O aborto e a eutanásia promoverão
uma verdadeira mudança psicológica na civilização, pois esta
perderá mesmo o próprio sentido da vida. Imaginem a tragédia!
Por Klauber Cristofen Pires
Depois que o Sr Bispo de Guarulhos, Dom
Luiz Bergonzini, afirmou com sabedoria e justiça (e ao meu ver, já
passada a hora....) que a PUCSP não deve aceitar entre o seu corpo
docente - e também o discente – aqueles que defendam posições
contrárias ao credo cristão e católico, o Dr Leonardo Sakamoto
escreveu mais um de seus artigos repletos de estultices e inverdades
camufladas de boas intenções, no qual já começa a confundir o
leitor pelo próprio título: “A
Cibercensura da Santa Inquisição e a liberdade de blogar”
Não vou perder tempo nas linhas que
seguem para analisar suas besteiras, evidentes para qualquer pessoa
honesta e com bom juízo, mas apenas vou destacar a galhofa (“Santa
Inquisição”) com que o “douto” militante marxista trata o
bispo, que afinal de contas, vejam, lá, é o seu patrão. Ademais, o
japonês cujos cabelos devem ter se tornado encaracolados por excesso
de exposição ao sol mente com o brilho do óleo de peroba que lhe
lustra a face, pois Dom Luís Bergonzini jamais teceu algum
comentário sobre sua liberdade de blogar. O que fez, sim, foi
recomendar à PUC que professores defensores do aborto e da
eutanásia, bem como de outras posições contrárias ao credo
católico devem ser demitidos. Oras, nada mais justo! O que os
petistas achariam, por exemplo, de se manter Roberto Campos na Escola
Nacional Florestan Fernandes?
Feitas as considerações introdutórias,
venho oferecer minha opinião a respeito da eutanásia, já
amplamente defendida pela agenda do que os petistas e seus satélites,
tendo o Sr Sakamoto como seu ganso de coleira, chamam de “direitos
humanos”. Mas atenção: não vou usar o argumento de autoridade da
minha fé! Vou, sim, recorrer a uma alegação de ordem bastante
prática e como queiram os materialistas, racional.
Em nenhuma civilização como a
ocidental, de tradição judaico-cristã, houve um desenvolvimento
tão díspar das outras sociedades quanto à descoberta de remédios,
técnicas cirúrgicas e de tratamento, bem como de equipamentos
criados para salvar vidas e prover não só uma maior longevidade,
mas um alongamento da vida com saúde e qualidade de vida.
Os índios, esses matam as criancinhas
logo que percebem nelas qualquer sinal de má-formação. Há tribos
que cultivam o suicídio durante a juventude, pois temem a velhice
como um tormento. Os esquimós também matavam as primogênitas e
largavam à inanição os velhos que já não podiam acompanhar o
clã. As mulheres esquimós, então, já eram entregues às feras
assim que seus dentes já se mostravam imprestáveis para mastigar o
couro dos animais, para confeccionar cordas e vestimentas. Mesmo em
sociedades um pouco mais adiantadas, a medicina avançou até certo
ponto considerado “viável”.
Nas sociedades totalitárias comunistas,
a medicina tem a sua demanda controlada pelo estado. De acordo com a
doutrina coletivista da qual o Sr Sakamoto se faz empolgado
porta-voz, o ser humano não passa de uma engrenagem dentro da
máquina social, de modo que, se se mostra defeituosa, cumpre-se que
seja logo substituída. Não há motivo para se gastar mais com um
indivíduo do que ele pode contribuir para o estado. Portanto, os
velhos e doentes crônicos, dos quais já não se espera que sejam
devolvidos ao trabalho, são merecedores do conceito de “direitos
humanos” que por lá vigem...
No magnífico filme “Sunshine
– o despertar de um século”, que recomendo efusivamente aos
leitores assistirem, há justamente uma cena em que a mãe do
protagonista principal, velha e doente, nega-se a usar o sobrenome
“Sors”, adotado pela família, e insiste em ser registrada como
“Sonnenshein”, seu sobrenome original, denunciando assim sua
origem judaica, em plena Hungria tomada pelo nazismo. É então que o
seu filho compreende que a verá viva ali na maca pela última vez
antes de os médicos a levarem...
Se a indústria farmacêutica, os médicos
e os fabricantes de próteses, marca-passos e outros inventos se
viram permanentemente incentivados a investir quantias gigantescas de
recursos em pesquisa, tantas vezes durante períodos que
ultrapassaram as décadas, a única razão para tanto é que a
sociedade cristã lhes forneceu a perseverança, a demanda e o
patrocínio, por força da intransigente moral em defesa da vida até
o último momento.
Quando pessoas levianas como Sakamoto
falam de “encutar o sofrimento” de pacientes terminais, eles agem
à maneira daquele que ao ver alguém pendurado num precipício pelas
unhas agarradas às ranhuras da rocha, considera mais acertado
pisar-lhe as mãos do que arranjar um jeito de puxá-lo para cima.
Com efeito, é muito mais cômodo...
Foi pela perseverança pela vida que os
nossos antepassados nos legaram os remédios e meios que hoje nos
permitem desfrutar a vida com muita saúde aos cinquenta, ao sessenta
e até aos setenta anos. Cumpre-nos então ratificar nossa aposta até
o último dia, para que nossa sociedade adiante para mais longe ainda
a morte para os nossos filhos.
Se o Sr Sakamoto e os demais defensores
da eutanásia fossem honestos, deixar-se-iam entregar à eutanásia
já nos primeiros sinais de necessitarem o atendimento eficaz com as
técnicas avançadas criadas pela civilização cristã ocidental e
capitalista que tanto odeiam. Nem sequer um comprimido para controlar
a pressão! Quem tenham um AVC e ao se virem de todo entrevados,
recebam, ato contínuo, uma injeção letal, ministrada, claro, com
muito humanismo.
Prezados leitores: a defesa da eutanásia
é um canto da sereia para as almas preguiçosas. A elas parece um
ato de compaixão assassinar alguém com a prepotência de julgar que
não lhe resta salvação. Trata-se de um engodo. A medicina tem hoje
como aliviar razoavelmente o sofrimento com remédios analgésicos,
até o último suspiro. No entanto, desde o primeiro ato legalizado
de eutanásia, cada vez mais aparacerão casos que se distanciam
mais e mais da extrema necessidade lá no início alegada, e sendo o
governo o administrador soberano da saúde, basta-lhe muito pouco
para atirar à morte qualquer um cujo tratamento ultrapasse um
determinado orçamento.
Mesmo quem recomende a eutanásia para si
mesmo comete um ato de insanidade e de violência: eutanásia é
descarte, e o ser humano não existe para ser descartado, mas sim
acolhido pelos seus entes queridos. Quão mais suave e humana é a
morte amparada nos braços de alguém, as mãos dadas, sob a vigília
dos que amam! Pense bem: na sua hora, você vai querer ser descartado
abruptamente ou vai preferir esperar seus olhos se fecharem em paz e
amor?
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