Ao ter usado da expressão de efeito
com bons resultados políticos – o tsunami de dólares - Dilma
Roussef deve ter dado uma piscadela e um sorrisinho de esgueira à
sua colega alemã...
Por Klauber Cristofen Pires
As recentes reclamações junto à
chanceler alemã Angela Merkel de que o Brasil está sofrendo um
tsunami de moeda estrangeira, proferidas pela “presidenta” Dilma
Roussef, e depois papagaiadas para a mídia pelo restante de sua
equipe econômica remeteram minha memória quase como que
automaticamente a outro momento histórico semelhante, para ser mais
preciso, em 1999, em que os protagonistas no governo eram o então
presidente Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Fazenda, Pedro
Malan.
Naquele ano, o Brasil encontrava-se
extremamente dependente de recursos externos para fazer face à sua
gigantesca dívida pública interna e externa, de modo que decretou
um aumento da taxa básica de juros para a estratosférica marca de
45%! E lá se via o Sr Pedro Malan, com a cara brilhando de tanto
óleo de peroba: “- esta medida é uma resposta para os
especuladores!”
Se é incrível como a linguagem política
consegue inverter a fama do mocinho e do bandido, mais fantástico
ainda é não aprendermos nada com nossa própria e sofrida história.
Afirmo isto porque praticamente nada encontrei na imprensa que
desmascarasse tamanho ato de lesa-pátria, qual seja, o engano
coletivo a que o governo submete a nação neste campo. Pelo
contrário, esta age como um alegre cachorrinho a correr serelepe
para buscar os releases que o governo atira quais fossem
biscoitos ou suas bolinhas de estimação.
Muita gente leiga e honesta deve estar
pensando como a entrada de moeda no país pode nos fazer mal, e muita
gente leiga e desonesta deve estar repetindo as besteiras que assiste
nos telejornais para seus amigos como se conhecedor do assunto fosse.
Vamos as fatos, de forma simples, para que qualquer pessoa entenda:
a verdade é somente uma: o governo brasileiro oferece taxas de juros
muito maiores do que as praticadas por países de economia mais
sadia, de modo que se torna atrativo emprestar-lhe dinheiro. Em
outras palavras, o governo brasileiro está difamando justamente
aqueles que lhes dão crédito.
Agora, leitor, responda: se um indivíduo
que está atolado até o pescoço de dívidas por ter se entregado ao
jogo de azar se dirige até o agiota e consegue convencê-lo de lhe
conceder mais um empréstimo – desta vez a uma taxa de juros bem
mais alta, justamente por causa do alto risco que o sujeito
representa – será moralmente admissível xingar e culpar este
último?
É certo sim, que há em curso uma
expansão monetária mundial, mas neste campo o Brasil se comporta
como o sujeito sujo falando do mal-lavado, vez que o padrão-ouro foi
abandonado há muito tempo.
Sob o regime do padrão-ouro e das taxas
de juros funcionando pelo próprio mercado para a calibragem dos seus
investimentos - e não como instrumento de financiamento da
prodigalidade estatal e manipulação macroeconômica no consumo,
nada destas coisas teria lugar. O ouro poderia entrar ou sair pois
seria uma moeda internacional, e seu uso seria destinado ao
investimento, e não à despesa inflacionária.
Portanto, digníssimos leitores, não se
deixem enrolar pelo economês brasiliense. Tudo isto não passa de
malabarismos com a finalidade de aquietar o público. Já passa da
hora de formarmos um público mais exigente que não se deixe
engabelar, ainda que a mídia tradicional abdique da importância do
seu papel.
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