A ABAP, Associação Brasileira de Agências de Publicidade, como já mostrei neste blog, é uma corajosa iniciativa daquele setor no sentido de apresentar ao público as razões pelas quais defende a manutenção da soberania da autoridade dos pais sobre os filhos e da liberdade de expressão quanto à publicidade de bens e serviços, incluídos aí os dirigidos às crianças e jovens.
O blog Casal 20 também está divulgando. Recomendo que os outros blogues também ajudem!
Vale a pena ler seu documento "Nosso Movimento", no qual a entidade se manifesta quanto à sua visão e seus objetivos. Aqui o transcrevemos:
Em uma era em que a mídia
passa por transformações radicais, convivemos constantemente com a
insegurança e a incerteza. Há várias frentes de discussão sobre o
assunto: o livre acesso aos conteúdos na internet, as novas
possibilidades de relacionamento nas redes sociais… Queremos
convidá-los a discutir um aspecto mais específico e de interesse de
todos nós: como a publicidade interage com as crianças. Quais são
os cuidados que devem ser adotados por pais e mães, quais são os
benefícios, quais são as consequências…
Este tema entrou em debate
no mundo todo e também aqui no Brasil, onde a conversa ainda ocorre
dentro de grupos com visões bastante radicais. Para eles, a receita
é simples: basta proibir sumariamente a propaganda dirigida para
crianças de até 12 anos para protegê-las das tentações do
consumo e de outros supostos riscos. Mas será que é mesmo simples
assim? As crianças também deverão ser proibidas de ver as vitrines
nos shoppings? Serão impedidas de mostrar o tênis e a mochila novos
aos colegas de classe para evitar desejos consumistas? E o que dizer
de vídeo games, que raramente anunciam seus produtos e são
amplamente conhecidos e desejados pelas crianças? E mais: sem
propaganda infantil não haverá programação para as crianças.
Então, nossos filhos acabarão vendo novelas com publicidade para
adultos no lugar dos desenhos com propagandas para criança? Longe da
televisão, eles estarão seguros navegando na internet? Deveríamos
proibir a internet também? E como diferenciar o que é uma
publicidade feita para crianças de 12 anos (que se quer proibir) e
de 13 anos, que seria liberada? “O bem-estar de nossas crianças
não pode ser usado de forma simplista, como bandeira de um grupo, ou
com oportunismo. Cuidar das crianças é uma responsabilidade de
todos nós “, diz Luiz Lara, presidente da Abap (Associação
Brasileira das Agências de Publicidade).
Nós reconhecemos o poder de
persuasão da publicidade, acreditamos que o assunto tem a maior
importância e precisa ser amplamente discutido. Não acreditamos em
passes de mágica e lembramos que várias ideias bem intencionadas
resultaram em intereferências brutais na vida das pessoas.
Acreditamos que precisamos trabalhar juntos para aprimorar o que for
preciso, decifrar os desafios das mídias em uma era de
transformações e evitar retrocessos. Nosso caminho é o do diálogo,
da liberdade, da responsabilidade e da educação. SOMOS TODOS
RESPONSÁVEIS.
Somos TODOS responsáveis
por nossas crianças e por ajudá-las a fazer melhores escolhas em um
mundo de transformações e de novas oportunidades. Com esse
movimento, nosso papel é contribuir para expandir o debate e
convidar a todos, especialmente pais e mães, a conhecer fatos,
diferentes pontos de vista, as experiências e as opiniões de
especialistas e de gente comum sobre o papel da publicidade nas vidas
de suas crianças. Vamos apresentar entrevistas com psicólogos,
artistas, empresários, publicitários, advogados… e sobretudo pais
e mães. Apresentaremos informações objetivas sobre o tema, tudo
para contribuir com a reflexão sobre o assunto.
Mídia
e informação–
É preciso encarar os fatos. No mundo de hoje as crianças nascem
rodeadas pela mídia. Não só a TV, o rádio, os jornais, as
revistas, estes, objeto de antigas discussões. Há temas novíssimos
para serem discutidos. Existem telas em elevadores, computadores
estão se tornando equipamentos universais. Anúncios publicitários
são veiculados em videogames, mensagens estão circulando em e-mails
e redes sociais. Já existe propaganda no kit que a mãe recebe na
maternidade. Estamos em um mundo de promoções e de marketing. Há
mais de 240 milhões de celulares, sendo que 37 milhões são
smartphones, usados para envio de e-mails, vídeos e acesso a redes
sociais. Podemos acabar com tudo isso? Sabemos que não. “É
impossível proibir crianças de ter acesso a conteúdos em plena era
do conhecimento e da informação digital”, diz Lara. Deve-se
encarar o assunto com responsabilidade, procurando soluções
efetivas e não com bandeiras de apelo emocional.
O
objetivo da Abap –
O objetivo dessa campanha da Abap é contribuir com informações
objetivas e argumentos legítimos para promover uma discussão
equilibrada, livre de radicalismos e mais bem situada no que diz
respeito aos enormes desafios representados pelas novas mídias. “Se
a ideia é proteger as crianças da mídia não adianta mais desligar
a televisão, abaixar o volume do rádio e ficar longe das bancas de
jornais”, diz Dalton Pastore, presidente do Conselho Superior da
Abap. “A questão é mais complexa e merece uma discussão mais
profunda, baseada em educação e não em proibição”,
complementa.
Responsabilidade
e educação –
A Abap, como já foi dito, reconhece o poder de persuasão da
propaganda e sabe que é preciso haver limites e regras. Porém,
diferente do que pregam os radicais, o Brasil já possui toda a
legislação e todo o aparato necessário para lidar com o assunto de
forma eficiente e equilibrada. Tem o Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária), que já analisou quase 7.500
campanhas desde sua fundação em 1980 (Saiba
mais sobre o Conar aqui).
Também há os Procons, que atuam fortemente em defesa dos
consumidores nessa área. No campo legal o assunto está contemplado
na Constituição Federal, em centenas de leis regulamentares e no
Código de Defesa do Consumidor. Finalmente, o tema é tratado no
Código de Ética dos Profissionais de Propaganda.
A Abap acredita no caminho
da educação, na participação dos pais e no envolvimento de todos.
Todos reconhecem que as crianças precisam da ajuda de adultos para
fazer boas escolhas. Nós podemos contribuir com sua formação
ajudando-as a decifrar e a lidar com o mundo em que vivem e não
tapando sua visão. O caminho da educação é muito mais longo e
difícil de ser trilhado, mas sua eficácia já está comprovada.
Pesquisa
e diálogo –
A Abap tem consciência de sua responsabilidade. Sabe que está
diante de um assunto importante, que desperta angústias e aflições
em todo mundo. Neste exato momento, essa mesma questão está em
pauta em vários países da comunidade europeia e nos Estados Unidos.
O que já se sabe é que os avanços nesse campo estão sendo
conquistados com pesquisa, com o aprimoramento da comunicação, com
controles adequados, com responsabilidade, com o envolvimento dos
pais e acima de tudo, com muito diálogo, responsabilidade e
educação. Este é o exemplo a seguir.
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