sexta-feira, 16 de março de 2012

Dia após dia, o TSE vai minando sua credibilidade


O TSE extrapola de suas prerrogativas, ao proibir o uso do Twitter.
Por Klauber Cristofen Pires

Leio hoje no Estadão que “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira, 15, que os candidatos às eleições deste ano não podem divulgar mensagens de caráter eleitoral pelo Twitter até o dia 5 de julho. Segundo o calendário oficial das eleições de 2012, o período de propaganda eleitoral tem início no dia 6 de julho”.
Já não me surpreendem nada que magistrados de longa carreira, concursados e que hoje ocupam as cadeiras dos tribunais superiores se prestem de forma tão veemente ao absurdo.
O Twitter não é uma concessão pública! É um instrumento particular! Ninguém precisa ser um douto togado para reconhecer coisa tão óbvia. O político tem que ter o direito de se pronunciar para o público com os recursos particulares que tiver à sua disposição permanentemente, e não só durante o dito período eleitoral. Os políticos são os candidatos a cargos que possuem a prerrogativa de mudar as nossas vidas. Portanto, cabe-lhes todo o direito de se apresentarem, de exporem as suas ideias e de denunciarem os atos criminosos ou mal-intencionados de seus oponentes. A qualquer hora!
Nos anos que dizem terem sido da Ditadura, eu me lembro, as propagandas na TV e no rádio, eu digo e repito, só as propagandas da TV e do rádio eram limitadas à exibição da foto do candidato e de seu nome e número, mas mesmo isto me parece ser ainda menos autoritário do que decidir o que, quando e como os políticos podem se expor à população, em todas as circunstâncias.
Não era só menos autoritário: era também mais isonômico, porque o que acontece hoje é a já indisfarçável proibição seletiva da manifestação política.
Algo com que verdadeiramente o TSE deveria se preocupar, só como ilustração - é com a usurpação dos direitos políticos dos profissionais pelos Conselhos de Classe, com destaque notório para o Conselho Federal de Psicologia e suas projeções estaduais. Aí se configura autêntico exercício ilegítimo e ilegal da propaganda política a favor do PT e das suas siglas satélites.
Eis a grande máquina de propaganda do PT e da esquerda – que conta com um gigantesco aparato de propaganda político-ideológica terceirizada, funcionando dia e noite, noite e dia, mormente com o uso de instituições do estado ou farta distribuição de dinheiro público entre ong's criadas sob encomenda, enquanto seus políticos vão apenas administrando o processo, sem incorrerem nas vedações do TSE, ou perdoem-me, pisoteando-as zombeteiramente, como amiúde fez o Supremo Apedeuta.
Já está na hora de a população começar a exigir do TSE um comportamento menos interventivo e mais isento.  


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