As coincidências, as mais das vezes, são na verdade a confluência de vários fatores que culminam no desastre.
Por Klauber Cristofen
Pires
Bastou um extrato junto ao
Detran do Rio de Janeiro para que constatasse um histórico de
delitos cometidos por Thor Batista, a maioria, olhem lá, por excesso
de velocidade.
Não
vou eu aqui sustentar que tenha sido ele o culpado pela morte de
Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na Rodovia Washington Luís,
na altura de Xerém, na Baixada Fluminense. Pode ter
sido o ciclista. Os ciclistas também cometem muitas imprudências.
Não obstante, a vida tem me
ensinado que as coincidências, as mais das vezes, são na verdade a
confluência de vários fatores que culminam no desastre. Thor
Batista, ao que parece, não possui uma reputação ilibada no
assunto, de modo que as suspeitas contra seus argumentos são
consideráveis.
Não há muito, uma grande
revista de atualidade fez uma reportagem justamente sobre uma nova
geração de milionários que não se sentem envergonhados pela
riqueza auferida. Salvo engano, numa destas aparece justamente a foto
de Eike Batista exibindo um de seus belos carros...numa das salas de
sua mansão...
Como um liberal, nada tenho
contra a fortuna do pai do rapaz; pelo contrário, assumindo aqui
aprioristicamente que tenha sido toda ela adquirida do trabalho
honesto, louvo-a.
Como um conservador, no
entanto, percebo os males que as extravagâncias causam às pessoas
que ascendem socialmente, turvando-lhes a razão, o equilíbrio, o
senso de justiça e de humanidade.
Em uma sociedade livre, a
riqueza não constitui pecado, porque advém da competência em
servir aos concidadãos. Porém, fazem-se necessários os modos
suavizados, o comedimento e a frugalidade, especialmente em um país
onde a maioria do povo é muito pobre.
Há empresários muito ricos
que não abrem mão dos chamados “valores tradicionais da classe
média” e vamos adicionar aqui o que qualquer petista
diria...”burguesa”, no que importa à educação de seus filhos.
Presto minha adesão à filosofia que abraçam.
Meu caro leitor, se você
tem um bom padrão de vida, agradeça a Deus e aqueles que a
patrocinam (seus clientes, por exemplo), e curta a vida o quanto
puder. Mesmo passeando ou fazendo festas, você ajuda alguém, porque
paga por tais confortos. Todavia, viva com os olhos enternecidos pela
honesta compaixão; com a mente alerta para os exageros, e com a
razão inviolável contra todos os males da alma.
Sr., é por isso que lhe admiro.
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