domingo, 18 de janeiro de 2015

Por que continuamos pobres





Por Armando Soares
                
A Amazônia segundo o entendimento do aparato ambientalista-indigenista e seus seguidores brasileiros, não é uma região que mereça desenvolvimento econômico. É uma região para ser conservada, intocada por investidores e produtores rurais agentes do desenvolvimento; a Amazônia na cabeça desses salvadores do planeta e de seus bolsos é um templo ambiental e como tal não pode ter seu território desenvolvido. Essa filosofia foi o que motivou a criação da atual política ambiental brasileira; pensamento estúpido responsável por diferenças abissais de renda e padrão de vida que separam a Amazônia do sul/sudeste brasileiro e mais ainda dos países ricos, uma realidade estranhíssima em se tratando de uma região potencialmente a mais rica do mundo. Pobreza estrutural no meio da riqueza, um paradoxo inexplicável sobre o ponto de vista da lógica e da moral, que esses saqueadores modernos ignoram para justificar a ignomínia.

                Se bem analisado o cenário social no Pará e de outros estados amazônicos é consequência da política imposta de cima para baixo e da ausência de políticas verdadeiras; no comportamento das elites governamentais, estes com sérios problemas de miopia e de distorções de comportamento herdados do colonialismo, e do endocolonialismo. A pergunta que não cala é por que sendo a Amazônia uma região tão rica continua mais pobre que a região sul/sudeste brasileira? Que obstáculos impedem os estados amazônicos de alcançarem maior prosperidade? A pobreza e o subdesenvolvimento na Amazônia são imutáveis, não podem ser erradicados? Os amazônidas não se desenvolvem porque se acomodaram depois da falência da atividade econômica da borracha a receber esmolas; empobrecidos perderam a capacidade de reagir consequência do longo processo de discriminação e de saque interno e externo. A civilização amazônica não se tornou sonolenta e submissa por vontade própria, mas por ação de políticos enganadores, pesquisadores desonestos que tiraram proveito e enriqueceram e fizeram enriquecer nações e regiões brasileiras a custa da impotência de amazônidas pobres; se acresce a essa deformação da educação libertadora, que bem transmitida abre a mente de gerações mais jovens; a educação transmitida ao longo do tempo ficou a cargo de professores medíocres contaminados pela filosofia comunista, expert em corrupção que infesta o país. A Amazônia (Estados Amazônicos) não tem força econômica e política, sempre foi uma região com ausência de poder, o que no presente justifica entre outras agressões a política ambiental de imposição de reservas. Os Estados amazônicos são sustentados por Estados brasileiros superavitários o que os obriga a viver através de um sistema político nacional corrupto, sem perspectiva de mudança no curto e médio prazo. Esse cenário justifica a ausência de bons serviços públicos e de oportunidades. A Amazônia nunca fez parte de fato da Federação e da República, pois sempre foi considerada um quintal para uso das famigeradas elites e políticos com seus interesses inconfessáveis. Os direitos políticos dos amazônidas não passam de quimeras, na realidade não são direitos são imposições emanadas de uma democracia de mentirinha. Em razão do estágio sedimentado de subdesenvolvimento dos estados amazônicos e agora enriquecido com a pressão do aparato indigenista-ambientalista prestigiado no governo populista, a região ficou sem oportunidade para utilizar talentos com ambição e engenhosidade para dar o pulo que o desenvolvimento requer. O poder político passou a ser monopólio de um pequeno grupo que se alimenta da ignorância do povo, onde o amazônida tem destaque em razão de sua fragilidade e ignorância. Vive-se num círculo vicioso sem fim.

                Países como o Reino Unido e os Estados Unidos enriqueceram e se tornaram grandes potências econômicas porque seus cidadãos elegeram governantes sábios que criaram uma sociedade em que os direitos políticos eram distribuídos de maneira muito mais ampla, na qual o governo era responsável e tinha de responder aos cidadãos e onde a população tinha condições de tirar vantagens das oportunidades econômicas. Os ingleses promoveram uma revolução que transformou a política e, por conseguinte, a economia do país. As pessoas lutaram por mais direitos políticos e os conquistaram, usando-os para expandir suas oportunidades econômicas, diferente do que está sendo feito no Brasil onde os governantes ao invés de ampliar os direitos, criam guetos sociais eleitoreiros improdutivos sustentados pelo trabalho dos outros e não do trabalho de cada brasileiro, como é o caso dos índios, preguiçosos seculares e de outros segmentos sociais sustentados pelas “tetas” do governo. Por que o brasileiro trabalhador e empreendedor tem que sustentar índio, preguiçosos, criminosos e invasores? Essa política demagógica eleitoreira que tira dinheiro de quem trabalha para sustentar vagabundos é o maior empecilho para realizar um desenvolvimento concreto no Brasil, especialmente nos estados amazônicos, ricos, mas reservados ao gozo de estrangeiros e de jogadas políticas que pões em risco a integridade da região. A cultura, mostra a história dos povos é a principal responsável pela prosperidade das nações. Insere-se nessa questão a ética religiosa sempre presente no processo político e cultural. O sociólogo Max Weber, defendia que a Reforma Protestante e a ética protestante desempenharam papel central na facilitação da ascensão da moderna sociedade industrial, cultura que já não se baseia exclusivamente na religião, mas enfatiza igualmente outros tipos de crenças, e valores éticos. Os problemas brasileiros têm suas raízes na ética religiosa que sempre foi contrária ao lucro, aos juros, ao empreendedorismo. Nessa filosofia o milagre substitui o homem e não o trabalho e o conhecimento. Estranho país é o Brasil onde a ciência econômica ao invés de enfocar o melhor uso dos meios escassos para satisfazer os fins sociais, bloqueia na Amazônia esses meios para atender interesses mercadológicos, ideológicos rasteiros, fisiológicos, através de uma política ambiental-indígena praticada pelo governo que privilegia interesses estrangeiros e a fome por dólares de corruptos.
                O principal obstáculo para estimular o crescimento econômico da Amazônia é de ordem político, onde as instituições ‘saúvas’ perderam a função de induzir investimentos, o que explica o crescimento da ignorância e da pobreza. No Brasil e especialmente na Amazônia se faz tudo diferente. Todos os incentivos são canalizados para grupos políticos ideológicos demagógicos e mercantilistas tirarem vantagens, a exemplo do extrativismo antieconômico comandado pela extração mineral e o ambientalismo-indigenista, cujo produto é representado no Pará pelos municípios verdes, uma enganação para justificar a incompetência, e na Amazônia como um todo representado por reservas florestais e de outras naturezas, verdadeiras barreiras ao desenvolvimento, uma contribuição à estupidez. A política imposta à Amazônia é a prova maior de que o homem, o ser humano não tem valor, pelo contrário é o grande inimigo da preservação ambiental, no conceito dos ambientalistas uma formiga que devora o templo floresta. Quando se fala ou se escreve sobre a Amazônia se ignora os milhões de habitantes assentados em seus Estados vivendo, a maior parte na pobreza, sem futuro e perspectiva. Os recursos internos e externos não são dirigidos ao desenvolvimento do homem e a melhoria da qualidade de vida, todos são para preservar a floresta e sustentar ONGs, índios, quilombolas e organismos governamentais policialescos verdadeiros monstros sugadores do sangue de produtores rurais e de empreendedores em geral. Toda a política governamental para a Amazônia tem como objetivo desestimular investimentos, pois toda ela é voltada a preservação ambiental tanto para a floresta, para o campo, como para a cidade. A política ambiental brasileira é o foco principal do atraso e do desestímulo; é o atraso personificado e o projeto gerador de pobreza e de escravos.  
               
Armando Soares – economista. É articulista de LIBERTATUM

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