Por que continuamos pobres
Por Armando Soares
A Amazônia
segundo o entendimento do aparato ambientalista-indigenista e seus seguidores
brasileiros, não é uma região que mereça desenvolvimento econômico. É uma
região para ser conservada, intocada por investidores e produtores rurais
agentes do desenvolvimento; a Amazônia na cabeça desses salvadores do planeta e
de seus bolsos é um templo ambiental e como tal não pode ter seu território
desenvolvido. Essa filosofia foi o que motivou a criação da atual política
ambiental brasileira; pensamento estúpido responsável por diferenças abissais
de renda e padrão de vida que separam a Amazônia do sul/sudeste brasileiro e mais
ainda dos países ricos, uma realidade estranhíssima em se tratando de uma
região potencialmente a mais rica do mundo. Pobreza estrutural no meio da
riqueza, um paradoxo inexplicável sobre o ponto de vista da lógica e da moral, que
esses saqueadores modernos ignoram para justificar a ignomínia.
Se bem
analisado o cenário social no Pará e de outros estados amazônicos é
consequência da política imposta de cima para baixo e da ausência de políticas
verdadeiras; no comportamento das elites governamentais, estes com sérios
problemas de miopia e de distorções de comportamento herdados do colonialismo, e
do endocolonialismo. A pergunta que não cala é por que sendo a Amazônia uma
região tão rica continua mais pobre que a região sul/sudeste brasileira? Que
obstáculos impedem os estados amazônicos de alcançarem maior prosperidade? A
pobreza e o subdesenvolvimento na Amazônia são imutáveis, não podem ser
erradicados? Os amazônidas não se desenvolvem porque se acomodaram depois da
falência da atividade econômica da borracha a receber esmolas; empobrecidos perderam
a capacidade de reagir consequência do longo processo de discriminação e de
saque interno e externo. A civilização amazônica não se tornou sonolenta e
submissa por vontade própria, mas por ação de políticos enganadores,
pesquisadores desonestos que tiraram proveito e enriqueceram e fizeram
enriquecer nações e regiões brasileiras a custa da impotência de amazônidas
pobres; se acresce a essa deformação da educação libertadora, que bem
transmitida abre a mente de gerações mais jovens; a educação transmitida ao
longo do tempo ficou a cargo de professores medíocres contaminados pela
filosofia comunista, expert em corrupção que infesta o país. A Amazônia
(Estados Amazônicos) não tem força econômica e política, sempre foi uma região
com ausência de poder, o que no presente justifica entre outras agressões a
política ambiental de imposição de reservas. Os Estados amazônicos são
sustentados por Estados brasileiros superavitários o que os obriga a viver
através de um sistema político nacional corrupto, sem perspectiva de mudança no
curto e médio prazo. Esse cenário justifica a ausência de bons serviços públicos
e de oportunidades. A Amazônia nunca fez parte de fato da Federação e da
República, pois sempre foi considerada um quintal para uso das famigeradas
elites e políticos com seus interesses inconfessáveis. Os direitos políticos
dos amazônidas não passam de quimeras, na realidade não são direitos são
imposições emanadas de uma democracia de mentirinha. Em razão do estágio sedimentado
de subdesenvolvimento dos estados amazônicos e agora enriquecido com a pressão
do aparato indigenista-ambientalista prestigiado no governo populista, a região
ficou sem oportunidade para utilizar talentos com ambição e engenhosidade para
dar o pulo que o desenvolvimento requer. O poder político passou a ser
monopólio de um pequeno grupo que se alimenta da ignorância do povo, onde o
amazônida tem destaque em razão de sua fragilidade e ignorância. Vive-se num
círculo vicioso sem fim.
Países
como o Reino Unido e os Estados Unidos enriqueceram e se tornaram grandes
potências econômicas porque seus cidadãos elegeram governantes sábios que
criaram uma sociedade em que os direitos políticos eram distribuídos de maneira
muito mais ampla, na qual o governo era responsável e tinha de responder aos
cidadãos e onde a população tinha condições de tirar vantagens das oportunidades
econômicas. Os ingleses promoveram uma revolução que transformou a política e,
por conseguinte, a economia do país. As pessoas lutaram por mais direitos
políticos e os conquistaram, usando-os para expandir suas oportunidades
econômicas, diferente do que está sendo feito no Brasil onde os governantes ao
invés de ampliar os direitos, criam guetos sociais eleitoreiros improdutivos
sustentados pelo trabalho dos outros e não do trabalho de cada brasileiro, como
é o caso dos índios, preguiçosos seculares e de outros segmentos sociais sustentados
pelas “tetas” do governo. Por que o brasileiro trabalhador e empreendedor tem
que sustentar índio, preguiçosos, criminosos e invasores? Essa política demagógica
eleitoreira que tira dinheiro de quem trabalha para sustentar vagabundos é o
maior empecilho para realizar um desenvolvimento concreto no Brasil,
especialmente nos estados amazônicos, ricos, mas reservados ao gozo de
estrangeiros e de jogadas políticas que pões em risco a integridade da região. A
cultura, mostra a história dos povos é a principal responsável pela
prosperidade das nações. Insere-se nessa questão a ética religiosa sempre
presente no processo político e cultural. O sociólogo Max Weber, defendia que a
Reforma Protestante e a ética protestante desempenharam papel central na
facilitação da ascensão da moderna sociedade industrial, cultura que já não se
baseia exclusivamente na religião, mas enfatiza igualmente outros tipos de crenças,
e valores éticos. Os problemas brasileiros têm suas raízes na ética religiosa
que sempre foi contrária ao lucro, aos juros, ao empreendedorismo. Nessa
filosofia o milagre substitui o homem e não o trabalho e o conhecimento.
Estranho país é o Brasil onde a ciência econômica ao invés de enfocar o melhor
uso dos meios escassos para satisfazer os fins sociais, bloqueia na Amazônia esses
meios para atender interesses mercadológicos, ideológicos rasteiros, fisiológicos,
através de uma política ambiental-indígena praticada pelo governo que
privilegia interesses estrangeiros e a fome por dólares de corruptos.
O
principal obstáculo para estimular o crescimento econômico da Amazônia é de
ordem político, onde as instituições ‘saúvas’ perderam a função de induzir
investimentos, o que explica o crescimento da ignorância e da pobreza. No
Brasil e especialmente na Amazônia se faz tudo diferente. Todos os incentivos
são canalizados para grupos políticos ideológicos demagógicos e mercantilistas
tirarem vantagens, a exemplo do extrativismo antieconômico comandado pela
extração mineral e o ambientalismo-indigenista, cujo produto é representado no
Pará pelos municípios verdes, uma enganação para justificar a incompetência, e
na Amazônia como um todo representado por reservas florestais e de outras
naturezas, verdadeiras barreiras ao desenvolvimento, uma contribuição à
estupidez. A política imposta à Amazônia é a prova maior de que o homem, o ser
humano não tem valor, pelo contrário é o grande inimigo da preservação
ambiental, no conceito dos ambientalistas uma formiga que devora o templo floresta.
Quando se fala ou se escreve sobre a Amazônia se ignora os milhões de
habitantes assentados em seus Estados vivendo, a maior parte na pobreza, sem
futuro e perspectiva. Os recursos internos e externos não são dirigidos ao
desenvolvimento do homem e a melhoria da qualidade de vida, todos são para
preservar a floresta e sustentar ONGs, índios, quilombolas e organismos
governamentais policialescos verdadeiros monstros sugadores do sangue de
produtores rurais e de empreendedores em geral. Toda a política governamental
para a Amazônia tem como objetivo desestimular investimentos, pois toda ela é
voltada a preservação ambiental tanto para a floresta, para o campo, como para
a cidade. A política ambiental brasileira é o foco principal do atraso e do desestímulo;
é o atraso personificado e o projeto gerador de pobreza e de escravos.
Armando Soares – economista. É articulista de LIBERTATUM
e-mail: teixeira.soares@uol.com.br
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