quinta-feira, 3 de abril de 2014

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE

Por Ricardo Bergamini

Base: Fevereiro de 2014


Produção industrial varia 0,4% em fevereiro
Fevereiro 2014 / Janeiro 2014
0,4%
Fevereiro 2014 / Fevereiro 2013
5,0%
Acumulado em 2014
1,3%
Acumulado em 12 meses
1,1%
Média Móvel Trimestral
0,1%

Em fevereiro de 2014, a produção industrial nacional avançou 0,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período ganho de 4,2%. Vale citar que esses índices positivos ocorreram após dois meses de queda na produção: -0,4% em novembro de 2013 e -3,8% em dezembro de 2013.


Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria avançou 5,0% em fevereiro de 2014, interrompendo dois meses de taxas negativas consecutivas: -2,6% em dezembro de 2013 e de -2,2% em janeiro de 2014.

Assim, o setor industrial acumulou crescimento de 1,3% nos dois primeiros meses do ano.

A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao mostrar expansão de 1,1% em fevereiro de 2014, assinalou ganho de ritmo frente à marca registrada em janeiro último (0,5%), mas ficou ligeiramente abaixo do verificado em dezembro de 2013 (1,2%)..

O setor industrial, em fevereiro de 2014, prosseguiu com a melhora no seu ritmo produtivo, expresso não só no segundo resultado positivo consecutivo na comparação com o mês imediatamente anterior, período em que acumulou expansão de 4,2%, mas também no perfil disseminado de taxas positivas, já que três das quatro categorias de uso e 19 das 27 atividades investigadas apontaram crescimento na produção nesse mês. Com esses resultados, o total da indústria recuperou a perda de 4,2% acumulada no período novembro-dezembro de 2013, mas ainda encontra-se 2,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ainda na série ajustada sazonalmente, os sinais de melhora no ritmo também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, em que a produção industrial, no mês de fevereiro de 2014, interrompeu a trajetória descendente iniciada em novembro último.

No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial assinalou expansão, com o índice mensal de fevereiro de 2014 revertendo dois meses de queda na produção e com claro predomínio de taxas positivas entre as atividades e as categorias de uso. Vale destacar a influência não só do aumento no ritmo da produção nesse início de ano, mas também do efeito calendário, já que fevereiro de 2014 teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior. O ganho de ritmo também ficou evidenciado no confronto do resultado do índice acumulado no primeiro bimestre do ano (1,3%) com o do quarto trimestre de 2013 (-0,3%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as categorias de uso, o destaque ficou com bens de consumo duráveis, que passou de -3,9% no período outubro-dezembro de 2013 para 6,9% nos dois primeiros meses de 2014.

19 dos 27 ramos investigados registram aumento em fevereiro

O avanço de 0,4% da atividade industrial na passagem de janeiro para fevereiro teve perfil generalizado de crescimento, alcançando três das quatro categorias de uso e 19 dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, a principal influência positiva foi registrada por veículos automotores, que cresceu 7,0% nesse mês, segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 16,8%. Vale citar que esses dois resultados positivos interromperam o comportamento negativo presente desde outubro de 2013, período em que acumulou perda de 23,5%. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,6%), bebidas (5,1%), alimentos (1,4%), borracha e plástico (4,2%), metalurgia básica (2,8%) e fumo (25,2%). Vale ressaltar que, com exceção da última atividade que mostrou perda de 47,6% no mês anterior, as demais apontaram taxas positivas em janeiro: 22,2%, 1,7%, 0,1%, 5,3% e 2,9%, respectivamente. Por outro lado, entre os sete ramos que reduziram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por farmacêutica (-9,7%) e outros produtos químicos (-3,1%), com o primeiro eliminando parte do avanço de 30,8% assinalado no mês anterior, e o último apontando o segundo resultado negativo consecutivo e acumulando nesse período perda de 5,9%.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao avançar 3,3%, assinalou a expansão mais acentuada em fevereiro de 2014, após registrar crescimento de 4,8% no mês anterior. O setor produtor de bens intermediários (0,8%) também avançou acima da média nacional (0,4%) e apontou a segunda taxa positiva seguida, acumulando nesse período ganho de 2,4%. O segmento de bens de capital mostrou ligeira variação positiva nesse mês (0,1%), após crescer 13,3% em janeiro último, enquanto a produção de bens de consumo semi e não-duráveis, com variação de -0,1%, apontou o único resultado negativo nesse mês.

Média móvel trimestral varia 0,1%

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação positiva de 0,1% no trimestre encerrado em fevereiro frente ao nível do mês anterior, após dois meses consecutivos de resultados negativos: -1,2% em dezembro de 2013 e -0,2% em janeiro de 2014. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (1,0%) apontou a única taxa positiva em fevereiro de 2014 e interrompeu a trajetória descendente iniciada em novembro último. Os segmentos de bens de capital (-0,9%), de bens intermediários (-0,7%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,4%) registraram as taxas negativas nesse mês, com o primeiro assinalando o terceiro recuo seguido e acumulando nesse período perda de 8,0%; o segundo intensificando o ritmo de queda frente ao registrado no mês anterior (-0,4%); e o último mantendo a trajetória descendente iniciada em agosto de 2013.

Na comparação com fevereiro de 2013, produção industrial avança 5,0%

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou crescimento de 5,0% em fevereiro de 2014, com predomínio de resultados positivos, já que as quatro categorias de uso e 21 dos 27 ramos apontaram expansão na produção. Vale citar que fevereiro de 2014 (20 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (18). Entre as atividades, a de veículos automotores, que avançou 12,9%, exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada em grande parte pela maior fabricação de automóveis, de veículos para transporte de mercadorias, de chassis com motor para caminhões e ônibus, de caminhão-trator para reboques e semirreboques e de caminhões. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (43,3%), máquinas e equipamentos (9,3%), outros equipamentos de transporte (14,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (32,9%), farmacêutica (10,0%), alimentos (2,6%), bebidas (7,1%), vestuário e acessórios (27,4%) e borracha e plástico (6,8%). Em termos de produtos, as pressões positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, televisores e telefones celulares; motoniveladores, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, fornos de micro-ondas, fogões de cozinha, máquinas para o setor de celulose, silos metálicos para cereais, aparelhos de ar-condicionado, aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias e centros de usinagem para trabalhar metais; aviões e motocicletas; peças e acessórios para equipamentos de informática, monitores de vídeo para computadores e impressoras; medicamentos; açúcar cristal, biscoitos e bolachas, leite em pó, sorvetes, picolés e carnes e miudezas de aves congeladas; cervejas, chope, refrigerantes e preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas; calcinhas, sutiãs, camisetas de malha de algodão, vestidos, calças compridas de uso masculino, roupas de dormir ou de banho e camisas; e peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística e pneus para caminhões, ônibus e automóveis. Por outro lado, ainda na comparação com fevereiro de 2013, entre as seis atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-7,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,7%), outros produtos químicos (-2,5%) e produtos de metal (-3,7%), pressionados, em grande parte, pelos recuos na fabricação de jornais, revistas, livros e cds, no primeiro ramo, de aparelhos elétricos de alarme para proteção, fios, cabos e condutores elétricos, transformadores e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção, no segundo, policloreto de vinila (PVC), inseticidas para uso na agricultura, polipropileno (PP), superfosfatos e polietileno de alta densidade (PEAD), no terceiro, e partes e peças para bens de capital, latas de alumínio para embalagens e estrutura de ferro e aço, no último.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (20,9%) e bens de capital (12,4%) assinalaram crescimento de dois dígitos em fevereiro de 2014. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e de bens intermediários (1,1%) também apontaram taxas positivas nesse mês, mas que ficaram abaixo da média nacional (5,0%).

O setor produtor de bens de consumo duráveis, ao avançar 20,9% em fevereiro de 2014, assinalou a expansão mais intensa desde março de 2010 (25,8%) e interrompeu quatro meses de resultados negativos consecutivos nesse tipo de comparação. Nesse mês, o setor foi particularmente influenciado pela maior fabricação de automóveis (21,1%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (87,8%). Vale citar também os impactos positivos vindos de telefones celulares (26,1%), de motocicletas (7,3%), de eletrodomésticos da “linha branca” (2,3%), de outros eletrodomésticos (9,1%) e de artigos do mobiliário (5,6%).

O setor de bens de capital, ao crescer 12,4% em fevereiro de 2014, mostrou o décimo quarto resultado positivo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo crescimento em todos os seus grupamentos, com claro destaque para o avanço de 15,5% assinalado por bens de capital para equipamentos de transporte, impulsionado em grande parte pela maior fabricação dos itens aviões, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para ônibus e caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e caminhões. Os demais resultados positivos foram registrados por: bens de capital para construção (44,5%), 11ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, de uso misto (7,1%), para fins industriais (6,2%), agrícola (2,0%) e para energia elétrica (0,9%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e de bens intermediários (1,1%) também apontaram taxas positivas em fevereiro de 2014. No primeiro, que interrompeu seis meses de resultados negativos consecutivos, o desempenho nesse mês foi impulsionado pelos avanços em todos os grupamentos, com destaque para alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,0%) e carburantes (10,9%), impulsionados principalmente pelos avanços na fabricação de cerveja, chope, biscoitos e bolachas, refrigerantes e leite em pó, no primeiro subsetor, e de gasolina automotiva e álcool, no segundo. Os demais resultados positivos foram observados nos grupamentos de outros não-duráveis (1,7%) e de semiduráveis (4,9%), influenciados em grande parte pelos itens medicamentos; e camisetas de malha de algodão, vestidos, calças compridas de uso masculino e toalhas de banho, rosto e mãos de algodão, respectivamente. A expansão na produção de bens intermediários, que reverteu dois meses de queda na produção, foi explicada pelos avanços vindos dos produtos associados às atividades de alimentos (6,7%), borracha e plástico (6,7%), minerais não-metálicos (1,7%), indústrias extrativas (0,9%), metalurgia básica (0,7%), produtos têxteis (1,8%) e veículos automotores (0,6%), enquanto as influências negativas foram registradas por refino de petróleo e produção de álcool (-2,0%), outros produtos químicos (-2,4%), produtos de metal (-5,7%) e celulose, papel e produtos de papel  (-1,3%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os índices positivos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (2,9%), após dois resultados negativos consecutivos, e de embalagens (1,7%), que interrompeu três meses seguidos de queda na produção.

Índice acumulado no ano cresce 1,3%

No índice acumulado para o período janeiro-fevereiro de 2014, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial cresceu 1,3%, com 13 dos 27 ramos investigados apontando taxas positivas. Os ramos de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (35,4%) e de máquinas e equipamentos (8,1%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria, impulsionados em grande parte pelo crescimento na produção de televisores e telefones celulares, no primeiro, e de motoniveladores, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, centros de usinagem para trabalhar metais, brocas para perfuração, máquinas para colheita, fornos de micro-ondas, aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias, congeladores para uso industrial, máquinas para o setor de celulose e silos metálicos para cereais, no segundo. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de máquinas para escritório e equipamentos de informática (32,9%), outros equipamentos de transporte (11,8%), farmacêutica (3,4%) e vestuário e acessórios (12,3%). Em termos de produtos, as influências positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, peças e acessórios para equipamentos de informática e monitores de vídeo; aviões e motocicletas; medicamentos; e calcinhas, sutiãs, calças compridas, camisas, camisetas de malha de algodão, vestidos e roupas de dormir ou de banho. Por outro lado, entre as 13 atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-9,2%), produtos de metal (-6,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,8%) e veículos automotores (-1,3%), pressionados, em grande parte, pelos recuos na fabricação de jornais, livros, revistas e cds, no primeiro ramo, de partes e peças para bens de capital, ferro e aço forjado em formas e peças e latas de alumínio para embalagens, no segundo, de aparelhos elétricos de alarme para proteção, fios, cabos e condutores elétricos e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção, no terceiro, e de autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis e motores diesel para ônibus e caminhões, no último.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o primeiro bimestre de 2014 mostrou maior dinamismo para bens de capital (8,0%) e bens de consumo duráveis (6,9%), impulsionados especialmente pela maior fabricação de bens de capital para transporte, para construção e para fins industriais, no primeiro segmento, e de eletrodomésticos da “linha marrom”, motocicletas e telefones celulares, no segundo. Por outro lado, a produção de bens de consumo semi e não-duráveis assinalou ligeira variação positiva (0,1%), enquanto a de bens intermediários recuou 0,8% no índice acumulado no ano.

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