quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nossas vidas por trinta dinheiros

Por Klauber Cristofen Pires

Caro leitor, venho trazer-te uma proposta: que tal me vender o teu filho ou a tua filha? Não, não te interessa o que vou fazer com eles! Da feita que mo entregares, é problema meu! Bom, talvez eu os ensine a trabalhar pra mim por um salário mínimo...talvez eu os use como meus seguranças particulares ou como capangas a convencerem alguns renitentes a me compreenderem melhor; uma boa parte os enviarei para as minhas fazendas coletivas, eis que a produção de alimentos é para mim uma questão estratégica...ando precisando de jovens que me escutem e me apoiem quando necessito....depois eu penso nisto...

Quanto ganhas? Que tal um valor igual a vinte por cento do teu salário? Olha só, vinte por cento...pro resto da tua vida! É pouco? Então, que tal trinta ou quarenta por cento? Ok, cinquenta por cento! Pra mim não é problema, eis que sou eu mesmo quem fabrica o dinheiro...já o que puderes comprar com ele não é da minha conta...

Absurda a minha proposta? Por quê? Pois, sem exageros, é exatamente isto o que hoje faz tão popular o atual governo. Pois, só quero seguir a receita do sucesso...por acaso peco por ser mais franco e direto ao assunto?

O fato é que hoje praticamente ninguém está dando bola para os nossos bens que são permanentes e basilares na construção das nossas vidas em liberdade, enquanto justamente a maioria esmagadora se delicia com pedaços de papel que daqui a pouco tempo não terão valor nem para uso da higiene pessoal. Em termos mais concisos, estamos (os brasileiros) vendendo a nossa moralidade, a nossa liberdade e a nossa dignidade por trinta dinheiros.

Questões como o aborto, a lei da palmada, a descriminação das drogas (enquanto cresce o combate ao mero cigarro), a feroz repressão contra o motorista que contenha uma desprezível concentração de álccol no corpo enquanto se protege o trabalhador porre de bêbado da justa-causa, as campanhas pela adulação total ao comportamento GLBSTUVXZ, o compadrio de nosso governo com os regimes mais tirânicos da face da Terra e a intensa doutrinação ideológica nas escolas deveria merecer o repúdio eloquente de toda a sociedade, mas tudo o que vemos são funcionários públicos ávidos por aumentos, empresários atrás de empréstimos a juros camaradas e contratos milionários com as centenas de órgãos públicos, de preferência, com a lei de licitações adequadamente lobotomizada, e o andar de baixo nadando de costas com o bolsa-voto.

Os funcionários públicos e a classe E já estão razoavelmente adaptados a um regime estatal, digo, comunista. Quanto aos empresários, estes que tudo fazem para se esquivar de produzir e de atender ao público segundo as regras da leal concorrência, seu círculo de influência há de se tornar cada vez menor, justamente por estratégia de quem anda mandando, e assim será até que, tendo de lidar com meia dúzia de dois ou três indivíduos, o governo decida melhor para a nação "avocar" todos os bens de produção dado o esforço do governo em buscar lidar com um número cada vez mais seleto desta gente. A propriedade privada, a igualdade perante a lei e as liberdades individuais vão desaparecendo a cada colherada no prato de mingau que o estado passa pelas bordas do prato Brasil.

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