segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Você não é um Lumpen!

Por Klauber Cristofen Pires


Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Salmos 23-4
Existe gente "lumpen" neste mundo? Eu aceito que sim, mas não por uma questão de pobreza, e sim, de espírito. Em toda a minha vida, viajei por todo o Brasil e por todo o mundo, e em todos os lugares pude ver gente pobre digna e gente indigna mesmo sem ser pobre.


De uma certa feita, em uma conversa entre colegas de trabalho, houve uma interlocutora que decidiu  levantar o problema social do bêbado, cuja família passa necessidades e agressões físicas de sua parte. A minha resposta, como o leitor deve imaginar, claro, foi no sentido de que eu não tenho de sustentar nenhum manguaceiro, e que o melhor remédio para o alcoolismo é um bom estrondo vindo do estômago...especialmente o dos seus filhos! 

Só para constar, depois de ter escrito sobre a exdrúxula proposta de lei que visa proibir  a dispensa por justa causa dos funcionários-esponja, acabo de ler no blog do meu amigo Luís Mário Brotherhood que alguns auto-proclamados especialistas têm sustentado que a preguiça também se constitui em uma doença incapacitante para o trabalho e que demanda tratamento. Eu não nego, de jeito nenhum, mas já receito o infalível remédio: mostrar para o doente um pedaço de papel azul. É uma dose só!

Bom, como fui podendo perceber e depois vim a ter conhecimento, eu lidava com uma sindicalista, militante do PSTU e adepta fervorosa dos ideais marxistas. Como é típico da gente deste quilate, sem ter argumentos mais convincentes e constatando de que não fazia sucesso no colóquio, saiu disparando em voz alta e gesticulando violentamente que nós não entendíamos nada e que gente assim era...era...lumpen!

Só pra quem não sabe, "lumpen" é um termo alemão que designa "trapo". É assim que os comunistas enxergam as pessoas que constituem o povão, digamos assim. 

No tempo em que escrevo estas linhas, conta-se um mês da prisão do principal líder da oposição venezuelana, o Sr Alejandro Peña Esclusa, que do cárcere envia aos jovens do seu país uma comovente carta a inspirar-lhes ânimo e enlevo. Da sua lavra, saem palavras calmas, confiantes e de bom senso, enfim, o reflexo da disposição da alma de um homem centrado e nobre desde o momento da invasão de sua residência pelos capachos de Chávez até o momento  presente. Muito diferente de um Chávez  "maricón" que chorava convulsivamente quando preso por breves momentos por conta do levante protagonizado pela mal-sucedida junta militar em  2002.

O Sr Esclusa não é um "lumpen", e isto não tem nada a ver "auto-estima",  uma mania também comunista de confundir os sentimentos  - uma emanação de seres evoluídos - com meras rotulações sensoriais.   Comunistas em geral se apegam a este último conceito porque se crêem seguros por pertencer a um determinado grupo social, e isto inclusive é bem explorado em cursos de Sociologia. Sendo o estado o próprio substituto de Deus, o alijamento pelos demais causa-lhes imenso pavor;  e tal medo da solidão  é o que lhes explica o desesperado comportamento de adesão;  

No Brasil, a auto-estima - e especialmente a falta dela - é um assunto recorrente, especialmente em programas e campanhas sedizentes de solidariedade, e é frequentemente associado  às pessoas mais pobres e sem recursos. Trata-se de um esforço de sugestão: o que se quer é fazer estas mesmas pessoas pararem de acreditar em si mesmas e em Deus, e associarem o estado de pobreza em que vivem a uma vitimização por obra de algum ente externo acusado de explorador.  Resta-lhes, assim, uma inexorável sensação de impotência a desenvolver-lhes tão somente uma estranha atitude de humilhante subserviência por qualquer migalha que lhe for oferecida, em lugar de uma autêntica gratidão.

Meu pai tinha uma figura muito interessante para ilustrar os métodos comunistas: eles procuram te convencer a abandonar o navio em que você está embarcado, e uma vez que você está na água, rodeado de tubarões, então aceita facilmente a velha baleeira furada que te oferecem para te salvar da morte.  Tarde demais para se arrepender. Caiu como uma luva?

Caro leitor: jogue no lixo este conceito de auto-estima. Será que você só se sente capaz de algo se for rodeado por uma alcatéia de bajuladores? E quando estiver em meio às adversidades, abandonado por todos? Virará um lumpen?

Ter a crença firme em Deus, conhecer a si próprio e ser um homem ou uma mulher centrado dispensa tais comportamentos animalescos e é capaz de lhe dar toda a energia para realizar as maiores façanhas. Olhe como um Olavo de Carvalho enfrenta uma multidão de militontos sem se deixar intimidar-se. Você não é um lumpen! Não deixe ninguém acreditar que seja um lumpen!
  

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