Recentemente, recebi vários comentários de alunos da PUC/SP, pelo menos alguns deles alunos do Professor Leonardo Sakamoto no curso de Jornalismo, inconformados com as minhas posições sobre seu mestre, de modo que agora respondo, em forma de artigo, por entender que se presta ao interesse público.
Por Klauber Cristofen
Pires
Omitirei os nomes dos
estudantes, por considerar inconveniente expô-los em suas
presumíveis tenras idades, mesmo porque o interesse maior aqui é
discutir suas ideias, e não sobre as suas pessoas.
Aluna:
“Bom,
se o contrato do "professor abortista" tem que ser
cancelado, o mais apropriado então é cancelar o contrato de todos
os alunos que pagam em dia suas mensalidades, mas pensam que a
universidade é, acima de tudo, um lugar para expor ideias”.
Minha
resposta:
aprenda: Não há de se “cancelar” o contrato, porque ele não é
legalmente nulo; o professor deve ser “demitido” por professar
ideias contrárias à
doutrina católica. Quanto aos alunos, eles podem também ficar, se
não forem católicos e se quiserem permanecer, desde que tenham
ciência de que a universidade é católica e respeitem seus
princípios.
Aluna:
“Se
a PUC não deve pagar a quem é abortista, o melhor será que os
alunos que discordam das doutrinas católicas parem de pagar suas
mensalidades e saiam da universidade, certo?”
Minha
resposta:
certo! Aliás, parar de pagar as mensalidades, inadvertidamente, não.
Procedam ao fechamento da matrícula e depois saiam. Em tempo: minha
filha estuda em um colégio particular católico, que declara: “O
colégio oferece serviços especiais com o objetivo de formar
crianças e jovens para uma verdadeira cidadania, baseada nos
princípios da vida cristã”.
No contrato, os pais tomam ciência de que aquela instituição
promove a fé católica, estando todos os alunos aceitos, mesmo
não-católicos, desde que não interfiram na programação e nos
eventos escolares. Se a PUC/SP não faz o mesmo, lamento. Todavia,
ainda assim resta implícita o dever de adesão dos professores e
alunos à constituição religiosa da PUC/SP. Só para recordar:
“Pontifícia”, isto é, referente ao papa, ou “papal”; e
“Católica” ou seja, não é “laica” nem “plural”.
Aluna:
“Vocês se preocupam em tirar a voz dissonante do convívio da
universidade. Nós nos preocupamos em criar um ambiente de livre
discussão, um celeiro de conflitos saudáveis para a gestação de
um futuro pensante e decente...”
Minha
resposta: Engano seu. O Professor Leonardo Sakamoto é que prega
a censura aos cidadãos religiosos – vide várias passagens em seu
blog - e possivelmente faz o mesmo dentro da própria universidade,
repito, católica, que lhe paga o salário. Agora imagine o absurdo:
um empregado que manda seu patrão calar a boca! Prezada aluna: a
liberdade de associação deriva diretamente da liberdade de opinião
e de expressão. A PUC/SP resulta da comunhão de ambas as
liberdades. Trata-se de uma universidade que busca o conhecimento à
luz da doutrina cristã católica. Ninguém é obrigado a
frequentá-la, mas quem a frequenta tem o dever de respeitar seus
princípios e não tem o direito de pregar abertamente, em suas
próprias instalações, uma doutrina oposta à fé católica. Todos
têm o direito a defender o aborto, a eutanásia e o esbulho
possessório, mas não dentro e em nome de uma instituição que nega
tais valores.
Aluna:
“Você
fala que não tem nada contra o direito do professor Leonardo
Sakamoto, mas em seguida fala que suas ideias são "tenebrosas",
que ele é um "sujeito sem-vergonha e sem caráter" e
"japariba" (o que presumo que seja uma mistura
preconceituosa de "japonês" com "paraibano").
Não acha um pouco contraditório falar que respeita o direito de
expressão mas em seguida ofendê-lo?”
Minha
resposta:
Você precisa ter umas aulas de raciocínio lógico. O fato de eu
defender o direito à liberdade de expressão ao Sr Leonardo Sakamoto
independe de eu discordar de suas ideias, ou de respeitá-lo por
tanto. Quanto ao termo “japariba”, que você brilhantemente
presumiu, conquanto estivesse explicado no próprio texto (Aff...),
fiz uma alusão às raízes mais genuinamente brasileiras, digamos
assim. Percebo o quanto a sua mente está contaminada pelo pensamento
politicamente correto, mas se você for capaz de compreender o
contexto em que o termo foi utilizado, vai constatar o uso da
expressão (parece
que os (japoneses) deles ainda são melhores que os nossos,
infelizmente...).
Vou explicar agora pra você como surgiu esta máxima: tudo começou
com uma piada na qual o presidente americano Dwight D. Einsehower
recebe como resposta de um de seus burocratas por sua ira pelo fato
de a URSS estar à frente da corrida espacial: “os alemães deles
são melhores que os nossos”. A piada faz uma alusão à frenética
busca dos cientistas alemães após a capitulação da Alemanha
nazista. Décadas mais tarde, a piada foi invertida para um comercial
de produtos eletrônicos, aqui no Brasil: “os nossos japoneses são
melhores que os deles”. O que fiz, portanto, foi lançar mais uma
referência àquela piada. Conseguiu entender? Prezada aluna: a
ironia e o sarcasmo são os temperos da crítica; são os recursos de
estilo com que o discursante tem à mão para convencer seu
público-alvo. Agora, quanto à minha acusação que as suas ideias
são tenebrosas, e que ele, o professor Sakamoto, é sujeito
sem-vergonha e sem caráter, aí não estou fazendo nenhum estilo,
pode ter certeza. Afirmo e demonstro nos próprios artigos que
escrevo.
Aluna:
“Não
pela sua opinião de que a PUC deve seguir a moral católica, mas sim
porque não está seguindo os preceitos católicos que você mesme
defende, que falam sobre respeitar o próximo. O seu blog está cheio
de termos racistas, preconceituosos e ofensivos, sendo que, em nenhum
momento, Sakamoto ou outro professor escreveram sobre a Igreja em
tais termos”.
Minha
resposta: A
julgar pelo que você escreveu, presumo que você já tenha concluído
a disciplina de “Malícia 3”, com o Professor Sakamoto. Que
requinte de cinismo! Você repudia a fé cristã em uma universidade
católica e simultaneamente a reivindica como parâmetro de
moralidade para tomar satisfações dos meus atos! Menina! Medite
sobre o que você escreveu e pergunte a si mesma se é esta a pessoa
e se é esta a jornalista que você quer ser na vida! Acredite:
estou realmente interessado no seu próprio bem! Agora, desafio você
a demonstrar que o meu blog esteja “cheio de termos racistas,
preconceituosos e ofensivos”. Por fim: o que tem a ver os epítetos
que eu lancei sobre o seu professor com o que ele costuma dizer da
Igreja?
Aluna:
“Eu
acho que o sofrimento aliviado não é só o da pessoa, mas também
de sua família. Sobre a questão colocada dos cidadãos holandeses
que se mudam para Alemanha para "fugir" de seus cruéis
filho, apenas um comentário: CARÁTER NÃO SE ENSINA!”
Minha
resposta: prezada
aluna de jornalismo, caráter se ensina, sim! Você está sugerindo
que o sofrimento da família é um argumento forte para a prática da
eutanásia? No seu conceito, pode até ser. Porém, o que você está
falando passa a anos-luz da questão. Você está é nadando na
maionese! A questão em pauta é que na instituição privada e
católica que é a PUC, este tipo de entendimento não é aceito. É
a regra. Aceite a regra, ou use a sua liberdade para defender a
eutanásia no lugar apropriado. Entendeu?
Aluna:
“Querido,
existem milhões de pessoas no mundo, motivações, personalidades e
individualidades. Eu, como estudante de jornalismo da PUC, e também
integrante de uma tradicional família católica posso dizer: o
casamento realmente pode ajudar na educação de uma criança, mas
não é um fator determinante. Conheço muitas pessoas maravilhosas
que os pais são separados ou que nunca conheceram sua mãe. O que
quero dizer, e gostaria que você pensasse ao menos um segundo neste
comentário antes de deletá-lo, é que os seres humanos são
individuais e suas motivações e vontades são intransferíveis.
Apesar de ser um "crime" para a igreja isso não significa
que outra pessoa concorde e queira seguir a moral católica”.
Minha
resposta:
Visite mais o meu blog e você aprenderá o quanto defendo os
direitos individuais. Você é uma jovem (assim presumo) muito
confusa. Nem sequer conseguiu terminar o seu comentário, de tanto
escrever coisas sem sentido, e ao final esgotou sem espaço sem
conseguir sintetizar sua opinião. Preste muita atenção: qualquer
pessoa tem o direito de discordar da Igreja Católica; porém, não
tem o direito de contestá-la dentro de suas instalações,
especialmente sendo um docente. Capisce?
Aluna:
“A
PUC é uma faculdade caríssima onde a reitoria não tem a capacidade
ou a vontade de realmente investir nos cursos. Acho que a vontade de
ganhar dinheiro da igreja está acima de qualquer moral dessa vez. A
igreja prega o amor e respeito ao próximo, mas a única coisa que
vejo são pessoas que só pensam em si. Além disso, ainda tem a
coragem de querer expulsar professores que possuem muito mais
conhecimento e desenvolvimento intelectual do que qualquer senhor
padre ou bispo por aí. Tenho uma ideia, expulsem mesmo professores e
alunos que não seguem a moral cristã e a PUC ficará as moscas e
sem dinheiro. Aí quero ver qual membro da igreja vai gostar de ficar
com os bolsos vazios.”
Minha
resposta:
Se você não está satisfeita com o ensino que é ministrado na PUC,
use de sua liberdade e de sua propriedade para matricular-se em outra
instituição. Simples assim. Note como você maliciosamente faz uso
da chantagem como argumento: deixe o eventual prejuízo da PUC por
conta dela própria; é o risco de quem se propõe a seguir
princípios. Sinto frustar-lhe as expectativas, no entanto, ao
expor-lhe que as melhores instituições de ensino do país tem sido,
de longe, as religiosas, especialmente as católicas.
Aluno:
“Sr.
Klauber Cristofen Pires, de pleno acordo com o livre direito de
expressão,incluido que poste meu comentário em seu blog, como prova
de seu zelo e respeito às opiniões divergentes a sua. Creio que
tenha sido de grande infelicidade justificar ou aceitar situações
como o massacre de Carajás. Quem conhece um pouco do Brasil rural,
interiorno, das veredas (como diria o saudoso Guimarães Rosa) não
legitimaria tamanha atrocidade. A regra, a norma em suma tem papel de
ordenação, coibe os excessos humanos em prol de um viver comum,o
que ocorreu em Carajás foi crime morreram 22 pessoas incluido
crianças e mais de 70 feridos a bala. Isso, no sentido de
humanidade, até mesmo cristão é repudiante. Não conheces a vida
de teu povo, não julgues tua realidade como unívoca, tua história,
por mais lutas e dificuldades que tenha passado não te autoriza a
emitir opiniões levianas como esta”.
Minha
resposta:
prezado aluno, o meu zelo e respeito às opiniões divergentes não
me obrigam a publicar o seu comentário. O seu direito à liberdade
de expressão não implica no meu dever de escutá-lo ou dar-lhe voz.
A sua liberdade de expressão está garantida pela faculdade de você
se expressar por seus próprios meios, por meio de terceiros que lhe
proporcionem a oportunidade ou nos espaços públicos adequados.
Concluindo: publiquei seu comentário por minha própria vontade de
demonstrar ao público o seu pensamento deturpado sobre direito de
propriedade. Quanto à minha opinião sobre Carajás, ela já está
muito bem esclarecida no artigo, e claro, é contrária à sua, não
é leviana e e sinto-me perfeitamente autorizado a expressar o meu
pensamento, especialmente por ter sido exposto por meus próprios
meios. Por fim, sua argumentação sobre excessos é tão ridícula
que dá dó, até porque nem sequer foi redigida de forma
inteligível. Comentarei quando você aprender a escrever.
Uma
palavra final:
prezados alunos, imagino o quanto doeu em seus coraçõezinhos as
denúncias e críticas que tenho feito sobre o Sr Leonardo Sakamoto.
Tenham em boa conta que farei ainda mais muitas outras. Aproveitem
para fazer a cada uma um bom exame de consciência. A pior coisa que
podem fazer a si mesmos é enganarem-se voluntariamente e aderirem a
doutrinas espúrias por instinto de gangue.
A
julgar o Sr Sakamoto como professor por seus artigos, nutro minha
sincera comoção pela péssima qualidade do ensino que vos tem sido
ministrada, pois seus textos não são dignos sequer de alcançar uma
intelectualidade mediana. O Sr Sakamoto escreve é para a turba, para
a “geral”. É por isto que tenho o comparado a um ganso com uma
coleira, a grasnar destrambelhadamente por onde seus donos o
conduzem. Vocês merecem muito mais.
P.S.:
sem querer, deletei um comentário de um dos vossos colegas que tinha
por intenção publicar. Fica pra próxima....
O senhor optou por não divulgar nossos nomes, mas creio que para nós não há problema algum que nossas opiniões sejam reconhecidas e creditadas.
ResponderExcluirComo não me escondo atrás de nomes fictícios ou um simplesmente "anônimo", me sinto à vontade para dizer que os 3 primeiros trechos respondidos pelo senhor são meus.
Li suas respostas e as respeito integralmente, mas senti vontade de ampliar nosso debate, como pessoas civilizadas e educadas que somos.
1) Falei em "cancelar" o contrato, porque li tal trecho escrito pelo senhor: "Os diretores, professores e alunos da PUC que são cristãos e que possuam um pingo de vergonha na cara têm o dever de exigir a revogação de seu contrato!"
Pois é né? Ele deveria ser demitido? É mesmo? Acho que estou começando a entender... Aos que destoam, a inimizade e punição. Engraçado, isso me lembra coisas como Inquisição, não sei porque... Estranho, né? Vai entender esse pessoal que adora "caçar" seu inimigos, né?
2) Aqueles que não compactuam com as doutrinas católicas devem, então, cancelar suas matrículas? Que interessante, hein! E curioso também, afinal, na resposta anterior, o senhor mesmo disse que os alunos não católicos "podem ficar" (risos) desde que haja respeito... Ui, ambiguidade!
3)Bacana isso do "professor Sakamoto pregar a censura aos cidadãos religiosos" hein?! O engraçado é que eu sinto o mesmo da Igreja Católica para aqueles que não partilham da mesma fé ou não seguem seus dogmas... 1 a 1, hein?! Os lados estão quites!
Que a Pontifícia Uni. Católica é ligada ao pontífice, acho que já ficou claro, né? Dito uma vez, repetido outra, nós já conseguimos entender, somos inteligentes, fique tranquilo!
A minha posição é que a Universidade pode ser ligada a quem ela quiser, mas a PUC é o que os alunos fazem dela. A PUC tem tradição e uma história de orgulho pelo que os ALUNOS fizeram dela, e não o Papa - com todo o respeito.
E se a PUC é uma universidade boa, um celeiro de opiniões, de embates bons entre a esquerda e a direita, sinceramente, isso não emana do Papa. E sim dos alunos! Aprendeu?
"O fato de eu defender o direito à liberdade de expressão ao Sr Leonardo Sakamoto independe de eu discordar de suas ideias, ou de respeitá-lo por tanto."
ResponderExcluirOlha, gente, ele pede respeito pela Igreja Católica, mas não respeita os outros?
Que feio! Vou contar pro Papa, hein?!
Ai, ai, Igreja Católica... Para vocês é simples: não concorda, muda! Não gosta do ensino da PUC, muda! Os senhores devem ter cursado já a matéria "Egoísmo 3", hein? Perdão, mas precisei parodiar a vossa graça.
Houveram mais alunas do que alunos?
ResponderExcluirSe sim, demonstra algo que um dia discutimos aqui em casa, que mulheres são mais fáceis de serem esquerdistas.
Srta Ana Beatriz Camargo,
ResponderExcluirMuito bonito seu nome!Tenha em boa conta que eu tive em mente protegê-la...de si mesma! Vamos lá:
1 - Você disse que usou o termo "cancelamento", porque eu usei "revogação". Então aí vai uma aula de português e de direito: "Cancelamento" tem o significado de "anulação", com efeitos "ex tunc", ou seja, retroativos, o que não é o caso do contrato de trabalho do Sr Sakamoto, que foi celebrado segundo um ato legal perfeito. Já o termo "revogação" tem o efeito de "demissão", com efeitos "ex nunc", ou seja, "a partir de agora".
2 - Não há ambiguidade no que eu disse. Há várias instituições católicas que recebem bem alunos de outras religiões. Basta-lhes respeitar os princípios da escola. Uma amiga da minha filha é judia. Durante as aulas de religião, ela faz uma atividade alternativa e nos eventos religiosos da escola, esta está dispensada.
3- Os católicos não desejam censurar o Prof. Sakamoto. O Sr Sakamoto permanece livre para proferir suas besteiras aonde quiser - desde que não seja numa instituição católica. Já o próprio defende que os religiosos não podem se manifestar em nenhum lugar.
4- Você tem uma procuração de todos os alunos da PUC/SP para falar em nome deles? Oh, quanta pretensão! Tem muita razão o filósofo Olavo de Carvalho quando diz que esta geração se mostra tão mais prepotente quanto mais ignorante.
Menina, nem terminei de responder a este comentário e já vi que você postou outro, agora chamando a sua "galera". Poupe-me!
Uma sugestão: no lado direito do meu blog há uma série de vídeos do Dr Thomas Woods Jr, professor da Universidade de Nova York. Assista-os! Assista também "The Soviet Story" de Evins Snore, que também está disponível no meu blog.
Eu tenho verdadeira esperança de que você busque a verdade com sinceridade, ao invés de servir como inocente útil de uma causa espúria e de um sujeito dissimulado.
Pode até não parecer, mas desejo sinceramente o seu bem. Agora, vá estudar um pouco...