIB) em dezembro 2002 para R$ 1.603,9 bilhões (43,64% do PIB) em dezembro 2010. Aumento real em relação ao PIB de 15,38%.

- Aumento nominal da dívida interna bruta em poder do mercado de R$ 1.603,9 bilhões (43,64% do PIB) em dezembro de 2010 para R$ 1.658,8 bilhões (42,62% do PIB) em julho de 2011. Redução real em relação ao PIB de 2,34%.

Dívida Interna bruta da União em poder do Banco Central

- Aumento nominal da dívida interna bruta em poder do Banco Central de R$ 282,1 bilhões (19,09% do PIB) em dezembro 2002 para R$ 694,0 bilhões (18,88% do PIB) em dezembro de 2010. Redução real em relação ao PIB de 1,10%.

- Redução nominal da dívida interna bruta em poder do Banco Central de R$ 694,0 bilhões (18,88% do PIB) em dezembro de 2010 para R$ 683,9 bilhões (17,56% do PIB) em julho de 2011. Redução real em relação ao PIB de 6,99%.

Dívida Interna bruta da União em poder do mercado e do Banco Central

- Aumento nominal da dívida interna bruta total (em poder do mercado e do Banco Central) de R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em dezembro 2002 para R$ 2.297,9 bilhões (62,52% do PIB) em dezembro 2010. Aumento real em relação ao PIB de 9,86%.

Aumento nominal da dívida interna bruta total (em poder do mercado e do Banco Central) de R$ 2.297,9 bilhões (62,52% do PIB) em dezembro de 2010 para R$ 2.343,7 bilhões (60,18% do PIB) em julho de 2011. Redução real em relação ao PIB de 3,74%.

Dívida Externa Líquida da União (Dívida Externa Bruta Menos Reservas)

- Redução nominal da dívida externa líquida de R$ 262,9 bilhões (17,79% do PIB) em dezembro 2002 para R$ 90,1 bilhões (2,45% do PIB) em dezembro 2010. Redução real em relação ao PIB de 86,23%.

- Redução nominal da dívida externa líquida de R$ 90,1 bilhões (2,45%do PIB) em dezembro de 2010 para R$ 74,6 bilhões (1,91% do PIB) em julho de 2011. Redução real em relação ao PIB de 22,04%.

Dívida Líquida Total da União (Interna e Externa)

- Aumento nominal da dívida total líquida da União (interna e Externa) de R$ 1.103,9 bilhões (74,70% do PIB) em dezembro de 2002 para R$ 2.388,0 bilhões (64,97% do PIB) em dezembro de 2010. Redução real em relação ao PIB de 13,02%.

- Aumento nominal da dívida total líquida da União (Interna e Externa) de R$ 2.388,0 bilhões (64,97% do PIB) em dezembro de 2010 para R$ 2.418,3 bilhões (62,09% do PIB) em julho de 2011. Redução real em relação ao PIB de 4,43%.


Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Em 2010, o ‘Brasil Público’, gastou R$ 1.057,5 bilhões (28,77% do PIB) apenas com as seguintes rubricas: Servidores Públicos (Ativos, Aposentados e Pensionistas, Civis e Militares) R$ 507,6 bilhões (13,81% do PIB); Juros e Encargos R$ 143,6 bilhões (3,91% do PIB); Amortizações R$ 160,3 bilhões (4,36% do PIB) e Previdência Geral do INSS de R$ 246,0 bilhões (6,69% do PIB), gerando um déficit fiscal nominal consolidado de R$ 157,7 bilhões (4,29% do PIB).

Gastos Públicos Consolidados – Fonte MF


Base: Ano de 2010


Base: R$ Bilhões

Itens
Municípios
% PIB
Estados
% PIB
União
% PIB
Total
% PIB
Servidores
(126,8)
(3,45)
(197,5)
(5,37)
(183,3)
(4,99)
(507,6)
(13,81)
Juros/Encargos
(4,3)
(0,12)
(16,9)
(0,46)
(122,4)
(3,33)
(143,6)
(3,91)
Amortização
(4,5)
(0,12)
(15,2)
(0,41)
(140,6)
(3,83)
(160,3)
(4,36)
INSS
-
-
-
-
(246,0)
(6,69)
(246,0)
(6,69)
Outras
(158,5)
(4,31)
(280,8)
(7,65)
(439,2)
(11,94)
(878,5)
(23,90)
Total Des.
(294,1)
(8,00)
(510,4)
(13,89)
(1.131,5)
(30,78)
(1.936,0)
(52,67)
Total Rec.
297,7
8,10
499,9
13,60
980,7
26,68
1.778,3
48,38
Resultado
3,6
0,10
(10,5)
(0,29)
(150,8)
(4,10)
(157,7)
(4,29)
Notas:
 (1) PIB de R$ 3.675,0 bilhões no ano de 2010;
(2) – Não considerado nas despesas e nas receitas o montante
de R$ 375,1 bilhões em renegociação de dívidas.


Arquivos oficiais do governo brasileiro estão disponíveis aos leitores.






 


----- Original Message -----
From: sgeral
Sent: Wednesday, August 31, 2011 6:42 PM
Subject: Fw: Noticias das dividas publicas e dos juros e subsidios aos empresarios no Brasil - estadao 27e 28 de ago 11


Juros da dívida pública batem recorde

Mesmo com a expectativa de que o ciclo de aperto monetário tenha chegado ao fim, a herança das recentes elevações de juros tem pesado - e continuarão pesando - sobre as contas públicas. Mostra disso é que nunca o Brasil gastou tanto com o serviço da dívida. Nos últimos 12 meses foram R$ 224,8 bilhões, o maior valor nessa base de comparação desde 2001, quando o Banco Central (BC) iniciou a série histórica de dados fiscais.

A reportagem é de Célia Froufe e Fernando Nakagawa e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 27-08-2011.

Além da alta dos juros, pesam sobre essa conta o aumento do estoque da dívida e a inflação, que ainda não dá sinais de arrefecimento quando o horizonte é o fim de 2011. Com os três itens apontando para a mesma direção, a projeção é a de que os gastos com o pagamento de juros da dívida pública continuem a subir nos próximos meses. "Esse gasto tende a aumentar em termos nominais", previu ontem o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

Um terço da dívida pública brasileira está atrelado à inflação e, nos últimos 12 meses, o IPCA, que é o principal índice de referência do comportamento dos preços, acumulou alta de 6,87%. O tamanho da dívida também vem avançando ao passar de R$ 1,47 trilhão, no final de 2010, para R$ 1,54 trilhão agora, valor equivalente a 39,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

O único alento nessa fórmula diz respeito à trajetória da Selic, a taxa básica de juros. Levantamento realizado pela Agência Estado com 72 instituições financeiras revela que a aposta unânime é de estabilidade da taxa em 12,50% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana.

Mesmo se as estimativas do mercado estiverem corretas, o impacto sobre as contas públicas ainda demorará a aparecer, já que os juros seguem elevados e não se sabe ao certo quando passarão a ser reduzidos. O problema é que a maior fatia da dívida está ligada justamente à variação da taxa Selic.

Prefixados.

Assim como já pregam as agência de classificação de risco há muito tempo, o economista da Tendências Consultoria, Felipe Salto, só vê uma melhora do perfil da dívida quando esses papéis atrelados aos juros forem reduzidos. O mundo ideal contaria com a maior parte dos títulos com taxas determinadas na emissão, os prefixados.

Hoje, a parcela da dívida com juros prefixados já é maior que o volume ligado à inflação, mas ainda representa a metade dos papéis que trazem a Selic como referência. O problema de seguir a Selic é que o governo não sabe quanto vai pagar de juros: se o BC decidir aumentar a taxa para segurar a inflação, a conta dos juros aumenta - como agora.

Outro obstáculo é a política de acumulação de reservas internacionais. Após comprar esses dólares, o BC vai a mercado para retirar de circulação os reais pagos aos vendedores da moeda para evitar que o volume de dinheiro em circulação cresça demasiadamente, o que poderia gerar inflação. O problema, diz Salto, é que essas operações também pagam a Selic. Em 2011, o BC já comprou US$ 64 bilhões no mercado para elevar as reservas, que atualmente estão em US$ 352 bilhões.

O governo vem tratando de economizar para pagar os juros da dívida. Do início do ano até o mês passado, foram guardados pouco menos de R$ 92 bilhões. Só que esse valor é insuficiente para cobrir os gastos de carregamento da dívida - que no mesmo período somaram R$ 138 bilhões. Por isso, o setor público fechou o período com um déficit nominal de R$ 46,5 bilhões.
Subsídios à economia custam oito vezes mais que o Bolsa-Família

O governo federal mantém um sistema de "bolsas" que vai muito além do Bolsa-Família. O Bolsa-Empresário custará aos cofres públicos este ano cerca de R$ 30 bilhões. O Bolsa-Banqueiro, entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões. Há, ainda, o Bolsa-Mutuário, estimada pela Caixa Econômica Federal em R$ 32 bilhões. As três têm em comum o fato de funcionarem como um subsídio do Estado à economia. Somadas, equivalem a quase oito programas Bolsa-Família.

A reportagem é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 28-08-2011.

Em um tema tão amplo, as opiniões de especialistas divergem bastante. A maioria, porém, é favorável ao Bolsa-Mutuário, oficialmente chamado de Minha Casa, Minha Vida.

Bolsa-Empresário
é uma definição do ex-diretor do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman. Trata-se do dinheiro que o Tesouro Nacional vem emprestando para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar empresas. Desde o estouro da crise global, em 2008, o governo decidiu ampliar o orçamento da instituição.

Ao final de junho, segundo dados do BC, os créditos do Tesouro ao BNDES somavam R$ 272 bilhões. O subsídio (quase R$ 18 bilhões em 2011) é calculado com base na diferença entre a taxa de juros que o banco cobra em seus empréstimos (TJLP, hoje em 6% ano) e a que o Tesouro paga para se financiar (Selic, atualmente em 12,5%).

Schwartsman inclui ainda o subsídio implícito nas transferências do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ao BNDES, algo próximo de R$ 12 bilhões. "Ou seja, o Bolsa-Empresário equivale a pouco menos de dois Bolsa-Família", afirmou.

O responsável pelo termo Bolsa-Banqueiro é o professor da Faculdade de Economia e Administração da USP Simão Silber. Ele refere-se ao custo do governo para continuar acumulando reservas internacionais (hoje em US$ 352,5 bilhões). Para Silber, o grande beneficiado, hoje, da política do governo de continuar comprando dólares é o sistema financeiro, uma vez que o montante atual é mais do que suficiente para proteger o País de crises.

Ele e outros economistas lembram que, em 2008, quando explodiu a crise global, o Brasil tinha menos de US$ 210 bilhões em reservas, dinheiro que se mostrou suficiente para atravessar a grave turbulência.

Nos cálculos do economista e consultor Amir Khair, ex-secretário de Finanças do município de São Paulo, o País gasta hoje entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões por ano para manter e acumular as reservas.

O custo resulta da diferença entre os juros com que o governo remunera os títulos públicos nacionais (Selic) e a rentabilidade das reservas, aplicadas principalmente em papéis emitidos pelo Tesouro dos EUA. Isso só ocorre porque o governo brasileiro não compra os dólares das reservas com superávit fiscal. Ele precisa endividar-se para fazê-lo.

"A gente não precisa desse nível de reservas", disse Khair. Para ele, a política de compra de dólares pelo governo traz um efeito adicional: valoriza a moeda americana. "Na medida em que o País fica mais seguro aos olhos do investidor internacional, mais dinheiro atrai de fora, o que reforça a tendência de valorização do real." Apesar da piora da crise, o dólar ainda acumula perda de quase 4% ante o real. Sexta-feira, fechou a R$ 1,605.

Khair também é crítico da política do governo que transfere recursos do Tesouro para companhias privadas por meio do BNDES. "As empresas têm de saber se virar dentro de seu mercado", afirmou. "Com esse dinheiro, eu reforçaria os programas sociais. Prefiro mil vezes um Bolsa-Família, que dá mais retorno para a sociedade."

Para Marcelo Moura, do Insper, a ação cada vez maior do BNDES (neste ano, a previsão é de desembolsos de R$ 145 bilhões) "distorce o mercado".

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