Drama: Idoso se enfia
debaixo de sua Kombi para autoridades não a levarem
Por Klauber Cristofen
Pires
Hoje pela manhã, dia
19/03/2012, assisti ao telenoticiário local sobre um homem – um
idoso – que se enfiou por debaixo de sua Kombi com o malogrado
propósito de tentar impedir que a CTBel – Companhia de Transportes
do Município de Belém a levasse apreendida.
O pobre homem lutava para
defender seu meio de sustento – atuava como fornecedor de
transporte coletivo alternativo.
Está aí, meus caros
leitores, a face amarga e cruel do socialismo, que no Brasil adota a
forma do nazi-fascismo. Claro, vou explicar: o comunismo puro é
aquele em que o governo assume-se como dono de tudo, enquanto que no
nazismo e no fascismo, praticamente idênticos, o governo deixa o
título de propriedade com os donos, mas em compensação, regula
toda a vida econômica, social e até mesmo a individual nos mínimos
detalhes, escolhendo quem pode e quem não pode produzir e trabalhar,
e quem está dentro da lei e fora dela, e tudo isto pode mudar da
noite para o dia e vice-versa. No fim das contas, um proprietário é
alguém que tem um papel na mão chamado “título de propriedade”.
Só isto.
Não pode haver uma mensagem
mais clara a ser enviada justamente às pessoas mais pobres. Vejam:
no sistema socialista em que vivemos, o governo impôs tantos
encargos sobre os salários e tantas obrigações e responsabilidades
sobre os empregadores que simplesmente torna impossível a alguém se
sujeitar a dar emprego para as pessoas idosas.
Eu já vi um caso assim, que
foi de doer o coração: foi o caso de um senhor que apesar de idoso,
era um habilidoso jardineiro. Ele não pedia nada, e muito menos
queria roubar algo de alguém. Queria só trabalhar! No entanto,
todos os possíveis empregadores, olhem lá, mesmo precisando
contratar, não o chamavam, porque está certo pela lei que iriam se
tornar responsáveis por aquele pessoa.
Hoje, no entanto,
testemunhei algo muito pior, pois o velho nem sequer pedia emprego,
mas estava tentando se sustentar com a sua “própria propriedade”.
Não, não é um pleonasmo! Não mais, dados os dias atuais...
Para seu infortúnio, nem
isto ele podia, porque o governo ilegitimamente outorga “concessões”
de uso de linhas monopolisticamente a um grupo seleto de empresários
de ônibus coletivos.
E a mídia “ovelha”, o
que diz? Mééééééééééé! Sem piedade faz uso dos argumentos
mais exdrúxulos, como o que as “vans” são irregulares porque
andam em mau estado, com excesso de lotação e despreparo dos
motoristas. Ora, muitas vans são assim mesmo, mas não é isto o que
as torna irregulares, senão a marginalização de que são feitas
vítimas pelo estado. Em Belém, muitos ônibus regulares possuem os
mesmos problemas.
Concordo que qualquer
veículo - particular ou de transporte de aluguel ou coletivo -
tenha de estar em condições mínimas para trafegar, objetivamente
verificáveis, para segurança de todos, porém, isto é muito
diferente de usar a segurança como argumento a priori para
proibir as vans de funcionar.
As vans prestam um
importante serviço justamente à população mais pobre, pois levam
as pessoas até as ruelas que os ônibus de linha não se dispõem a
deixá-las ou não podem lá trafegar pelo seu tamanho.
Minha empregada doméstica
prefere a van por motivo mesmo de conforto, mas também de segurança,
já que a van a espera à porta de sua casa, enquanto que para tomar
o ônibus regular ela precisa se dirigir a uma erma e escura parada.
Além disso, as vans aceitam levar cargas como compras de
supermercado e mercadorias de feirantes, o que os ônibus não
aceitam.
O escritor pró-vida Julio
Severo escreveu um tos artigos mais contundentes que já li em minha
vida: “A
Marca da Besta”. Neste texto, ele nos traz a advertência
bíblica da opressão do estado que vai complicando as relações
simples, espontâneas e benéficas entre as pessoas com proibições
e obrigações cada vez mais exigentes, até o ponto em que alguém
só pode comerciar ou exercer um ofício se possui a autorização
oficial – a marca da besta!
Em uma sociedade livre,
qualquer pessoa que tenha a devida habilitação para dirigir e
possuir um veículo em boas condições de tráfego possui o legítimo
direito de usá-lo como quiser, sem que para isto dependa de um ato
de concessão ou permissão pelo estado, com a finalidade de prover
seu próprio sustento, seja para usá-lo como van, como táxi ou como
veículo de frete, ou mesmo como carrinho-lanchonete.
Sempre que vocês, leitores,
se depararem com pessoas simpáticas às ideias socialistas, alegando
pensarem nos mais pobres, mostrem-nas casos como este, para que elas
tenham conhecimento de que a esmola que o governo dá aos pobres é
sempre muito menos em valor e em dignidade do que o que eles
ganhariam por conta própria se fossem livres para buscar o sustento
por meio do trabalho e da exploração de suas propriedades.
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